Mostrando postagens com marcador carta capital. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador carta capital. Mostrar todas as postagens

sábado, 9 de março de 2024

Para o lixo da história

 


A Universidade Federal de Pelotas cassou títulos de Doutor Honoris Causa concedidos ao ditador Garrastazu Médici e seu comparsa Jarbas Passarinho. Os dois receberam a homenagem no começo dos anos 1970, o período mais violento da repressão, quando Medici comandava assassinos e torturadores. Passarinho, além de importante colaborador da ditadura, deixou para a história seu cinismo canalha em forma de frase, como um dos assinantes do AI-5, o instrumento que deu aos militares o aval para matar oponentes. "Às favas, senhor presidente, todos os escrúpulos de consciência", disse ele enquato jamegava sádico e orgulhoso o documento que, na prática, autorizou uma onda de prisões, assassinatos e sessões de tortura. 

Desde a redemcratização o Brasil revelou os crimes da ditadura (1964-1985) e apagou muitas homenagens do tipo, mas deveria passar o rodo em muito mais celebrações dos ditadores. Por exemplo, a galeria do Palacio do Planalto ainda exibe os retratos do líderes do regime assassino como "presidentes". Há cidades com nome dos elementos, viadutos, pontes, rodovias etc. Falta ainda um grande projeto que mergulhe a fundo na corrupção praticada celeremente durante a ditadura e calada por força da censura. 

LEIA A MATÉRIA NA REVISTA CARTA CAPITAL NO LINK 

https://www.cartacapital.com.br/educacao/universidade-gaucha-cassa-titulos-concedidos-a-medici-e-passarinho-durante-a-ditadura-militar/

terça-feira, 16 de outubro de 2018

Da Carta Capital: E agora, imprensa?

por Tathiana Chicarino (para a Carta Capital)

A perda de legitimidade da imprensa tradicional nos leva a um diagnóstico de terra arrasada: a destruição de um espaço de mediação que deveria permitir que fatos fossem racionalizados

Ao declararmos a nossa independência em relação à imprensa tradicional, abriu-se uma caixa de Pandora

Não é nenhuma novidade para os atentos de mente e espírito que as instâncias de intermediação vêm passando por um profundo processo de reconfiguração, com suas primeiras bolas de neve nos fazendo revisitar o ano de 2013, quando uma avalanche pegou de sola os partidos políticos, que precisaram (e ainda precisam) de bons solavancos para fazer a ficha cair. O mesmo pode ser dito sobre os sindicatos, escolas, igrejas, fundações e outras organizações.

Se tomarmos os partidos como um caso ilustrativo, poderíamos elencar algumas hipóteses para nos ajudar a entender esses processos de mudanças, entre as quais, escolho duas.

A primeira delas é a perda da capacidade de fazer a articulação entre o poder político – em sua lógica de manutenção e reprodução do poder – e os interesses e necessidades dos indivíduos.

A outra é o espetáculo como técnica política. Quando as imagens adquirem um significado profundo em nossas vidas e, ancoradas na dramatização e no sensacionalismo, colocam a política em uma perspectiva demasiado personalista e superficial, como uma cruzada entre bem e mal, em uma caçada aos culpados, para regozijo dos salvadores.

Mas, se até então o questionamento quanto à legitimidade da imprensa estava restrito a alguns círculos acadêmicos e grupos ativistas, agora ele se espraia para além do razoável, já que não está fundamentado em uma sistematização dos seus conteúdos, em uma verificação factual ou em uma confrontação de perspectivas de análise do mundo, mas tão somente na expressão do momento: fake news!

No mínimo desde a transição da ditadura civil-militar para a democracia, conseguimos demonstrar que a imprensa seleciona temas ou torna noticiáveis determinados fatos e atores em detrimento de outros, além de operar alguns enquadramentos ou interpretações das notícias.

Essa é uma peleja importante para que possamos fundamentar nossas escolhas a partir de informações públicas diversificadas e qualificadas, tomando como pressuposto que a política está baseada em processos de comunicação.

Tá aí o X da questão! Aquele velho paradigma, onde poucos produtores de informação recebiam a atenção de muitos consumidores, ruiu com a chegada da internet, que permite, potencialmente, que todos possam ser, ao mesmo tempo, produtores e consumidores de conteúdo, em um modelo de comunicação híbrido.

Isso não quer dizer que a TV ou o rádio estão com os dias contados, mas que não são mais os únicos canais de difusão de informações socialmente relevantes.

PARA LER O ARTIGO COMPLETO, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 17 de agosto de 2018

Da Carta Capital - A tragédia do jornalismo neoliberal

por Ulysses Ferraz de Camargo Filho (para o  Blog do Sócio - Carta Capital

O problema dos jornalistas das Organizações Globo e similares não está nos conteúdos publicados ou nas opiniões que defendem. A liberdade de expressão, atendidos alguns pressupostos mínimos de respeito à dignidade humana, deve ser protegida.

O problema tampouco está nos argumentos utilizados pelos seus articulistas, eivados de lugares comuns e irracionalidades, quase sempre sem nenhum rigor formal e cujas conclusões raramente derivam das premissas. Não há nenhum problema nisso.

