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domingo, 8 de abril de 2012

“A Grande Família” é um símbolo de resistência na televisão

por Eli Halfoun
Além de ser uma comédia consagrada pelo público, “A Grande Família”, que voltou à programação da Globo, é o que se pode chamar de um símbolo de resistência na televisão. Programas desse tipo costumam durar por no máximo dez temporadas, mas a Família criada por Oduvaldo Vianna Filho e Armando Costa estreou nos anos 70 (a primeira temporada foi de 1971 a 1975, a segunda versão foi lançada em 2001) e começa a perder audiência agora simplesmente porque criou tal intimidade com o telespectador que, por isso mesmo, passou a não prestar muita atenção ao programa e evidentemente aos agora íntimos personagens que mesmo assim continuam fazendo um retrato fiel da maioria de famílias brasileiras famílias brasileiras.
A intimidade tem sempre, e inclusive na relação de um casal, essa desvantagem: acaba com a fase de descobertas e com aquela saudável necessidade de renovar-se sempre e em tudo para agradar o parceiro. No caso da volta de “A Grande Família” acontece mais ou menos isso: o público quer mais, muito mais, do que apenas repetições e convenhamos que não é fácil para turma de criadores do programa não ficar repetitiva, sem bem que a turma tenta, mas nem sempre em sucesso.
Mesmo assim “A Grande Família” é um exemplo de longevidade na televisão e continua sendo um bom programa, até quando o íntimo telespectador pode perfeitamente adivinhar o que acontecerá com os personagens. Lineu, Nenê, Tuco, Agostinho e Bebel ficaram absolutamente previsíveis como, aliás, costumam ser todos os que nos cercam e com os quais criamos uma chatíssima intimidade, que convenhamos não costuma ter nenhuma graça.
Se conseguir o mínimo de renovação, “A Grande Família” conseguirá mobilizar o público novamente, mas tudo leva a crer que essa ser pode vir a ser a última temporada do programa, a não ser que consiga a força de resistir (como acontece com “Os Simpsons” que está no ar há 20 anos). Resistência, mesmo quer seja heróica como a de ”A Grande Família” também tem limite. (Eli Halfoun)