Mostrando postagens com marcador liberdade de expressão. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador liberdade de expressão. Mostrar todas as postagens

domingo, 16 de julho de 2023

Mídia - Justiça de Brasiíla atropela a Constituição e censura a Revista Piauí

imprensa & justiça


JUIZ CENSURA TRECHO DE REPORTAGEM DA PIAUÍ

Na prática, a decisão implica o recolhimento da revista nas bancas|14 jul 2023_13h11
No dia 20 de junho, Hilmar Castelo Branco Raposo Filho, juiz da 21ª Vara Cível do Distrito Federal, deu uma liminar determinando a remoção de um trecho da reportagem O cupinzeiro, do repórter Breno Pires, publicada na edição 201 da piauí de junho deste ano. A reportagem mostra como o governo Bolsonaro desidratou o programa Mais Médicos e colocou no lugar uma agência que se transformou num ninho de falcatruas, com casos de nepotismo, irregularidades administrativas, denúncias de assédio moral e mau uso de verba pública.

Em um parágrafo, o texto da reportagem faz referência à denúncia de 95 páginas, entregue ao Ministério da Saúde, na qual se apontava que, entre os contratados para a nova agência, havia uma lista de amigos de ex e atuais dirigentes do órgão, inclusive casais, com o marido e a mulher assumindo bons cargos. A reportagem dava três exemplos. Em uma única frase, mencionava, sem emitir juízo de valor, os nomes do casal L. W. (contratado para a gerência de formação, ensino e pesquisa) e de sua mulher D. O. M. (que assumiu como assessora da diretoria técnica). Era uma menção sumária ao caso dos dois, que, no relatório preliminar da investigação interna aberta para apurar as denúncias, ocupa cinco páginas.
Alegando que a matéria noticia “fato inverídico”, o casal recorreu à Justiça e pediu a remoção da reportagem do site da piauí e a retirada de circulação da edição impressa da revista. Também pedia que, dali em diante, a piauí fosse proibida de fazer menção aos seus nomes em futuras matérias sobre o caso.

O juiz Raposo Filho entendeu que o pedido de censura prévia era excessivo, mas ordenou que a piauí suprimisse a menção a L.W. e D.O.M. tanto dos “textos publicados na rede mundial de computadores”, quanto dos “exemplares da revista piauí edição 201”. Como a edição já havia sido distribuída no início do mês de junho, e o juiz estava informado disso, a consequência inevitável de sua decisão era o recolhimento da edição das bancas – dado que seria impraticável contratar um exército de pessoas que, munidas de canetas, saíssem riscando os nomes do casal de cada um dos exemplares distribuídos a mais de 5 mil pontos de venda no país.
No dia 11 de julho, a piauí recorreu da decisão junto ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Numa peça de 22 páginas, sustenta que “o conteúdo da matéria é estritamente narrativo, baseado em documentos oficiais e fontes fidedignas” e mostra que a existência de indícios de irregularidades e troca de favores é tão incontroversa que a própria agência instaurou investigação interna sobre o assunto – e afastou toda a diretoria. Ao ressaltar que o assunto é de interesse público, a defesa diz que é “dever da imprensa noticiar fatos […] que envolvem suspeitas de contratação irregular de agentes públicos”
O recurso da revista ainda sustenta, com fundamento na decisão de 2014 tomada pela ministra Nancy Andrighi, do Superior Tribunal de Justiça, que o dever do jornalista é “buscar fontes fidedignas”, e o exercício de sua profissão não pode ser engessado pelo rigor dos procedimentos judiciais de investigação. Em outras palavras, o jornalismo não tem poder de polícia, não quebra sigilo bancário, fiscal, não faz escuta telefônica, não manda prender, nem promove operações de busca e apreensão. Segundo Andrighi, os instrumentos à disposição dos jornalistas são limitados aos de sua profissão, razão pela qual, por óbvio, uma reportagem jornalística não é um inquérito policial nem uma sentença judicial.

segunda-feira, 19 de outubro de 2020

Franceses protestam contra o bárbaro assassinato do professor Samuel Paty. Liberdade de expressão acima de tudo...

Manifestação na Place de la République., Paris Foto: Reprodução TV France 2

Os franceses foram às ruas homenagear Samuel Paty. O professor foi degolado por um fanático religioso. O motivo do ato bárbaro: durante uma aula em que falava sobre liberdade de expressão, ele exibiu caricaturas de Maomé. Era uma referência ao mesmo motivo pelos quais terroristas islâmicos, incentivados por líderes religiosos radicais, assassinaram dezenas de pessoas na redação do jornal Charlie Hebdo e em atentados em vários locais de Paris. 

