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domingo, 1 de maio de 2022

Dois toques entre lendas do futebol

 

Reprodução Manchete Esportiva

O reencontro na inauguração da estátua de Roberto Dinamite
em São Januário.Foto de Daniel Ramalho/Vasco


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Roberto eternizado na Colina. Foto de Daniel Ramalho/Vasco

Na ultima quinta-feira, o Vasco inaugurou em São Jamuário uma estátua de Roberto Dinamite. Zico foi lá prestigiar a homenagem. Os dois jogadores protagonizaram duelos lendários entre Vasco e Flamengo. O Maracanã e as gerações que tiveram o privilégio de vê-los jogar serão eternamente gratas ao talento dessa dupla. Guerreiros em campos opostos, juntos na história do futebol brasileiro e mundial.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Alô torcedor. O futebol brasileiro como você conhece começa a acabar nesse fim de ano. O futuro é business

A bola não está rolando, mas o futebol brasileiro não está parado.  Pelo menos não no campo das jogadas financeiras. 


Depois do Cruzeiro, adquirido por Ronaldo Nazário em transação ainda não inteiramente esclarecida, o Botafogo foi vendido para um empresário norte-americano. O próximo da fila pode ser o Vasco. 


Outros certamente virão no rastro da lei que permite às associações esportivas (clubes) venderem o futebol e seus ativos a investidores. O real desvalorizado estimula o interesse dos estrangeiros. 


É cedo para avaliar os efeitos da nova lei no futebol brasileiro, na qualidade técnica e na sobrevivência dos times. 


Certamente não haverá interesse dos investidores em muitos clubes de menor expressão. Provavelmente, como aconteceu na Europa, ocorrerá uma maior elitização do futebol com os times de grande investimento prontificando ainda mais em campo. Por isso a UEFA estabeleceu normas para regular investimentos, de forma a minimizar em alguns pontos o poderio financeiro. Há um limite, embora tênue, para os muitos ricos. Nesse sentido, não há regulação prevista no Brasil, por enquanto.  


Ainda no quesito futebol-empresa, há algo mais preocupante. A UEFA, que comanda a liga europeia, é entidade associativa. Reúne federações e, por tabela, os times. O Globo notícia hoje o andamento da criação de uma Liga nacional no Brasil reunindo clubes da Séries A e B. É mais uma etapa da tentativa de modernizar o nosso futebol. A matéria fala em um grupo financeiro interessado em comprar a Liga. .


Aí já entra o péssimo jeitinho oportunista brasileiro nessa reestruturação. Vender uma Liga? Ligas devem ser obrigatoriamente neutras, com dirigentes eleitos por associados, como na UEFA, ou não terão credibilidade. Empresários , por definição, visam interesses. Como poderão dirigir campeonatos sem que levantem suspeitas ou criem polêmicas? E os times passarão a ser meros empregados do patrão da Liga? 


Todo esse processo é embrionário ainda. O que parece faltar é transparência. E aferir as reações das torcidas que não têm voz ou qualquer participação nas transações. Em princípio vão se manifestar apenas na hora de exigir gols, vitórias e títulos. Poderão eventualmente protestar contra eventuais compradores. Por exemplo, digamos que o Véio da Havan compre o Flamengo, com certeza parte da torcida não ficará feliz.

quinta-feira, 4 de março de 2021

Eu quero o meu Vasco de volta! • Por Roberto Muggiati

 

A indignação de mais uma derrota pífia me acordou. Resolvi lembrar aquela quarta-feira à noite no Maraca, com minha filha Natasha, em que vibrei como nunca com o futebol do meu time, que enfiou 4 x 1 no Flamengo. Era uma semifinal do Campeonato Brasileiro de 1997, no qual o Vasco seria tricampeão. Naquele jogo, cito da internet, “Edmundo acabou com a molambada, marcando três golaços e fazendo suas comemorações que ficariam na memória dos vascaínos por toda a eternidade.” Cruzmaltinos, vejam aí e acordem o gigante adormecido da colina, refém da cartolagem maligna. Quatro rebaixamentos é dose! Daqui a pouco caímos para a terceirona... Vascaínos do (Ed)mundo, uni-vos! 

RELEMBRE UM JOGO HISTÓRICO AQUI

segunda-feira, 15 de julho de 2019

A polêmica do VAR: os nerds têm mesmo que decidir jogos?

No atual Brasileirão o VAR tem se afirmado como mais uma instância de erro. Tornou-se uma espécie de muleta para árbitros inseguros. Na dúvida, eles dividem a responsabilidade com os nerds que operam o sistema.

