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segunda-feira, 2 de abril de 2012

Grand Siena em aventuras no Chile

Grand Siena. Foto: Divulgação
por José Rezende Mahar
Na semana passada a Fiat me convidou para ir ao Chile conhecer o novo Siena, apropriadamente chamado de Grand Siena. O nome se aplica, pois ele cresceu de modo impressionante: 14 cm no entre-eixos, uma enormidade em um carro do segmento dos médio pequenos. Falaremos mais dele adiante.
Mas a viagem foi mais do que isso, pois conhecemos um país diferente de todos os outros da América Latina. Primeiro é um país onde não chove seis meses por ano, com um clima ameno sem o calorão brasileiro e onde o Sol se põe no verão quase às nove da noite. Outra diferença marcante é o piso das ruas e estradas. Liso a ponto de ser monótono para nós que vivemos no país do balanço e do solavanco, a suspensão quase não se mexe ao viajar. Talvez por isso sejam tão populares os baratos carros chineses, que como todos são importados – o Chile não produz automóveis – pagam um imposto ridículo de importação, coisa de 5% ou menos. Ao menos em Santiago não se vê carros antigos e velhos. Eu vi só um Ford Crown Victoria dos anos 80 e nada mais. Alguns Audi, BMW e Mercedes, um ou outro Gol e Palio antigo pré-supervalorização do Real e o resto tem olhinhos puxados, a ponto de ser difícil identificar a todos. Tem até Foton da Malásia... No interior tem uns Peugeot velhos, poucos Fiat são os italianos e acabou: o resto é oriental. Com muito Nissan e Toyota. Um detalhe engraçado e que em um país com um clima favorável, talvez meio frio no inverno, não há quase motos na rua, nem pequena nem grande. Uma rara ou outra de cilindrada média, umas dez por dia andando muito e acabou. Os caminhões são na maioria americanos, com alguns Mercedes e Volvo, e os ônibus são quase totalmente Mercedes vindos da Alemanha e encarroçados na Marcopolo ou na Busscar, no Brasil.
O novo Siena é um carro impressionante: Claudio De Maria, o brilhante engenheiro chefe da Fiat, fez uma suspensão maravilhosa mostrando suas qualidades de engenheiro junto com Dotô Robson Cotta na validação. Aumentaram a bitola traseira e instalaram um eixo traseiro de torção com bitola maior que na frente. De origem no Punto, tem uma estabilidade assombrosa para quem conheceu o antigo Siena com a sua suspensão mais chegada no conforto: agora temos um carro que honra sua parecença de traseira com uma Alfa Romeo...
A mecânica é a mesma do Palio. Com o qual compartilha a parte da frente do monobloco até a parede de fogo, sendo depois totalmente nova a plataforma, aí incluso o eixo mágico. Inclusive no modelo Tetrafuel, para compensar o peso e a altura do bujão de gás existe uma barra estabilizadora dentro desse eixo mágico, que pode ser uma opção para os de espírito mais esportivo, embora as curvas dos retornos da estrada de Valparaíso não tenham indicado nenhuma necessidade de mais refinamento na suspensão.
Seguindo uma tendência manifestada primeiro pelo Logan e depois pelo Cobalt, o carro cresceu muito em espaço interno, quase invalidando o Linea,que é só oito centímetros maior. O interior é bem acabado, com a grande arte da Fiat de fazer um revestimento de custo contido, mas de aparência boa. A posição de dirigir é corretíssima e os bancos confortáveis, tanto que me deu vontade de voltar dirigindo de lá só para ver como ficaria em percurso longo.
Um detalhe que melhorou ainda mais é o software do Duologic, agora um pouco mais suave nas trocas automáticas e disposto nas manuais, formando uma opção muito válida para a pedaleira apertada do novo Palio e Uno, que limita meus delicados pezinhos...
Mas o grande momento da viagem foi o terremoto. De uma magnitude de 7,1 graus na escala Richter, me acordou com as portas do quarto do hotel de luxo batendo. Impagável foi a resposta da recepção: não se preocupe, é assim mesmo e já passou...o primeiro terremoto a gente nunca esquece....

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(N.R. José Rezende Mahar (jrmahar@gmail.com ) tem uma longa história de participação no mundo dos motores. Desde 1980 escreve sobre veículos: carros, motos, lanchas, caminhões e ônibus, sejam eles atuais ou clássicos. Editou vários cadernos de automóveis ao longo de sua vida profissional, tais como a Manchete, Gazeta Mercantil, o setor de lanchas da Motor 3, além de colaborar frequentemente no Globo, Jornal Do Brasil, O Dia, Transporte Mundial, Mar, Vela E Motor, Automóveis Antigos e O Radiador, órgão do Veteran Car Club do Rio de Janeiro. Também foi piloto de moto, organizador de competições, chefe de equipe de corridas e mecânico. Em suma, um homem que viveu o encanto da máquina e o feitiço do asfalto em sua totalidade, que sente a emoção dos motores a fundo.)