O Brasil parece distante dessa problemática. Mas nem tanto, guardada, por enquanto, as proporções, o alvo, a liberdade de expressão, é o mesmo. Por motivos religiosos, terroristas atacaram a bomba a sede da produtora Porta dos Fundos. Por fanatismo, evangélicos intolerantes ameaçam e depredam com frequência terreiros de candomblé e umbanda. Por não tolerar a liberdade de expressão, uma associação católica processa o mesmo grupo de humoristas e pede uma grana preta na Justiça, alegando que ironizaram a bíblia. E pastores da igreja Universal deflagram centenas de processos contra o escritor J.P. Cuenca. 

O professor francês foi assassinado por levar aos seus alunos um pilar constitucional da França: a liberdade de expressão, o mesmo direito que está gravado na Constituição brasileira. Direito que ora juízes, ora radicais e ora terroristas assumidos tentam torpedear na frágil democracia brasileira. Aqui, a maré da intolerância sobe sem obstáculos. Na França, o povo protesta contra o assassinato de Paty e o governo anuncia providências: a expulsão do país de religiosos radicais que incitam seguidores a usarem o livro "sagrado", sem dispensar facas, fuzis e bombas. O presidente Emmanuel Macron, que pretende expandir uma frente de combate ao terrorismo, recebeu a família do professor e lideranças islâmicas que se opõem aos radicais. 

Parodiando a frase do poeta inglês John Donne imortalizada por Ernest Hemingway no livro "Por quem os sinos dobram": não pergunte por quem os franceses protestam. Eles protestam por ti.

sábado, 5 de janeiro de 2019

Quando a culpa é da imprensa - Jules Feffer revistado...

De Jules Feffer. Reprodução da revista Grilo



A revista Grilo, da Espaço-Tempo Contracultura, editada por Delfim Fujiwara, circulou entre 1971 e 1972.

Foram apenas 48 edições - a tiragem chegou a 30 mil exemplares - que apresentaram aos leitores nomes dos quadrinhos como Jules Feffer, Andy Capp, Wolinski, Guido Crepax, Crumb e outros desenhistas que surgiram na década anterior.

O conservadorismo e os preconceitos eram os alvos. A imprensa era tratada como "inimiga" do establishment e a liberdade de expressão, vítima do autoritarismo, era a bandeira dos quadrinistas em todo o mundo.

sexta-feira, 2 de novembro de 2018

Jornalismo e liberdade de expressão sob ataque e defesa





O Globo publicou ontem um artigo do escritor Luís Fernando Veríssimo sob o título "Os omissos". O autor levanta a questão no momento em que, no segundo turno da eleições, vários líderes políticos supostamente democráticos preferiram o conforto do topo do muro.

Em discurso transmitido em telão para a Avenida Paulista, Bolsonaro defendeu uma "faxina no país" e o banimento dos "marginais vermelhos". Veríssimo ironiza. Sugere que para selecionar o futuro bloco dos perseguidos e expatriados, provavelmente será necessário pregar no peito dos "marginais" uma estrela vermelha para distinguir os proscritos da esquerda dos seus carrascos da direita. E finaliza: "deu certo em outros países". A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro interpretou a referência à estrela como uma ofensa às vítimas do "período mais vergonhoso e e violento da história da humanidade". Em resposta, o movimento Judeus Pela Democracia divulgou nota em que declara entender as críticas, mas reconhece o tom irônico da frase, não vê intenção antissemita na crônica e defende Veríssimo como um escritor que "sempre manifestou seu repúdio ao Holocausto e à história do nazismo na Alemanha, tendo mantido sempre laços muito fortes e fraternos com a Comunidade Judaica".

Uma leitura menos contaminada pela política e pelo adesismo indica que o "deu certo" é claramente dirigido aos métodos de opressão instalados pelos nazistas. Trágica e criminosamente, eles eliminaram em escala industrial judeus, comunistas, intelectuais, cientistas, ciganos, pessoas com deficiência, anarquistas e até opositores alemães de "raça pura". Pode-se dizer, igualmente, que os métodos aplicados no Brasil pelos governos militares "deram certo". Também trágica e criminosamente, a ditadura eliminou seus adversários, o objetivo daquela política de assassinatos e torturas.

Métodos, aliás, defendidos repetida e orgulhosamente pelo presidente recém-eleito.