Na prática, o VAR virou o Google dos árbitros

O Vasco, na última rodada, foi a nova vítima. A bela arrancada de Pikachu rumo ao segundo gol foi inutilizada pelos "sábios do mouse" ao alegar erradamente que em lance anterior outro jogador do Vasco, Rossi, teria feito falta em Matheus Henrique, do Grêmio. Àquela altura, o segundo gol do Vasco poderia ser decisivo. Perdendo do 2X0, o Grêmio, no mínimo, teria que avançar e se expor.

O Vasco pedirá punição do árbitro, mas, é aí, os três pontos já eram. Há quem diga que o cruzmaltino, enfraquecido, perdeu força para se defender e virou saco de pancadas do apito. A conferir. Mas o fato é que o Brasil se esforça para desmoralizar o VAR.

O que os árbitros tanto conversam com o técnico via rádio? Até para confirmar lateral, eles dialogam.

Se os árbitros não eram infalíveis e o VAR também não é, a redundância tem potencial de causar muita confusão. Até aqui, não veio para explicar, mas para confundir, como dizia o Chacrinha.

O VAR é um elemento válido no jogo, mas o protocolo deve ser aperfeiçoado. Por que não adotar o sistema do vôlei, que está em vigor há anos e não provoca tanta polêmica? Cabe o árbitro marcar e a cada treinador um número determinado de pedidos de revisão eletrônica. Só em caso relevante, quando os dois treinadores já esgotaram seus pedidos, o árbitro tem direito a recorrer à eletrônica.

Outra medida que ajudaria a baixar o nível de desconfiança: transmitir no sistema de som do estádio o diálogo do árbitro com os nerds do VAR. É assim no futebol americano: o juiz anuncia suas decisões para todo o estádio ouvir. Não seria problema já que, teoricamente, VAR e juiz não teriam nada a esconder. Torcedor paga ingresso para saber de todos os detalhes do jogo. E, agora, que um diálogo via rádio pode decidir uma partida tanto quanto uma jogada de um craque a galera quer saber o que as autoridade do jogo tanto conversam.

A transparência agradece.

segunda-feira, 13 de maio de 2019

Caso Sidão, do Vasco: Globo faz bullying em vez de jornalismo e revolta redes sociais...

Um goleiro que falha diante da torcida no estádio e de milhões de espectadores na TV é suficientemente punido.

A TV Globo promove a enquete Craque do Jogo em votação nas redes sociais. Ontem, após o jogo Santos 3 X 0, os internautas partiram para a ironia e apontaram o goleiro Sidão, que errou na saída durante o primeiro gol do time da Vila Belmiro, como o vencedor do troféu.

A direção da Globo, apesar dos protestos dos comentaristas, insistiu entre dar seguimento à "eleição". Jornalistas e muitos torcedores condenaram nas redes sociais a atitude equivalente a assédio mortal em rede nacional..

Diante de um Sidão abatido foi absurda a cena de entrega do "prêmio, que já concorre a uma das mais constrangedoras do ano. A Globo endossou o bullying mas, diante das reações mudará o formato da enquete. Torcedores continuarão votando e os comentaristas passam a ter direito a voto. O poder moderador deverá evitar que agressões e desrespeito sejam veiculados.

terça-feira, 2 de abril de 2019

Futebol celebra a Democracia. Diretoria do Flamengo faz gol contra

No jogo da Democracia, alguns clubes de futebol do Brasil e da Argentina bateram um bolão na última semana 



Aqui, foram poucos mas representativos. Apenas Corinthians, Bahia e Vasco da Gama postaram em suas redes no dia 31 de março - data que marcou os 55 anos do golpe de 1964 e da ditadura que se seguiu perseguindo, sequestrando, torturando e assassinando brasileiros - mensagens contra o autoritarismo e pelas liberdades democráticas.


A Argentina celebrou o Dia Nacional Pela Memórias, Liberdade e Justiça. No país que também sofreu ditadura sangrenta, muitos clubes fizeram manifestações alusivas à Democracia. "Nunca mais", assinalaram os torcedores, condenando a opressão.

Nota oficial do Flamengo

No Rio, o Flamengo foi a dissidência anti-democrática. A diretoria, não uma parte da sua torcida. No último domingo, rubro-negros fizeram na sede de remo uma homenagem a Stuart Angel, ex-remador do clube. Filho da estilista Zuzu Angel, Stuart foi preso, torturado e assassinado no Centro de Informações de Segurança da Aeronáutica, em 1971. O jovem, então com 25 anos, foi amarrado a um veículo, com a boca colada ao cano de escapamento e arrastado até à morte no pátio do quartel. Anos depois, outros presos, além de ex-soldados que testemunharam a sessão de tortura, denunciaram a crueldade. Incomodada com a homenagem a Stuart Angel, a diretoria do Flamengo divulgou nota condenando o gesto dos torcedores. Nas redes, os internautas, incluindo rubro-negros reagiram contra o posicionamento dos cartolas. O mais curioso é que a nota oficial publicada no site do Flamengo tem na página os logotipos de patrocinadores. As marcas também assinam a nota? Estão incluídos entre os apoiadores a estatal Eletrobras, o Governo do Rio de Janeiro, Lei do Incentivo ao Esporte, Ministério da Cidadania, e o "Patria amada Brasil" do governo Bolsonaro. Ah, bom.