Tampouco é problemática a falta de embasamento técnico demonstrado em reportagens sobre assuntos mais complexos, como economia, meio ambiente, administração, direito e, agora, a contabilidade pública. O nível de conhecimento apresentado nessas áreas está em conformidade com o pensamento médio de grande parte da sociedade brasileira com acesso ao sistema de educação formal e que se abastece de informações periodicamente por meio dos jornais/revistas de grande circulação e dos telejornais. Até aí nada demais.

O jornalismo não cria conhecimento novo, apenas reproduz, em doses diárias e homeopáticas, e com superficialidade, o estado da arte dos saberes dominantes produzidos por uma boa parte da academia.

Onde estaria o problema? Ele parece estar no fato de seus articulistas acreditarem apaixonadamente no que escrevem e falam, ainda que isso implique altas doses de autoengano. Os conteúdos expressam aquilo que eles de fato pensam. Ao menos, na maior parte das vezes, não se trata de canalhice, de conspiração golpista, nada disso. Os textos e os discursos representam a mais completa tradução da visão de mundo de seus autores.

Indivíduos comuns, "gente como a gente", que buscam um lugar ao sol, um espaço digno em seus campos de atuação profissional, lutam por bons salários, crescimento na carreira, consagração e reconhecimento entre os pares.

Quanto mais acreditam no que defendem, mais úteis são para os veículos dos quais fazem parte, os grandes beneficiários do sistema que buscam perpetuar.

LEIA O ARTIGO COMPLETO AQUI

sábado, 22 de julho de 2017

Fotografia - Na Carta Capital, a história de um legado de Robert Capa


No passado, essa foto encorajou voluntários estrangeiros a aderir à luta contra Franco. Agora, pode ajudar os atuais moradores do prédio. Foto de  Robert Capa

LEIA A MATÉRIA COMPLETA NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI

quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Leia na CartaCapital: "Agora há jornalistas dizendo aos patrões para serem mais reacionários do que já são"

Depois de 27 anos de trabalho na redação, em abril de 2016 o jornalista Moisés Mendes pediu demissão de Zero Hora – o mais importante jornal do grupo RBS, afiliado da Rede Globo no Rio Grande do Sul. O estopim para a saída foi a redução da periodicidade da coluna de opinião que Mendes assinava: de quatro para três dias da semana.

O colunista também perdeu o espaço nobre do domingo, porque Zero Hora deixou de circular nesse dia com a criação da chamada “superedição” de fim de semana, distribuída aos sábados.

O jornalista diz não se surpreender com o corte no espaço que ocupava, porque acredita que o “alçapão” para preparar a sua saída já estava sendo armado. “É como um casamento ou uma relação de amizade: tem uma hora em que você estabelece um limite. Eu estabeleci um limite em relação à RBS e fui embora, até porque eles iriam me pegar mais adiante”, avalia.

Moisés Mendes e outro colunista do jornal haviam criado, embora involuntariamente, uma espécie de “Gre-nal” de opinião, “ele à direita e eu à esquerda, que é uma posição que sempre tive”, explica.

Mas os tempos andam áridos para o exercício da pluralidade na imprensa brasileira: “Na Zero Hora e em todos os grandes jornais brasileiros, a opção pelo ultraconservadorismo é uma coisa impressionante”, diz. Para Mendes, o debate sobre o oportuno conceito de pós-verdade, um dos termos-chave de 2016, não pode eximir a imprensa. “A internet mente como as pessoas sempre fizeram no mundo, mas a imprensa institucionalizada não pode mentir.”

Aos 62 anos, o jornalista – que começou a trabalhar em redações do interior gaúcho aos 17 – publica uma coluna no jornal Extra Classe, do Sindicato dos Professores do Ensino Privado do Rio Grande do Sul, e mantém um blog “porque escrever é uma cachaça e não é possível parar”.

Também é convidado frequente em debates sobre jornalismo e política (“depois que saí da Zero Hora, virei o ‘Homem Elefante’: ninguém queria o meu trabalho, mas queriam me ver e me ouvir”, brinca). No final do ano, lançou uma reunião de crônicas no livro Todos querem ser Mujica (Editora Diadorim, 160p., R$ 39,90). Sobre o livro e os rumos da imprensa e do País, Moisés Mendes concedeu em Porto Alegre a seguinte entrevista:

CartaCapital: A imprensa brasileira vive o seu pior momento?

Moisés Mendes – Na Zero Hora e em todos os grandes jornais brasileiros, a opção pelo ultraconservadorismo é uma coisa impressionante. Um dia escrevi que, na época da ditadura, os patrões mandavam os jornalistas escreverem a favor do golpe; agora há jornalistas dizendo aos patrões para serem mais golpistas do que já são.

A gente pega a capa d’O Globo, por exemplo, vê as chamadas para quatro colunistas ou formadores de opinião do jornal e os quatro são conservadores, para não dizer reacionários. Na Folha, escapa o Janio de Freitas. É uma coisa meio assustadora.

O jornalismo fez uma escolha conservadora para preservar o público que o sustenta e que mantém os jornais vivos, e esse público é conservador. Há uma crise profunda no ambiente político, e a mídia é parte disso ao fazer a opção pelo golpe. (...)

LEIA A ENTREVISTA COMPLETA NA CARTA CAPITAL, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 16 de agosto de 2013