É positivo que a Fierj e todas as representações da sociedade civil estejam sempre atentas aos verdadeiros e preocupantes sinais de preconceito.

Falta, por exemplo, uma resposta mais efetiva às ameaças que os seguidores de presidente eleito postam nas redes sociais, não raro ilustradas por suásticas, contra judeus, negros, nordestinos, homossexuais, índios etc.

Como diz a nota dos Judeus Pela Democracia, "Luís Fernando Veríssimo não foi o primeiro nem será o último intelectual a citar o nazi-fascismo e o Holocausto como ferramentas de comparação com o que Bolsonaro representa".

O "deu certo" é o alerta que pouco foi ouvido na Alemanha antes da tragédia.

Veríssimo é o alvo errado.

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

Polícia do pensamento ? Folha enquadra atuação dos seus jornalistas e colaboradores até em contas privadas das redes sociais

Quase chegando lá. Polícia do Pensamento, sabe-se, é a instituição do país fictício criado por George Orwell no livro 1984. Uma espécie de força-tarefa do MP da Oceânia, Lestásia e Eurásia destinada a antecipar o controle de idéias, pensamentos e abortar ações subversivas quando ainda gestadas no cérebro.

Quando o humorista Danilo Gentili reclamou de uma critica ao seu filme "Como se tornar o pior aluno da escola", a Folha demitiu o autor da entrevista, o repórter Diego Bargas. Coincidentemente, o jornal anuncia parceria de marketing em torno da obra que originou o longa-metragem, na base do compre o livro e veja o filme. Mas isso não deve ter nada a ver.

Diego dançou e a Folha alegou que opiniões antigas emitidas pelo jornalista nas redes sociais estariam em desacordo com as normas da redação.

Daí, danem-se os escrúpulos, o jornalão dos Frias baixou o que a redação está chamando de AI-5. Digamos que no "decreto" há itens aceitáveis em relação à responsabilidade profissional sobre informações internas da redação, bastidores de reportagem, sigilo sobre conteúdos, matérias exclusivas etc. O problema é quando o documento amplia o AI-5  e veta pensamentos ou atitudes como um jornalista da Folha, imagine, "apoiar um dos lados em uma controvérsia", isso mesmo, até fora do horário de trabalho e nas redes sociais privadas.

A linguagem do AI-5 da Folha parece detalhada, como se fosse uma peça jurídica, mas tem brechas de imprecisão. Quer ver? Teoricamente, se a mulher de um repórter tiver uma desavença com a sogra e este apoiar um dos lados da "controvérsia" e publicar isso no seu Face, estará infringindo a lei de segurança da Folha. Se vibrar Facebook ou no Instagram com a vitória do Palmeiras será chamado aos costumes. Se postar um vídeo de uma "controvérsia" nas ruas, por exemplo, um magistrado dando carteirada e ofendendo um guarda municipal poderá ser enquadrado. Mas há também trechos de puro bom humor, como o que diz que a da Folha "tem o apartidarismo como princípio editorial".

O que o jornal botou no papel é o seguinte; a Folha acredita que ao pagar um salário aos seus funcionários e remunerar seus colunistas e colaboradores está comprando também suas ideias e pensamentos fora do horário de trabalho e fora das funções de cada um. E deixa isso bem claro para quem manda e para quem obedece.

Curiosamente 1: o manual vazou. O que já implica em um "infração" por parte de quem divulgou um "documento interno" da empresa. Mas a Folha não deve reclamar disso, já que legitimou tantos vazamentos nos últimos anos.

Curiosamente 2: a Folha enquadra a rede social quando demissão do repórter Diego Borges não teve a ver com internet mas com matéria publicada no impresso. E aí fica a pergunta: a "sharia" da Folha não vai inibir críticas ou aguçar instintos de sobrevivência? Vai que o dono do filme, do livro, da empresa, do museu, do ministério, da prefeitura não goste do que for publicado?  Vai valer a "jurisprudência" do caso Diego Borges?

Melhor o pessoal criar avatares para suas contas pessoais na rede. E avatares acima de qualquer suspeita. "Gentili do Morumbi", "Bolsonaro do Tatuapé", "Temer do Jaburu" e "Kataguiri da Vila Matilde" são boas sugestões.