quarta-feira, 14 de março de 2018

Leitura dinâmica: Stephen Hawking, Bebeto, taxa de carioca, a volta da Moral e Cívica, mulher torturadora...

* Frase  que fica - De Stephen Hawking, que morreu ontem aos 76 anos: "Somos apenas uma estirpe avançada de macacos em um planeta menor de uma estrela muito comum. Mas podemos entender o universo. Isto nos torna muito especiais”. Foi dita em 1988, em entrevista à Der Spiegel. Em 1994, Pink Flyd "sampleou" a voz de Hawking na música Keepp Talking. Veja o clipe e ouça AQUI. *

* Fumaram a propina: O Esch Café foi templo badalado pela elite carioca. Era exaltado em matérias e colunas sociais. Entre baforadas, era centro de degustação de propinas. A Lava Jato acusa o dono do lugar, empresário Felipe Paiva, como "coordenador' do esquema de jabaculês com dinheiro público.

* O carioca frequentemente paga com a vida por morar em uma cidade onde o tráfico domina territórios. E paga em dinheiro o custo da violência. Além de dar as ordens nas favelas, os traficantes e milicianos agora unidos fazem dos assaltos nas ruas, roubo de carros, explosões de caixa, roubos de cargas, gatos de TV por assinatura, vans, venda de gás, de cestas básicas etc o franchising do crime. Para completar, as empresas, como Correios, Light e transportadoras agora transferem para o consumidor um taxa para compensar os riscos de atuar no Rio. E o cidadão sair perdendo em todas as situações.

* O Brasil vive um novo milagre econômico? A coluna de Míriam Leitão no Globo de hoje tanto louva o governo e pinta de rosa a conjuntura que poderia ser assinada pela Agência Brasil.

* O jogo Vasco 0 X 1 Universidad de Chile, ontem, foi truncado pela violência habitual nos jogos da Libertadores. Mas quem mais apanhou em São Januário foi a bola. A "gorduchinha", como apelidava o locutor Osmar Santos foi praticamente linchada pelos dois times

* Torturadora - Espera-se que a nomeação de Gina Haspel como primeira mulher a chefiar a CIA não seja comemorada por mais ninguém além do presidente dos Estados Unidos. A mulher era gestora de torturas nos porões da "Gestapo" americana. Para Trump a nomeação foi o seu jeito de comemorar o Dia Internacional da Mulher.

* Esculhambação ideológica - Nada define mais a coerência partidária no Brasil do que o PPS (Partido  Popular Socialista). O partido se diz "de esquerda" e originário do Partido Comunista. Pois o deputado distrital Raimundo Ribeiro é o autor da lei que impõe a volta de uma disciplina escolar da ditadura - Educação Moral e Cívica - às escolas de Brasília. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) até vetou o projeto, mas a Câmara Legislativa derrubou o veto e revalidou a lei de Costa e Silva. A pergunta que não quer calar: Raimundo Ribeiro vai buscar mais inspiração no regime militar? Vai ver ele sonha em recriar outras instituições goebbelianos da ditadura: "Povo Limpo é Povo Desenvolvido", "Ame-o ou Deixe-o",  "Ninguém Segura este Paí", "Doi Codi", Dops...

* Flamengo "amarelou" - Até os torcedores rubro-negros estão reclamando do novo uniforme do time, todo em amarelo. Parece um tentativa vulgar de pegar carona nas cores da Seleção em um ano de Copa. Falta trocar o Urubu pelo Canarinho.

* O criador da "Geração de Prata" do vôlei - Morreu Bebeto de Freitas. Era sobrinho de João Saldanha e tinha o esporte na veia. Foi o técnico da seleção na Olimpíada de Barcelona em 1994, quando ganhou a histórica medalha de prata e posterior evolução do vôlei brasileiro tem sua mão de ex=levantador.

* Campos para refugiados - Bolsonaro anuncia que vai revogar a Lei de Imigração e construir campos para concentrar na fronteira venezuelanos que buscam o Brasil.

* Para saber como funciona a igreja-indústria neopentecostal, leia o livro  "Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil", de Ricardo Mariano.

* Humor cotidiano - frase de Carmen Lúcia: "Simplesmente não me submeto a pressões".

