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domingo, 14 de fevereiro de 2021

Como Trump foi derrotado e as lições que o Brasil pode tirar do autoritarismo miliciano que pôs em risco a democracia americana

 

Ler essa reportagem da Time deveria ser dever de casa da esquerda brasileira e de quem prefere viver em um país democrático. 

Sob o título "A história secreta da campanha nas sombras que salvou as eleições de 2020", a revista escaneia o movimento social que deteve Trump. Não era segredo que, havia meses, as milícias de direita estavam se preparando para a batalha, enquanto Donald Trump desacreditava o processo eleitoral. Tudo era parte de uma conspiração que, após o fechamento das urnas, se intensificou. Entre 3 de novembro de 20 de janeiro, o candidato derrotado passou a abrir processos, fazer pressão sobre autoridades estaduais e, finalmente, a convocar suas gangues de apoiadores, muitos armados, para o comício que incentivou a invasão do Capitólio.  

O golpe contra a democracia planejado por Trump, com apoio da direita radical do Partido Republicano e da massa de trumpistas e dos proud boys, entre os quais supremacistas brancos e neofascistas, foi vencido com uma união de forças difíceis de se juntarem, mas que se tornou necessária, formadas por empresários liberais (lembrando que, nos Estados Unidos, o liberalismo contemporâneo defende a justiça social, as liberdades civis, a igualdade e a economia mista. Não é a aglomeração de selvagens concentradores de renda que, no Brasil, a mídia comumente chama de "liberais") e trabalhadores. "O aperto de mão entre as empresas e os trabalhadores" - diz a Time -  "foi apenas um componente de uma vasta campanha interpartidária para proteger a eleição - um extraordinário esforço paralelo dedicado não a ganhar o voto, mas a garantir que fosse livre e justo, confiável e não corrompido. Por mais de um ano, uma coalizão de militantes vagamente organizados lutou para apoiar as instituições dos Estados Unidos à medida que estas eram atacadas simultaneamente por uma pandemia implacável e um presidente com inclinação autocrática". Juntos, segundo a revista, buscaram financiamento público e privado, se defenderam de ações judiciais de supressão de eleitores, recrutaram exércitos de voluntários eleitorais, fizeram milhões de pessoas votarem pelo correio pela primeira vez e pressionaram com sucesso as empresas de mídia social a adotar uma postura mais dura contra a desinformação.  Com um detalhe: muitos republicanos perceberam o risco que Trump representava para a democracia e participaram da campanha-cidadã.

A revista destaca um personagem especial e decisivo: Mike Podhorzer, um experiente conselheiro político da maior confederação sindical do país. Em fins de 2019, ele se convenceu de que as eleição sob Trump seria um desastre e decidiu protegê-la. Ao sair em campo, descobriu que não era o único a pensar nesses termos. Conversou com centenas de lideranças em vários setores. "O que ele queria saber" - escreve a Time - "não era como a democracia americana estava morrendo, mas como poderia ser mantida viva". 

Se você perceber na longa reportagem da Time muitos pontos de contato entre o assalto ao poder planejado por Trump - um protótipo de ditador que conseguiu chegar à Casa Branca -, e as ações organizadas de Jair Bolsonaro à frente dos seus militares, milicianos, magistrados e políticos adquiridos no balcão do Congresso, não será mera coincidência. 

Mas há uma diferença crucial: Bolsonaro chegará às eleições de 2022 com maior sustentação do que Trump teve para tentar impor um segundo mandato do seu regime autoritário. 

Leia a reportagem da Time, AQUI 

terça-feira, 12 de novembro de 2019

O Pasquim, 50 anos. Agora com um clique você viaja no tempo. A coleção do semanário que desafiou a ditadura foi digitalizada pela Biblioteca Nacional

O Pasquim número 1, junho de 1969. 

Uma edição que faz um link entre a ditadura e o Brasil de hoje: jornalistas ameaçados pelo governo
e pelas milícias digitais. 

Ao completar 50 anos (foi lançado em junho de 1969), O Pasquim ganha um ponte digital para as novas gerações e para o futuro. A Biblioteca Nacional acaba de digitalizar as 1072 edições do histórico semanário. Textos, fotos e charges poderão ser acessado na plataforma da Seção de Periódicos da BN.