Conheça ato institucional da Folha

1. A Folha encoraja seus profissionais a manter contas em redes sociais. Podem ser ferramentas úteis para fazer novos contatos e cultivar antigos, pesquisar pautas, tendências e personagens, agilizar apurações e promover conteúdo próprio e de colegas de jornal, expandindo o alcance do material publicado;

2. Nas redes sociais, a imagem pessoal tende a se misturar com a profissional. Parcela do público pode pôr em dúvida a isenção daquele que, na internet, manifesta opiniões sobre assuntos direta ou indiretamente associados a sua área de cobertura, especialmente as opiniões de cunho político-partidário e em áreas de cobertura de tópicos controversos;

3. Mesmo que o faça fora do horário de trabalho e ressalve que aquela é uma posição pessoal, o jornalista fica sujeito a suspeição, assim como o veículo. Revelar preferências partidárias e futebolísticas ou adotar um lado em controvérsias tende a reduzir a credibilidade do jornalista e a 
da Folha, que tem o apartidarismo como princípio editorial;

4. A melhor maneira de evitar armadilhas é assumir que conteúdo postado na internet é público, nunca desaparece e pode ser facilmente descontextualizado. O alerta também vale para ferramentas de comunicação privada nas redes sociais ou aplicativos de mensagens;

5. A responsabilidade pelos comentários em página pessoal nas redes sociais é exclusiva do jornalista, mas uma manifestação imprudente, mesmo que não diga respeito a sua área de cobertura, pode dificultar o trabalho de colegas de Redação e, eventualmente, sua própria atuação futura. Assim como repórteres acompanham as redes sociais de pessoas públicas, as fontes, os possíveis entrevistados e grupos de pressão também consultam o perfil digital de jornalistas;

6. Tenha cuidado ao compartilhar conteúdos externos. O ato pode ser interpretado como endosso à opinião ou à veracidade da notícia. Ao postar conteúdo opinativo ou polêmico de terceiros, adicione uma introdução neutra. Exemplo: Dilma atacando o ex-vice. @dilmabr: A onda regressiva do governo golpista vai se agravando;

7. Além de seguir as orientações acima, o profissional não pode:

— antecipar reportagens e colunas que serão publicadas (incluindo teasers), mesmo as de sua autoria, salvo com autorização de seus superiores ou, se colunista, da Secretaria de Redação;
— divulgar bastidores da Redação ou dados e documentos internos da empresa, a menos que seja decisão do jornal;
— divulgar informação que o jornal decidiu não publicar por colocar em risco pessoas ou empresas (como sequestro em andamento ou boatos de falência, por exemplo);
— emitir juízos que comprometam a independência ou prejudiquem a reputação, a isenção ou a linha editorial da Folha ou de seus jornalistas;
— utilizar contas da Folha nas redes sociais em desacordo com os procedimentos e as condutas prescritas no Manual;
— destratar quem quer que seja. Em caso de insultos ou ofensas pessoais, responda educadamente ou ignore, mas jamais troque desaforos com quem quer que seja. Se pertinente, os superiores hierárquicos devem ser informados da altercação. Esse comportamento também é esperado de colunistas;
— postar conteúdo integral de reportagens e colunas. Em vez disso, deve-se publicar um link para a Folha, de preferência com uma amostra do material jornalístico. Na publicação de conteúdo jornalístico, incluindo imagens, o profissional da Redação deve dar prioridade às plataformas da Folha. O mesmo vale para análises e opiniões, dado que o jornal cultiva uma política de exclusividade;

8. A Empresa Folha da Manhã S.A. oferece serviço de assistência jurídica aos profissionais que dela necessitem em decorrência de sua atuação na Folha. Além disso, consultores jurídicos ajudam a esclarecer questões legais relacionadas a conteúdos jornalísticos que a Redação queira publicar.

quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Virou Coréia do Norte, Turquia, Arábia Saudita, China, Irã? Promotores americanos exigem que site entregue endereços e dados de opositores de Donald Trump. E governo brasileiro também quer atacar a web

Promotores acionados por Donald Trump estão pressionando a empresa de hospedagem de sites DreamHost a entregar cerca de 1 milhão e 300 mil endereços de IP, além de emails e outros dados de visitantes do site DisruptJ20, que organizou protestos durante a cerimônia de posse do empresário-presidente.

A ofensiva autoritária está surpreendendo grupos de defesa dos direitos civis nos Estados Unidos. Será considerado um perigoso precedente caso os promotores tenham êxito na demanda presidencial. Por enquanto, a empresa está resistindo e tem desafiado o mandato do Departamento de Justiça sob o argumento de que a pretensão fere a Primeira Emenda da Constituição. A iniciativa faz parte de uma ofensiva do governo Trump para processar opositores, segundo o site i24News, com informações da AFP.