* Essa suposta negociação da "Escolinha do professor Temer" com o governo Trump, após a taxação do aço, pode acabar em mais prejuízo para o Brasil. Por enquanto, podem ser colocadas na mesa mais imposições americanas, segundo matéria do Globo, hoje: que a Embraer passe para a Boeing o mais rápido possível e que o Brasil libere a importação de etanol de milho produzido na terra do Tio Trump. Enquanto outros países estudam retaliações, no Bananão, como dizia Ivan Lessa, os nossos Chicago Boys já fazem a lista do que podem entregar.

segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A crônica "imerecida"...

Jogadores do Vasco comemoram vitória "imerecida", na opinião do cronista do Globo.
Foto Carlos Gregório Jr./Vasco 

Carta a um cronista

Caxias, 27 de novembro de 2017
Prezado Dr. Jornalista Fernando Calazans
Com todo o sufoco e com o time possível, o Vasco fez uma campanha melhor do que a torcida esperava para o Brasileirão 2017. No começo do ano, a coisa tava feia. Ontem, o time ganhou do Cruzeiro, por 1X0, no poleiro do adversário. E o doutor escreve hoje que a vitória foi "imerecida"?  Se não fosse o goleiro Martin, o Vasco, falou o patrão cronista, tinha deixado BH com uma derrota "merecida". O raciocínio é torto, é ruinzinho. Os peladeiros dizem aqui que no futebol não tem vitória "imerecida". Jogou, ganhou dentro das regras do futebol? Mereceu, claro.
Martin jogou muito bem e pegou bolas difíceis. Mas, e daí? Martin é jogador do Vasco, mandou bem. Se no lugar dele um gandula tivesse entrado em campo e fechado o gol, aí sim, o doutor cronista tinha razão. Vitória "imerecida".
Os caras treinam, ralam, o professor Zé Ricardo estuda o adversário (e arma a defesa muito bem), o goleiro pega todas, Paulão faz um gol (ele é jogador do Vasco, por acaso, e não um sujeito que foi entregar uma pizza a um torcedor e aproveitou para fazer um gol), o Cruzeiro tentou mas não foi capaz de mexer no placar e o cronista escreve que tudo isso foi "imerecido". O Vasco jogou bem? Não. Mas foi maior do que os defeitos, fez o gol, se defendeu bem e até teve duas boas chances para fazer o segundo gol.
Talvez o doutor cronista queira que a Fifa crie nova regra: se a vitória for "imerecida", o vencedor leva só dois pontos em vez dos três regulamentares.
Imerecida foi a crônica que o doutor Calazans escreveu hoje.
Casaca, casaca, casaca. 
Do seu leitor, Lourival de Caxias

domingo, 9 de julho de 2017

Futebol: facções, e não torcidas, tocam o terror nos estádios

O Vasco vai comemorar em 2018, 120 anos.

O mínimo que o torcedor pode esperar é que o clube festeje a data na primeira divisão do futebol brasileiro.

Em um século de existência, talvez os anos mais difíceis do Vasco sejam esses últimos 20. Embora nesse período tenha sido campeão brasileiro e do Mercosul, em 2000, da Copa do Brasil de 2011 e Carioca de 2015 e 2016, além da Série B de 2009, o clube e o time nunca foram tão instáveis.

O maior adversário do Vasco na luta pela permanência na elite do futebol brasileiro não está no campo, mas nos corredores, nas salas e nas arquibancadas de São Januário. Com o fim da era do presidentes realmente beneméritos como Manuel Joaquim Lopes, João Silva, Agathyrno da Silva Gomes e Antônio Soares Calçada, a política interna do clube tornou-se predatória.

As eleições vascaínas acontecerão em novembro desse ano, mas a campanha já incendeia São Januário. Ontem, o briga de torcidas, que pode custar ao Vasco a interdição do estádio, com enorme prejuízo para a equipe que luta em campo, tem por trás essa disputa eleitoral. Um fato que se evidencia nos últimos conflitos. E é difícil encontrar puros nessa guerra suja. Situação e oposição vão lutar corpo a corpo até jogar o Vasco de volta à Série B.

A consequência será acelerar a corrida do Vasco rumo ao triste destino de outro querido clube carioca, o America?  Possivelmente. Nos últimos anos, sucessivas diretorias e a ação da oposição estão arrastando o Gigante da Colina ladeira abaixo, tal qual aconteceu com o tijucano America.

São vários os problemas que afetam os clubes, hoje. Dos financeiros aos morais e éticos. Sem administradores competentes, que deixem de lado interesses e vaidades pessoais, fica difícil. E, digamos, o mundo corporativo do futebol atual não ajuda.