A nova plataforma será lançada no dia 19 de novembro durante a abertura da exposição "O Pasquim 50 Anos", no Sesc Ipiranga, em São Paulo.

O Pasquim digitalizado chega, coincidentemente, em uma época difícil para a liberdade de expressão. Jornalistas são perseguidos e alguns veículos "chapa-branca" demitem, a pedido do governo da direita radical, profissionais que criticam a republiqueta bolsonarista.

A nova censura afeta a cultura, com registro de exposições, filmes e peças vetados por instituições oficiais.

O Pasquim volta, pelo menos em forma de memória jornalística,  mais atual do que nunca.

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

Prêmio Vladimir Herzog homenageará Glenn Greenwald e Patrícia Campos Mello, jornalistas ameaçados pelas milícias da ultra direita


Patrícia Campos Mello (em foto de Felipe Campos Mello/Divulgação) e Glenn Greenwald (Foto: de David Santos/My NewsDesk/Divulgação)
Durante a entrega do 41º Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, no dia 24 de outubro de 2019, no Tucarena (SP), os repórteres Glenn Greenwald e Patrícia Campos Mello
receberão o Homenagem Especial.

Patrícia Campos Mello é repórter especial e colunista da Folha de S. Paulo e recentemente recebeu ameaças das milícias bolsonaristas ao denunciar crimes eleitorais ocorridos durante a campanha do candidato à presidência. Glenn Greenwald atua à frente do Intercept Brasil, que vem divulgando mensagens estarrecedoras trocadas por uma facção de procuradores da Lava Jato. Greenwald também vem sendo ameaçado por elementos da ultra direita.

A 41ª edição do Prêmio Vladimir Herzog destará Fotografia, Produção jornalística em texto, Produção jornalística em vídeo, Produção jornalística em áudio e Produção jornalística em multimídia, ilustrações, charges, cartuns, caricaturas e quadrinhos. A divulgação dos finalistas acontecerá no dia  27 de setembro.
Mais Informações no site do Prêmio Vladimir Herzog AQUI

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Do Knight Center: Em meio a ameaças à imprensa, Brasil prepara lançamento de rede de proteção a comunicadores

Valério Luiz Filho (Instituto Valério Luiz), Emmanuel Pellegrini (MPF), Raiana Falcão (MDH) e Andrew Downie (CPJ) durante encontro em São Paulo. (Foto: Marina Atoji / Abraji). Reproduzida do Knight Center. 

por Carolina de Assis (do Knight Center for journalism in the Americas)

Um encontro realizado em São Paulo no começo de dezembro reuniu comunicadores, organizações pela liberdade de imprensa e representantes do Estado para debater as ameaças enfrentadas pela imprensa, as medidas que o Estado vem tomando para combater a impunidade nos casos de violência contra trabalhadores da categoria e os próximos passos para o lançamento de uma rede de proteção a comunicadores no Brasil.

O Encontro Nacional de Proteção a Comunicadores aconteceu na capital paulista nos dias 4 e 5 de dezembro e foi organizado pelo Instituto Vladimir Herzog, pela Artigo 19, Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) e pelo coletivo Intervozes.

O evento reuniu cerca de 50 pessoas de 11 Estados brasileiros para aprofundar o debate sobre a violência contra comunicadores e articular uma rede de proteção a estes profissionais que cubra os diversos contextos comunicacionais do país, disse Artur Romeu, da RSF, ao Centro Knight.

No primeiro dia do encontro, comunicadores de várias regiões do países participaram de mesas temáticas com membros das organizações e com representantes do Estado. Buba Aguiar e Gizele Martins, do Rio de Janeiro, Cláudio André, de Pernambuco, Cristian Góes, de Sergipe, e Valério Luiz, de Goiás, contaram casos vividos por eles de censura, criminalização, violência e impunidade em crimes que tiveram comunicadores como alvo.