Desde o atentado às Torres Gêmeas, a legislação americana ganhou dispositivos dignos de estados policiais, em nome do combate ao terrorismo. Limites foram ultrapassados interna e externamente em operações de espionagem generalizadas. Mas tentar capturar dados pessoais de cidadãos pelo simples motivo de protestarem contra um presidente nivela os Estados Unidos, em termos de repressão na internet, a países como Turquia, Arábia Saudita, China, Coréia do Norte. Irã etc que constantemente investe contra a web.

A internet costuma incomodar governos e políticos com altos índices de rejeição. Se você acha que não tem nada a ver com isso, saiba que no Congresso brasileiro há vários projetos em andamento que ameaçam amordaçar redes sociais, blogs e páginas independentes. você pode obter informações sobre essa ameaça do sub-Trump, o ilegítimo Temer, no site Coalizão Direitos na Rede


CLIQUE AQUI

segunda-feira, 31 de julho de 2017

Mídia digital, pesquisa analisa a força do jornalismo independente


(do Meio & Mensagem) 

Melhor gestão pública e combate à corrupção são temas veementemente abordados por diversas mídias digitais e independentes da América Latina. Mais da metade (66%) dos veículos produziram histórias publicadas pela imprensa internacional e 72% pelos veículos do seu país de origem. Como exemplo deste primeiro grupo está o artigo “The Phony Businesses of Veracruz”, de Animal Político, usado pela Associated Press e The Guardian e responsável por promover uma investigação completa pelo governo mexicano, que encontrou milhões de dólares e diversas contas bancárias ligadas ao Javier Duarte, ex-governador de Veracruz.
Estes dados são do estudo Ponto de Inflexão, publicado pela organização sem fins lucrativos de apoio a jornalistas empreendedores SembraMedia, em parceria com a empresa filantrópica Omidyar Network. A pesquisa analisou 100 startups de jornalismo digital – que variam entre pequenos projetos de voluntários voltados para nichos de público e organizações jornalísticas –, encontrados na Argentina, Brasil, Colômbia e México.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NO MEIO & MENSAGEM, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 24 de março de 2017

Caso Eduardo Guimarães: o juiz Moro tirou a escada e deixou Eliane Cantanhêde pendurada na broxa.

Há quem prefira um Brasil "cordial", omisso e submisso. De uns tempos para cá, sociólogos de consultorias e antropólogos da Casa Grande dizem que o Brasil está dividido, rachado. E acham lamentável que a "outra metade" se manifeste.

Ora, desde que a caravela apontou no Sul da Bahia, o país está dividido. E porque não? Temos todos os motivos, incluindo uma das piores distribuições de renda do mundo, o preconceito, a corrupção, um Congresso ocupado por empresários e fazendeiros, uma mídia dominante atrelada ao topo da pirâmide. O "Brasil dividido" e o racha amplificado pelas redes sociais tem utilidades. Uma delas, tirar do armário a direita hidrófoba. A divisão permite que cada um saiba com quem está lidando. É a era da transparência comunitária, captou?

O caso do jornalista Eduardo Guimarães, do Blog da Cidadania, alvo de condução coercitiva por ordem do juiz Sergio Moro, foi mais um desses episódios plenos da didática que lançam um facho de luz nas trevas políticas. De um lado, vieram críticas e deboches de jornalistas pendurados no main system. Do outro, organizações de classe, nacionais e internacionais, divulgaram notas classificando o caso como uma grave ameaça à liberdade de expressão.

A comentarista Eliane Cantanhêde publicou o post acima e recebeu muitas críticas. Entre outras coisas, por desconhecer a Constituição. Eduardo Guimarães, que foi defendido pela maioria da classe, até da grande imprensa, teve sua função jornalística reconhecida pela Fenaj e pelos Repórteres Sem Fronteira. É jornalista. Mas, mesmo que não fosse, o sigilo de fonte não é prerrogativa de jornalista mas de qualquer cidadão. Advogados, por exemplo. Juristas informam aos navegantes que o sigilo pode proteger médicos, executivos de corporações com ações em bolsas de valores, juízes, diplomatas ou qualquer pessoa, quando for necessário ao exercício profissional.

Muitos internautas rebateram a Cantanhêde. Houve até quem colocasse em dúvida sua condição de jornalista com base na famosa e  folclórica entrevista coletiva-privê de Temer para  o Roda Viva, da qual participou ao lado de outras figuras da "estatuaria de presépio", como diria Nelson Rodrigues,  e que virou uma espécie  de "case" de deslumbramento e submissão com nível de chá de panela travestido de "jornalismo". Eduardo Guimarães também respondeu ao post que o chamava de "aventureiro". Mas a melhor resposta acabou vindo de onde ela não esperava: o próprio juiz Sérgio Moro recuou e decidiu não mais investigar o jornalista Eduardo Guimarães. E a Cantânhede ficou literalmente pendurada na brocha sem a escada que esperava manter.