Quando se fragilizam, os times ficam ainda mais expostos às pressões e interesses do empresários. Muitos jogadores já nem pertencem aos clubes, estão ali na vitrine enquanto aguardam uma "janela" para pular fora, com intermediários e atravessadores pegando carona nos valores.

E há questões ainda mais críticas. Tradicionalmente, entre os grandes clubes, dirigentes, de oposição e situação, não importa, apoiam e são apoiadas por algumas torcidas organizadas. Facilidades como ingressos, passagens etc entram no pacote de bondades. Acontece que, atualmente, o quadro de violência e de criminalidade urbanas se reflete em certas facções (a maioria nem merece mais o nome de torcidas). Grupos oriundos de comunidades dominadas pelo tráfico brigam não pelo futebol mas pela rivalidade entre as quadrilhas organizadas, veem no "inimigo" uniformizado o "alemão" vinculado a um sigla criminosa adversária. Caso ainda fossem controladas, em tese, pelos dirigentes que as apadrinham, até mesmo essa mínima porção "ordem" foi pro brejo. As facções estão desembestadas. O torcedor autêntico, aquele que leva o filho ao estádio, cada vez mais, e com razão, foge das arquibancadas transformadas em arenas de conflitos. Em dia de jogos, até vestir a camisa para ir ao botequim da esquina, mesmo longe dos estádios, é ato de coragem, e se "uz alemão" passarem em um ônibus lotado e descerem pro pau? Já aconteceram vários casos assim, recentes, envolvendo torcedores dos grandes clubes do Rio, de São Paulo, de Coritiba, de Porto Alegre etc. Por  isso, facções de um mesmo clube brigam entre si.

O poder publico geralmente se omite e atua apenas em momentos críticos. Investigar, identificar, prevenir e punir os integrantes das facções que aterrorizam estádios e ruas seria pedir demais?

O conflito de ontem, que começou nas arquibancadas de São Januário entre supostos vascaínos e continuou nas ruas próximas, fez mais uma vítima fatal.

Para encerrar esse post deprê, um pequeno detalhe histórico: ironicamente, as torcidas organizadas surgiram nos anos 1950, sob a inspiração do jornalista Mário Filho, como um instrumento de paz nos estádios. Com instalações maiores construídas, ampliadas ou reformadas para a Copa do Mundo de 1950, como Maracanã, Pacaembu, Durival de Brito, em Curitiba, Ilha do Retiro, em Recife, o Eucaliptos, em Porto Alegre, o Independência, em Belo Horizonte, este, como o Maracanã, erguido especialmente para o Mundial, imaginou-se que torcidas organizadas, com líderes carismáticos, ajudariam a conter os excessos dos demais torcedores, além de ilustrar a festa com charangas e bandeiras. Afinal, estádios como o Maracanã e o Pacaembu, podiam receber, respectivamente, 200 mil e 50 mil espectadores. Eram torcidas únicas, só nos anos 70 começaram a se desmembrar e surgiram as organizadas de bairros, cidades etc.

Dulce Rosalinda, a torcedora-símbolo do Vasco

Jaime de Carvalho, o chefe da Charanga do Flamengo
No Rio, havia uma exigência para um torcedor liderar uma torcida: ter ficha limpa na chefia de polícia do então Distrito Federal.

Dois dos mais famosos foram Jaime de Carvalho, da organizada do Flamengo, e  Dulce Rosalinda, do Vasco.

Pode ser lenda urbana, mas contavam antigos cronistas que foram as organizadas, especialmente as do Vasco e do Flamengo, que evitaram um quebra-quebra no Maracanã e contiveram torcedores revoltados em um certo e trágico domingo, 16 de julho de 1950.

Aquele mesmo, o dia em que o Brasil perdeu a Copa para o Uruguai.

sexta-feira, 14 de abril de 2017

ESPN X Vasco? Esse jogo é zero a zero...


por Niko Bolontrin 
Um bate-bola onde ninguém tem razão. Eurico Miranda proíbe a ESPN de entrar em São Januário. Nenhum profissional da emissora pode cobrir o dia a dia do clube. Mais do que presidente do clube Eurico é um torcedor. Isso não é novidade.
Mas quer saber o motivo?
Um apresentador da ESPN, Rafael Ribeiro, resolveu achar "exagerada" a comemoração dos vascaínos após o time se classificar para a final da Taça Rio. O Vasco postou nas suas páginas das redes sociais o tradicional grito de "Casaca" puxado por Eurico. Qual é a do apresentador? Comemorar é ilegal?

Seria motivo de crítica se isso fosse feito no meio da torcida adversária como provocação e indução à violência. Mas nas redes sociais?

