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sábado, 25 de agosto de 2012

Félix era criticado pelos comentaristas. Sua resposta foi a Jules Rimet e o Tri de 70

Félix no jogo contra a Inglaterra. "O mais difícil". Reprodução Manchete
O goleiro respondeu às críticas com uma taça: a Jules Rimet
A comemoração do Tri. Reprodução Manchete
Reprodução Manchete
O hino, antes da final contra a Itália. Reprodução Manchete
por José Esmeraldo Gonçalves
A Seleção do Tri é celebrada em todo mundo como um dos maiores times de todos os tempos. Não são muitos os países a gravarem suas glórias neste ranking de lendas. Hungria, em 1954, Brasil, 1958, Holanda, em 1974. Alemanha, Itália, Argentina, Inglaterra, Uruguai brilharam em algumas Copas mas não deixaram a marca do mito. Aquela que não se apaga. Com o detalhe: Hungria e Holanda, assim como o Brasil de 1982, nem campeãs foram. Não receberam a taça mas ficaram na memória de milhões de torcedores.
Pois aquele timaço, o escrete de 1970, tinha um goleiro que saiu do Brasil rumo ao México debaixo de um sombrero de critícas. Félix era desacreditado. O Tri lavou a alma, e a mágoa, que ele carregou por uns tempos. Nas então famosas mesas redondas da TV, o que se ouvia era que Félix era baixo, não tinha bom físico, falhava nas bolas lançadas pelo alto. Já campeão, ele desabafou em entrevista à Manchete: "A única coisa que eu não entendo bem até hoje é a minha desconvocação depois das eliminatórias". Félix foi cortado por João Saldanha, que, na TV, listou os "defeitos" do jogador. Félix jamais esqueceu a desfeita. "Zagalo parece que não concordou com isso e me reconvocou. Achou que eu tinha que ir por causa da minha experiência". Ao voltar do México, Félix enviou a um comentarista (ele nunca revelou se era o Saldanha) uma foto autografada, faixa no peito, sorriso e orgulho de campeão. "Aquele comentarista dizia que, com Félix, o Brasil jamais voltaria com a faixa de campeão. E espero que cumpra o juramento que fez: abandonar a crônica se o Brasil fosse campeão", brincava. 
Félix Mielli Venerando, paulistano, fez 47 jogos pela seleção. Foram 33 vitórias, 9 empates, 5 derrotas. Jogou no Juventus (SP) (1953-1955); Portuguesa de Desportos (1955-1957 e 1961-1968); Nacional (SP) (1957-1960); Fluminense (RJ) (1968-1976). Foi campeão carioca pelo Fluminense (1969, 1971, 1973, 1975 e 1976), Campeão Brasileiro de 1970, entre outros títulos.  Em 2010, foi homenageado pela CBF, ao lado de outros campeões de 1970. Eram os 40 anos da grande conquista.
Félix comentou, como se fosse ontem, a epopéia de seis jogos, no México. "Só houve um adversário difícil: a Inglaterra. De qualquer maneira, eu só senti que a Copa estava ganha depois da vitória sobre o Uruguai. Não sei porque, fiquei muito confiante depois daqueles 3 a 1 e não senti qualquer medo no jogo final", relembrou. O jogo contra a Inglaterra, a que Félix se referia, foi mesmo dureza. Jairzinho fez o gol salvador, mas coube ao "baixinho" segurar, lá atrás, os foguetes de Bobby Charlton e a tropa de choque dos grandões da rainha: Mullery, Peters, Lee, Hurst... E olha que os ingleses abusaram do "chuveirinho".
Félix morreu em São Paulo, ontem, aos 74 anos. Fez a última "ponte" da sua vida. E fica para sempre na história do futebol brasileiro.
(As fotos acima são reproduções da Edição Histórica da Manchete - Copa 70 - A Glória do Tri. São de autoria de Jáder Neves e Orlando Abrunhosa que, junto com o jornalista Ney Bianchi, cobriram para a revista a epopéia do México)
 
Veja algumas defesas do Félix, inclusive contra a Inglaterra, em 1970.
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