A arrogância virou mico.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

Somos todos Imperatriz ! Político ruralista quer censurar escola de samba carioca...



Com o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO) à frente, o chamado agronegócio parte com suas alas virtuais de foices, enxadas, motosserras, tratores e agrotóxicos pra cima da Imperatriz Leopoldinense.

Como se fosse um seita, eles reúnem suas tropas para intimidar a tradicional escola carioca. O motivo da ira chega a ser inacreditável: ruralistas e suas bancadas e instituições dizem que o enredo da Imperatriz - "Xingu, o clamor que vem da floresta" - "ataca" o agronegócio brasileiro.

Os ruralistas costumam se colocar como um exército de patriotas que sustenta a economia brasileira. Não são. De fato, formam uma cadeia importante de produção. Mas atuam em um negócio como outro qualquer e o fazem para ganhar dinheiro e não por benemerência.

Além disso, o agronegócio é historicamente favorecido pelos cofres públicos em incentivos, empréstimos a juros subsidiados, perdão da dívidas etc, etc. E, sim, como a mídia independente noticia com alguma frequência, há empresas e proprietários de terras que são alvos de denúncias publicas e investigações sobre desmatamento, contaminação por uso inadequado de agrotóxicos que envenenam trabalhadores, rios e consumidores de frutas, hortaliças, arroz, feijão, milho etc, acusações de uso de trabalho escravo, queimadas, contrabando de madeira etc.

Se, claro, não são todos culpados, isso não significa que os crimes não existam.

O enredo da Imperatriz canta uma realidade - a usurpação das terras dos índios, a destruição dos seus habitats. E não diz que isso aconteceu apenas hoje de manhã e que Ronaldo Caiado e seus aliados são os culpados diretos pela ação histórica e continuada contra os primeiros habitantes do Brasil.

O samba-enredo sonha com um futuro em que o meio-ambiente seja preservado. E isso não é "atacar" o agronegócio, a não ser que o agronegócio queira assumir o papel de destruidor insaciável do meio-ambiente.

A Imperatriz não abomina o campo. Tanto que, no ano passado, no enredo que homenageou Zezé di Camargo e Luciano, cantou a viola, a porteira, o berrante, a colheita, a boiada e a cavalhada.

Mas Caiado está louco da vida e ameaça criar uma CPI para investigar a Imperatriz. Diz abertamente que quer descobrir os "financiadores". Ok, e se descobrir? Vai criminalizá-los, vai expulsá-los do país, vai exilá-los, vai obrigá-los a cancelar apoios, vai mandá-los para uma cadeia em Manaus, vai chamar os militares?

Se essa ala do autoritarismo não guardar seus adereços e fantasias, e suas ameaças, nos próximos dias, melhor a Imperatriz reviver na avenida o belo samba que lhe deu o título de campeã em 1989.

Liberdade, liberdade! Abra as asas sobre nós...


Somos todos Imperatriz.


Conheça o samba de Moisés Santiago/ Adriano Ganso/ Jorge do Finge/Aldir Senna que fez a cúpula ruralista entrar em modo surto. Ouça AQUI: 

"Brilhou coroa na luz do luar
Nos troncos a eternidade, a reza e a magia do pajé
Na aldeia com flautas e maracás
Kuarup é festa, louvor em rituais
Na floresta, harmonia, a vida a brotar
Sinfonia de cores e cantos no ar
O paraíso fez aqui o seu lugar
Jardim sagrado o caraíba descobriu
Sangra o coraçao do meu Brasil 
O belo monstro rouba as terras dos seus filhos
Devora as matas e seca os rios tanta riqueza que a cobiça destruiu

Sou o filho esquecido do mundo
Minha cor é vermelha de dor
O meu canto é bravo e forte
Mas é hino de paz e amor


Sou o guerreiro imortal derradeiro
Deste chão o senhor verdadeiro
Semente eu sou a primeira
Da pura alma brasileira

Jamais se curvar, lutar, aprender
Escuta menino, Raoni ensinou
Liberdade é o nosso destino
Memória sagrada, razão de viver
Andar onde ninguém andou
Chegar aonde ninguém chegou
Lembrar a coragem e o amor dos irmãos
E outros herois guardiões
Aventura de fé e paixão
O sonho de integrar uma naçõa