“Trouxemos as principais violações que observamos com relatos em primeira pessoa de casos emblemáticos, para personalizar e gerar essa identificação, que funcionou bastante junto aos participantes”, contou Marina Atoji, gerente executiva da Abraji, ao Centro Knight. “Quando falamos em censura ou criminalização, parece uma coisa muito etérea. Mas quando contamos uma história e colocamos isso na figura de alguém, isso tem uma força maior.”

Os representantes do Estado, disse Atoji, trouxeram “a visão do Estado enquanto criador e executor de política pública”. Participaram Carlos Weis, da Defensoria Pública do Estado de São Paulo, Emmanuel Pellegrini, do Ministério Público Federal (MPF), e Raiana Falcão, do Ministério dos Direitos Humanos (MDH) e coordenadora-geral do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, Comunicadores Sociais e Ambientalistas.

LEIA A MATÉRIA COMPLETA E ACESSE OS LINK COMPLEMENTARES AQUI

sábado, 16 de janeiro de 2016

Fifa, que condena exibicionismo religioso em campo para evitar provocação a torcedores das mais variadas crenças e seitas, apaga faixa-exaltação de Neymar

Neymar no vídeo da Fifa. A faixa, que o bom senso considera inconveniente em estádios para evitar reações de torcedores de outras religiões, ficou em branco. 
por Flávio Sépia
O povo diz que se deve evitar discussões sobre futebol, política e religião. Jamais acabam bem. Imagine você juntar futebol e religião. A Fifa, que tem mais países afiliados do que a ONU, é obrigada a tratar o tema religião com cautela. Simples, só para citar algumas correntes: há torcedores católicos, protestantes, neopentecostais, muçulmanos, israelitas, espíritas, umbandistas, adeptos do vudu, do candomblé, messiânicos, wahhabistas, rastafari, politeístas e ateus. Todos respeitáveis nas suas linhas. Se durante um jogo em um país muçulmano, por exemplo, um jogador exibir faixas exaltando Jesus boa parte da torcida poderá ver o gesto como provocação. Países fortemente católicos no Leste europeu já registraram conflitos entre torcedores por reação ao exibicionismo de símbolos religiosos em estádios. E, nessas situações, não há fair play que resista. Vira briga de torcida. Em vídeo oficial com os melhores do mundo em 2015, a Fifa usou uma cena de Neymar celebrando a conquista recente da Liga dos Campeões onde o jogador exibia a faixa "100% Jesus". Na versão do vídeo que corre o mundo, a Fifa apagou os dizeres da tal faixa. Na ocasião da comemoração de Neymar naquele título consta que a Fifa e a Uefa fizeram chegar ao Barcelona um alerta sobre as normas das entidades que proíbem a exibição de mensagens políticas, religiosas, raciais e pessoais em qualquer idioma. O bom senso, no caso, deve-se a que o futebol alcança pessoas das mais diferentes raças, ideologias e crenças e não convém que seja usado para cenas de sectarismo político e religioso e até fanatismo desembestado. Se religiões devem ser praticadas na casa de cada um ou nos seus respectivos templos, igrejas e espaços privados, é mais conveniente ainda que não sejam sejam usadas como exibicionismo ou provocação desagregadores em espaços públicos e plurais. A Fifa está certa e a violência religiosa que se propaga no mundo - com o Brasil já registrando lamentáveis episódios de agressões e vandalismo fanáticos - lhe dá razão. Aliás, tenho um amigo que diz que depois que vários jogadores brasileiros passaram a fazer pregação religiosa em campo através de frases, camisetas e gestos, o Brasil não ganhou mais nada. Pelo jeito, nem Jesus aprova carolice no futebol. Uma prova disso? Os 7x1 da Alemanha que por prece alguma deixaria de pôr o Brasil na roda.

segunda-feira, 16 de março de 2015

Em São Paulo, líderes da manifestação tentam jogar multidão contra jornalistas da Carta Capital. "Ei, Carta, vai tomar no c..."

A equipe da Carta Capital destacada para a cobertura da manifestação contra o governo, em São Paulo, foi hostilizada pelos manifestantes. Os repórteres não puderam trabalhar e foram "escoltados"
ao se retirarem. Um deles, sob empurrões de "camisas negras". Veja o vídeo da Carta Capital. Clique https://www.youtube.com/watch?v=Ap3-adoM8bc