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terça-feira, 2 de agosto de 2011

Memória da redação: Aconteceu na...

Os fotógrafos Jáder Neves, no alto, à esq., Jankiel Gonczarowska e Angelo Gomes. Ney Bianchi na máquina de escrever, em 1956. 
Na capa da edição comemorativa, lançada há 55 anos, dois beques, como se dizia na época, que não brincavam em serviço: Pinheiro, do Fluminense, e Bellini, do Vasco
Na redação da Manchete Esportiva, Arnaldo Niskier e Ronaldo Bôscoli
Os irmãos Rodrigues: Augusto era o diretor da Manchete Esportiva; Nelson, cronista; e Paulo, repórter
O livro O Berro Impresso das Manchetes, da Agir, com as crônicas de Nelson Rodrigues publicadas na Manchete Esportiva entre 1955 e 1959.
por José Esmeraldo Gonçalves
O post de Eli Halfoun, hoje, sobre Nelson Rodrigues, me leva a um registro do jornalismo esportivo: o lançamento do número de aniversário da Manchete Esportiva, há 55 anos. Em 1956, a revista comemorava seu primeiro aniversário. Em um ano, acumulara nos seus arquivos cerca de 20 mil fotos. Havia no Brasil outras publicações especializadas, mas a Manchete Esportiva era a primeira a dar à fotografia um peso excepcional nas suas coberturas. Herdava, de certa forma, uma das principais características da revista Manchete lançada em 1952. O destaque à imagem não impedia a Manchete Esportiva de reunir uma redação de craques. Um time que, a exemplo da atual seleção brasileira, mesclava nomes consagrados como os irmãos Rodrigues (Augusto, o diretor, Nelson , cronista e Paulo, repórter) com profissionais que iniciavam as saus carreiras e brilhariam nas décadas seguintes como Ney Bianchi, que cobriu Copas e Olimpíadas até 1998, Arnaldo Niskier, que dirigiu várias revistas e é hoje imortal da Academia Brasileira de Letras, e Ronaldo Bôscoli, que trocaria a rotina de jornalista pela de compositor de sucesso com marcante atuação na Bossa Nova. Na edição que festejava seu primeiro ano, a Manchete Esportiva reproduziu algumas capas. Estão lá, em "ektachrome", Gilmar,  Zizinho, Veludo, Dequinha, Ademir, Didi, Garrincha, Castilho, entre outros. A revista durou pouco mais de cinco anos. Acumulou no período outros 100 mil negativos e "ektachrome", que focalizaram todo o brilho de uma geração ímpar - que incluía Pelé, Garrincha, Didi, Vavá, Nilton Santos, Bellini, Zito, Zagalo, Julinho, Dida, Mazzola, Gilmar, Pinga, Almir - e imortalizaram a Copa de 1958, na Suécia, a primeira Jules Rimet que o Brasil trouxe para casa. Essas imagens de uma época de ouro do futebol brasileiro fazem parte do Arquivo  Fotográfico que pertenceu à Manchete e que, desde que foi leiloado, há quase dois anos, está desaparecido (os fotógrafos de todas as gerações que atuaram nas revistas da Bloch empreendem, no momento, através do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro, uma ação para localizar e reivindicar os seus direitos autorais sobre o acervo que pertenceu à falida Bloch Editores). Se as fotos estão desaparecidas, alguns valiosos exemplares da Manchete Esportiva ainda podem ser encontrados em sebos ou na Banca Cena Muda, especializada em revistas antigas, da livreira Ada Guimarães, na Praça N.S. da Paz, em Ipanema. E a editora Agir lançou em 2007 o livro "O Berro Impresso das Manchetes - Crônicas Completas da Manchete Esportiva", que reúne os textos de Nelson Rodrigues publicados na revista. A memória do jornalismo esportivo agradece.