Kararaô... kararaô... O índio luta pela sua terra
Da Imperatriz vem o seu grito de guerra
Salve o verde do Xingu, a esperança
A semente do amanhã, herança
O clamor da natureza a nossa voz vai ecoar... preservar"

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Luana Piovani compara paparazzi a ladrões. Fotógrafos ficam indignados e vão à Justiça contra a atriz

VEJA O VÍDEO, CLIQUE AQUI
Em entrevista ao blog do escritor e jornalista Aguinaldo Silva, Luana Piovani comparou fotógrafos paparazzi a ladrões. A coluna do jornalista Leo Dias, no Dia, hoje, revela que um grupo de fotógrafos já procurou advogado para processar a atriz. Em trecho do vídeo, Luana se refere assim aos profissionais: “Eu não os respeito, assim como não respeito ladrões, pra mim é tudo a mesma coisa”.
Embates entre fotógrafos e figuras públicas são comuns aqui, em Roma, em Beverly Hills, em Londres, Mônaco, Ibiza ou Nova York. De um modo geral, segundo a jurisprudência, o registro de flagrantes de personagens públicos em logradouros públicos ou em espaços abertos ao público (ruas, praias, aeroportos, praças, shoppings) não é crime. Em espaços privados, sim, o direito de imagem é absoluto. Estratégias como usar escadas para observar sobre o muro piscinas de celebridades, invadir residências ou festas privadas, usar drones para fotografar famosos de topless no jardim de casa etc, são situações normalmente condenadas. Relativamente comum na Europa, essa prática invasiva não é adotada pelos paparazzi brasileiros. Jornais e revistas não publicam: pelas nossas leis, a condenação seria certa. Já houve casos de veículos processados por "invadir" festas privadas. Agora na rua, um abraço, o foco é livre. E isso vale não apenas para artistas. Você deve ter visto durante as prisões da Lava Jato suspeitos saindo de casa levados pela PF. Acha que o caguete em questão posou para as câmeras? Assinou uma "autorização" cedendo a imagem? Obviamente, não. Os fotógrafos agiram nessas situações como qualquer paparazzo. É da função jornalística e a mesma se aplica aos artistas. Se há interesse dos leitores em vê-los nas ruas (e há, o segmento de revistas, coluna e sites especializados em celebridades é bem sucedido no Brasil e no mundo), cabe aos fotojornalistas mostrá-los. É inerente à profissão e à liberdade de expressão. Quase sempre, os paparazzi fotografam Luana Piovani e várias outras assim chamadas celebridades caminhando na orla ou nas calçadas do Leblon. Fotos, digamos, triviais, que não constituem ofensa moral, ética ou algo assim. Não a fotografam em ambiente privado. Essas imagens mais íntimas, uma espécie de "selfie paparazzo", pequenos flagrantes, ela mesma costuma divulgar nas suas páginas das redes sociais com acesso aberto que, por serem publicamente expostas, são livremente replicados em jornais, revistas, sites e programas de TV.
Voltando à coluna do jornal O Dia, Leo Dias divulga um vídeo gravado pelo paparazzo Gabriel Reis, onde ele manda um recado: "Faz o seguinte: manda a polícia vir me prender aqui na rua".
Indignação à parte, o desafio lançado pelo fotógrafo faz sentido. Como dizem os Titãs, "polícia pra quem precisa de polícia". Não é o caso dos paparazzi. A rua é pública e o fotógrafo tem o direito de ir, vir e fotografar as figuras públicas de interesse jornalístico. Sejam artistas, atletas, políticos, modelos, cantores, juízes, empresários etc. Apenas uma consequência da fama que tantos lutam incansavelmente para conquistar.

VEJA A REAÇÃO DE UM PAPARAZZO, O FOTÓGRAFO GABRIEL REIS, CLIQUE AQUI

terça-feira, 16 de junho de 2015

Tese de mestrado: o 'new journalism' das TVs venezuelana e alemã avança na liberdade de expressão e na transparência da informação. #partiurevolucaonamidia