Eurico erra ao privar o torcedor do Vasco de saber sobre o seu clube nos canais da ESPN. E Rafael Ribeiro pisou na bola. Se foi movido por clubismo, ressentimento, pirraça, má avaliação do que é cometário jornalístico relevante ou não, o que que tem de "exagero" gritar "Casaca"?

O Vasco teria que pedir licença à ESPN? Mandar um whatsapp pro âncora perguntando como e até que ponto pode comemorar um gol, uma classificação, um título? Enviar uma menagem pelo Face? "Querida ESPN, estamos aqui pensando em comemorar um gol que o Vasco acaba de fazer. Sabemos que o jogo nem é tão importante assim, mas é hora de soltar um grito entalado na garganta. O que o Rafael Rodrigo acha? Dá pra quebrar esse galho? Ficamos no aguardo, a galera está aqui ao meu lado esperando sua resposta. Fiquem com Deus". 

Talvez o Rafael Rodrigo não faça a menor ideia, mas se fosse ao Google saberia que o "Casaca!" está perto de comemorar 100 anos. Surgiu no começo do século passado entre os remadores vascaínos, na Lagoa, e celebrava tanto vitórias em provas ou títulos como era o grito de confraternização da Turma da Fuzarca, que o futebol do clube adotou.

Uma boa solução seria o apresentador só abrir a boca quando tivesse certeza e Eurico reconsiderar a atitude, liberar a ESPN e receber a equipe em São Januário com um amistoso CASACA!, CASACA!, CASACA"! 



segunda-feira, 9 de maio de 2016

A conquista do Vasco e o espetáculo das torcidas nas finais dos Estaduais

Foto Ursula Nery/FERJ

Foto Ursula Nery/FERJ

Foto Ursula Nery/FERJ
Foto Ursula Nery/FERJ

Bicampeão carioca, invicto e incontestável, o Vasco escreve na faixa desse título uma história de superação. Foi bonita a festa, pá. O Maracanã viveu um dia inesquecível. Méritos para o técnico Jorginho, reconhecimento ao empenho e garra dos jogadores, dos veteranos, como Nenê e Rodrigo, ao goleiro Martin Silva e Luan, Rafael Vaz (o autor do gol do Vasco no empate de 1x1 que garantiu o título), Andrezinho, Riascos... que mal terão tempo para comemorar, com a Copa do Brasil em andamento e o início da campanha do Brasileirão Série B.

Mas a festa do futebol não foi apenas carioca. Ontem, 18 decisões atraíram, somadas, mais de um milhão de torcedores aos estádios brasileiros. Curiosamente, parte dos colunistas e comentaristas esportivos faz intensa e antiga campanha contra os Estaduais. Visivelmente na contramão da paixão da torcida. Certo que tal investida é mais forte do Rio e em São Paulo. Nas demais capitais, não há um desprezo tão acentuado pelos tradicionais campeonatos regionais.

No sábado, o jornalista Marcelo Barreto, no seu artigo no Globo, levantou uma questão interessante ao comparar realidades brasileira e europeia. Escreveu ele: "o melhor futebol que se pratica hoje, o que serve de referência para todo o mundo, é também o melhor que o dinheiro pode comprar". 
Verdade. Entre a grama e as chuteiras correm muitos milhões de euros. Barreto concluiu, referindo-se à final Vasco X Botafogo e, por analogia, às demais decisões estaduais: "quem olhar para a decisão de hoje em busca de boas propostas pode se divertir. Quem quiser imagens aéreas iluminadas pelo sol do verão europeu vai se decepcionar".  

O fato de a Europa ainda não estar no verão não reduz o impacto da frase: o sol da primavera é ainda mais luxuoso. A lição que daí se extrai é que o Brasil deve atualizar seu futebol, recolher soluções mas não apenas copiar modelos irreais. Quem detona os Estaduais parece desejar competições que reúnam apenas os grandes clubes. Os mesmos críticos dos campeonatos regionais não raro acham que o Brasileirão deveria ser enxugado.

Na pirâmide de formação de talentos, são poucos os garotos que conseguem um teste em uma grande clube. A grande maioria alcança essa chance em times fora do eixo Rio-SP-RGS e Minas. Os campeonatos regionais, além de aprovados pelos torcedores em repetidas pesquisas, são uma grande escola. Há defeitos nessa estrutura? Claro. E muitos nem são exclusivos dos regionais. Uma profunda reforma que não deixasse de abordar todos os pontos seria bem-vinda. Alguns exemplos:

* O poder dos empresários, na maioria dos casos superior ao dos clubes, e a transformação do jogador em commoditie. Há jogadores cujos direitos federativos pertencem desde cedo a investidores, mais de um fundo ou pessoas físicas, que especulam com o mercado futuro e submetem os clubes aos seus interesses. Assim como, no passado, foi feita uma campanha para eliminar o passe que tornava o jogador uma mera propriedade do clube, sem direitos, é hora de dar um basta a esse mercado especulativo e predatório. Os direitos federativos devem equilibrar a relação direta entre jogador e clube, sem "atravessadores".
* O que deu certo na Europa pode ser adaptado para a realidade brasileira. Um planejamento de calendário anual, profissionalismo e transparência nas administrações, incentivos ao investimento em divisões de base dos próprios clubes. Claro que sempre haverá um abismo entre o poder econômico que tornou tudo isso possível lá e a notória penúria daqui. Mas a chave do desenvolvimento do futebol brasileiro é encontrar uma equação realista que elimine os gargalos sem que chovam euros de uma hora para outra.

* Vários clubes europeus não assinam contratos de longo prazo com redes de televisão. Taí uma coisa boa para imitar. Melhor do que isso, esses clubes geram suas próprias imagens e comercializam as transmissões para quem lhes oferecer condições lucrativas. Aqui, até os grandes ficam nas mãos da TV, presos aos "adiantamentos" de verbas e submetidos aos seus interesses tanto em horários de jogos quanto em tabelas, calendários etc.

* A mídia saudou a recente formação da Primeira Liga. Ok. Pode ser um oxigenação. Mas começa mal ao abandonar o critério esportivo em relação aos futuros participantes. E, assim, mais parece um cartel esportivo. Não há similar desse modelo no mundo. Corrijo: há. Nos Estados Unidos, onde já se estabeleceu uma confusão de ligas onde não dá para saber por critérios esportivos quem é primeira, quinta ou sexta divisões. Há mais ligas nos States do que partido político no Brasil.

* Os investidores seriam bem-vindos, por exemplo, se apoiassem a formação de ligas universitárias e colegiais de futebol. Jornalistas do passado, de Mário Filho a João Saldanha, viam celeiros nesses nichos. Saldanha também criticava governos por nada fazerem diante do avanço da urbanização que acabava com os campos de pelada onde muitos craques foram descobertos. É preciso um olhar institucional para a formação desses meninos que hoje caem desorientados nas mãos de empresários, de olho em um futuro contrato na China, Europa, Catar e outras latitudes. Fora do eixo Milão-Madri, Barcelona-Londres-Manchester-Munique-Paris-Mônaco, a grande maioria não vive exatamente fases paradisíacas.

E a culpa não é dos Estaduais que as torcidas aplaudem. Melhor tentar corrigir os defeitos do que simplesmente extinguir espetáculos como os de ontem na Maracanã, Beira Rio, Vila Belmiro, Mineirão, Fonte Nova, Castelão, entre outros palcos.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2016

Futebol: Faixas, protestos e sonolência jornalística

Reprodução Facebook

Reprodução Facebook

por Flávio Sépia
O futebol é um poderoso fator de audiência na TV. Isso apesar da atual fragilidade dos times brasileiros, que não conseguem segurar os talentos que surgem.
E não apenas pela força dos euros, mas pela ação muitas vezes irregular de certos "empresários" em cumplicidade com alguns cartolas. Os clubes acabam aproveitando pouco o fato de serem os protagonistas do espetáculo e tornam-se reféns da TV.
No último fim de semana, a torcida do Corinthians exibiu faixas de protesto. Há anos, o torcedor reclama dos horários de jogos impostos pela Globo, detentora dos direitos de transmissão, o que esvazia os estádios e, em consequência, torna mais caros preço dos ingressos. Tudo indica que o monopólio está perto do fim. Vários clubes já assinaram com o Esporte Interativo. São acordos válidos a partir de 2019. A Fox também já quebra o domínio global na Libertadores. Uma esperança de que a grade da Globo deixe de obrigar clubes a jogarem 11 da noite, por exemplo.
Será saudável até sob o ponto de vista de uma maior diversidade de opiniões dos comentaristas. Sabe-se que o Vasco, por conta das posições assumidas por Eurico Miranda em gestões anteriores, é alvo da mídia cartelizada no Rio. Há conflitos de torcida em todos os estádios, mas o fato ganha macro dimensões quando acontece em São Januário.
No domingo, após a vitória do Vasco sobre o  Flamengo, dois comentaristas do SporTV, do estúdio, dedicaram mais tempo a superdimensionar conflito de torcida do que a falar sobre o jogo, que era o que o torcedor gostaria de ouvir. Os dois âncoras do estúdio só aliviavam quando a equipe do mesmo canal, que estava em campo, mais fiel aos fatos, mostrava que o tumulto era localizado e acontecera em grande parte três horas antes do jogo, São Januário foi vítima e não fator do tumulto.
Outra aspecto do mau humor jornalístico: coleguinhas comentam que são poucos os colunistas de jornal que vão ao estádio ver jogo. Na maioria das vezes, assistem pela TV. Dizem que Nelson Rodrigues, autor de crônicas geniais, era frequentador do Maracanã, não perdia um jogo, mas cochilava em alguns momentos. Pode ser. Mas o fato de estar presente ao estádio fazia com que ele captasse o jogo, o personagem do jogo que sempre apontava, e a alma do jogo. Estava mais acordado do que muita gente, hoje. Colunista que vê jogo apenas pela TV assume que vai analisar material de segunda mão. Um desses colunistas, provavelmente sonolento diante da TV depois da feijoada de domingo, achou monótono o jogo Vasco e Flamengo.
Amigo, tudo o que aquele jogo não teve foi tédio. Ô da poltrona, pode-se criticar táticas, erros e a falta de jogadores mais habilidosos, mas o jogo foi quente, tenso e disputado como manda a tradição de um Vasco e Flamengo.
Quem estava em São Januário, sabe que valeu enfrentar o calor. Ver aquele gol aos 45 e quebrados do segundo tempo não tem preço.

