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quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Médico veterinário é proibido de prestar atendimento gratuito a animais de pessoas carentes

por Flávio Sépia
Corporativismo é uma prática que atenta contra a liberdade das pessoas. Talvez o exemplo mais dramático e que já está ganhando toque de bandidagem é o ataque dos taxistas a motoristas e passageiros do Uber. Combater Airbnb, Neflix e outros aplicativos que derrubam privilégios também é uma outra face do corporativismo. Os corporativistas, assim como os monopolistas e formadores de carteis e trustes defendem o mercado livre mas apenas quando não os atinge.
Além do corporativismo institucional, há o explícito e violento praticado pelas milícias. E há também o que é motivado pelo interesse político. Lembro que quando foi lançado programa Mais Médicos os líderes elitistas da categoria detonaram um campanha violenta contra o programa. Hoje, tiraram a boca do trombone.  Não só o reconhecido sucesso do programa que levou profissionais a municípios remotos mas a adesão dos jovens médicos brasileiros calaram os tais líderes que mais faziam política partidária do que qualquer outra coisa.
Mas o corporativismo pode chegar a atitudes ainda mais cruéis. Os jornais noticiaram recentemente que o médico veterinário Ricardo Camargo foi obrigado a interromper atendimento gratuito a cães e gatos de pessoas carentes em sua clínica, em São Carlos, interior de São Paulo. O Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-SP) implicou com a ação beneficente que, segundo cartolas da veterinária, contraria o código de ética da profissão e o ameaçou com sanções. Se isso é ética, é melhor mudar o código. Ele foi ameaçado de processo e de cassação do seu registro profissional. A atitude diz mais sobre o corporativismo do que qualquer crítica que poderia ser escrita neste post.
O VÍDEO QUE O MÉDICO VETERINÁRIO POSTOU NA SUA PÁGINA (E QUE EM POUCO TEMPO ATINGIU 6 MILHÕES DE VISUALIZAÇÕES) PODE SER VISTO NO YOU TUBE. CLIQUE AQUI

terça-feira, 30 de julho de 2013

Relaxe na maca, o doutor sumiu...

Nessa atual polêmica que envolve governo e médicos, há corporativismo de um lado e erros políticos de outro. Não havia necessidade de o governo incluir médicos de escolas privadas entre aqueles com obrigação de prestar serviço público durante dois a anos. Simples, bastava tornar essa prestação de serviço (que aliás e remunerada em níveis bem mais altos do que a média salarial dos brasileiros) compulsória apenas para estudantes de universidades públicas ou bolsistas do Prouni. Nesses casos, são médicos formados com recursos públicos e que devem esse retorno à sociedade. Essa é uma prática que existe em muitos países. Profissionais que ganham bolsas no exterior, por exemplo, assinam contratos que os obrigam a manter o vínculo público ou, se preferir ir embora, indenizar as instituições governamentais pelos gastos durante os cursos. Faz sentido. Mas o governo acertou ao convocar médicos brasileiros, exclusivamente, para contratação por municípios do interior. As inscrições estão em curso, houve boa resposta, embora maus profissionais tenham apresentado documentos falsos com o intuito de boicotar o programa "Mais Médicos". Em agosto, será aberta nova etapa de inscrições ainda para médicos brasileiros. Só depois, serão chamados médicos do exterior para preencher as vagas existentes. Há nítida carência de médicos no interior. A longo prazo, isso só será resolvido com a instalação de campus longe das capitais, com a intensificação da cotas sociais (o que tornará possível a formação de médicos menos elitistas em regiões mais carentes). Em curto prazo, a solução é importar médicos, coisa que muitos países fazem, não é invenção brasileira. Claro que os profissionais contratados devem ser testados. Aliás, médicos formados no Brasil também deveriam ser conferidos. O Conselho Regional de Medicina, de São Paulo, já faz exame não -obrigatório em recém-graduados e o índice de reprovação é espantoso: em sete anos de realização das provas 4.821 médicos se submeteram aos testes e quase metade (2.250) foi gongada. E olha que São Paulo, teoricamente, é um centro de excelência. Mas é curioso ver que os médicos detonam uma greve contra a sociedade mas se submetem como cordeiros, sem reclamar, à exploração que sofrem por parte dos planos de saúde e dos hospitais privados. Sabe-se que, para sobreviver, muitos médicos acumulam três subempregos privados.