tv 
VEJA A COBERTURA TRANSPARENTE DA COPA AMÉRICA NA TV VENEZUELANA. CLIQUE AQUI
por Omelete
Vamos admitir: a mídia brasileira parou no tempo, é comandada por coxinhas sem noção, âncoras submissos. Falam mal da Venezuela. Pois Caracas está anos-luz à frente em matéria de cobertura da Copa América. Por aqui, temos que aturar Galvão Bueno, Ronaldo Fenômeno falando os mesmos chavões de sempre. Lá, o noticiário não só é mais criativo como é al desnudo para não deixar dúvidas da transparência. Mas o estilo, digamos, transparente, de um jornalismo mais límpido e honesto, está ganhando espaço. Além do exemplo venezuelano (acima), você pode conferir a descontração de uma repórter de externa da TV alemã (abaixo). No caso da apresentadora alemã, ela dá o recado e ainda se submete a um banho gelado por uma causa beneficente. O fato é que, sem nada a esconder, as jornalistas em questão transmitem muito mais credibilidade.  Não tenho dúvidas: no Brasil, estamos fazendo a TV da vovó com a profundidade da sessão da tarde. Ouso teorizar: se a regulação da mídia significa sacudir a poeira e o mofo, então que se quebre urgentemente o monopólio da mesmice. Não podemos é continuar com essa vida de gado sem a liberdade de expressão das TVs alemã e venezuelana. Então é isso, rasguem a fantasia, democratizem a informação. A Constituição garante. #partiurevolucaonamidia

VEJA A VERDADEIRA LIBERDADE DE EXPRESSÃO, SEM MANIPULAÇÃO DA NOTÍCIA, NA TV ALEMÃ, CLIQUE AQUI

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Pela Liberdade de Expressão

Acontecerá na quarta-feira, dia 15, o lançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Democratização da Comunicação e da Cultura com Participação Popular. A cerimônia começa às 14h e se realizará no auditório Nelson Carneiro, na Alerj (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro) – Rua Primeiro de Março s/nº, Praça 15.
Leia mais no site do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro. Clique AQUI

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Liberdade de expressão e direito à comunicação com participação popular

por Gonça
Na próxima terça-feira, 19, organizações da sociedade que defendem a democratização da comunicação e deputados que apoiam a iniciativa lançarão a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação Com Participação Popular, às 14 horas, na Câmara dos Deputados (Auditório Nereu Ramos), em Brasília.
Leia o texto que convoca a reunião:
"O ano de 2011 será fundamental para a democratização das comunicações no país. Com a nomeação de Paulo Bernardo no Ministério das Comunicações, a presidente Dilma Rousseff dá sinal de que deseja priorizar políticas públicas para a área e iniciar um grande debate nacional em busca de uma reforma na legislação das comunicações. Seria fundamental que sindicatos, movimentos sociais, organizações da sociedade civil e as cidadãs e cidadãos aproveitassem o momento para colocar a comunicação como uma das grandes pautas do momento para a consolidação de uma verdadeira democracia no Brasil. Sigamos os exemplos de experiências vitoriosas de mobilização pela reforma do sistema de mídia na América do Sul, como ocorreu na Argentina, onde a sociedade organizada conseguiu ser um ator decisivo na proposta de reforma da ‘Ley de Medios’. É necessário resgatarmos as propostas da 1ª Conferência Nacional de Comunicação (Confecom), nos organizarmos em cada estado e lutarmos por uma nova comunicação. Precisamos de pluralidade na mídia, do fortalecimento dos canais públicos e comunitários, de transparência e democracia nas concessões de rádio e TV, da universalização da banda larga, do respeito aos direitos humanos, de qualidade e acessibilidade aos serviços de telefonia, de liberdade e autonomia na internet. Precisamos de audiências e debates que discutam com a sociedade a mudança na antiquada e autoritária legislação brasileira. Precisamos somar forças no Parlamento, onde será necessário muita mobilização e pressão para aprovar as alterações nas leis da comunicação a nosso favor. Assim, convocamos as entidades e as cidadãs e cidadãos a somarem esforços com os/as parlamentares que defendem a democracia nas comunicações para o lançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação com Participação Popular no dia 19 de abril, 14 h, na Câmara dos Deputados (Auditório Nereu Ramos), em Brasília. Será o momento de mostrarmos a nossa força aos donos/as da mídia e àqueles/as que boicotam o debate público sobre o tema. Vamos fazer um ato plural, massivo, que retome o espirito da Confecom. É importante lembrar também que pela manhã do mesmo dia 19 haverá uma plenária da sociedade civil para discutir estratégias do nosso movimento.
(Forum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), Intervozes,
Centro de Estudos Barão de Itararé, MNDH, ANDI, Fittel, Ciranda, Viração, Arpub, Marcos Dantas, Comunicativistas, AMARC, Lapcom, Campanha pela Ética na TV, Artigo 19")