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

A torcida do Vasco não foi rebaixada

A torcida em festa: momentos que o Vasco voltará a viver. Foto Vasco.com.br
por Nelio Barbosa Horta (de Saquarema)
 A TORCIDA DO VASCO FEZ O SEU PAPEL:  acompanhou e incentivou o time em todos os lugares onde o Vasco foi jogar, com faixas, hinos e coros. Até quando sua fraca defesa (com exceção do goleiro) levava um gol, dava apoio e reafirmava sua falsa condição de time grande.
A  esperança de sua imensa torcida, a maioria composta de jovens vascaínos que, talvez,  nunca tenham visto  o Vasco  disputar um título brasileiro, era de que, em algum momento, a equipe pudesse despertar e ter um final de campeonato digno de sua tradição.
Saudade do “Expresso da vitória”, saudade do Ademir Menezes, do Maneca,  do Sabará, do Friaça, do Heleno de Freitas, do Danilo, do Bellini, do Orlando, do Roberto Dinamite, do Romário, da equipe que era a própria seleção brasileira, com a cruz de malta no peito.
A TORCIDA DO VASCO ESTÁ DE PARABÉNS PELA BRILHANTE ATUAÇÃO NO CAMPEONATO BRASILEIRO DESTE ANO.
“Não chorem torcedores, a participação de vocês foi extraordinária. A equipe é que não correspondeu e não merecia o incentivo tão espontâneo e tão sincero que recebeu. O Vasco de hoje está carente de “CRAQUES-OPERÁRIOS”, aqueles que vestem a camisa do clube e buscam a vitória o tempo todo. Tomara que, em 2016, a direção invista em jovens do interior, que assumam a  responsabilidade de fazer do Vasco, um forte candidato aos primeiros lugares e que possam disputar o título. 
O time em campo precisa corresponder à paixão da sua torcida. Foto: Reprodução Internet
VASCO É VASCO!

No Carnaval de 1937, o compositor Wilson Baptista compôs uma melodia para os operários e que bem poderia ser usada pelo atual elenco vascaíno: “O bonde São Januário leva mais um operário (sócio-otário), eu que NÃO VOU TRABALHAR”...

quinta-feira, 25 de junho de 2015

"O Vasco que Eu Conheci", por Nelio Horta

por Nelio Horta (de Saquarema)

“Casaca, Casaca, Casaca, Casa, Casa, Casa, Casaca, Casaca, Casaca, a Turma é Boa, é Mesmo da Fuzarca, Vasco, Vasco, Vasco!!!
Nos anos 50, eu, com 13 anos, morava na Praça Argentina, em São Cristóvão, próxima ao campo do Vasco, em São Januário. Era apaixonado por futebol e, meu pai, que torcia pelo América, tentava de todas as maneiras que eu seguisse essa tendência, já que, naquela época, o América era da “elite” do futebol carioca. O primeiro jogo de futebol que assisti foi no outrora distante campo do Bonsucesso, na Avenida Teixeira de Castro, entre América x Bonsucesso. Fomos de trem e meu pai me levou na esperança de eu fosse mais um torcedor dos chamados “Diabos Rubros”. O jogo terminou com 6 a 0 para o América.  Nunca esqueci aquele time do América: Vicente, Domício e Grita; Oscar, Dino e Amaro: China, Maneco, Cesar, Lima e Jorginho. Foi um autêntico passeio dos "Rubros". Assisti o jogo numa cadeira, encostada no “alambrado”, onde  eu podia ouvir o barulho dos chutes, bem ao meu lado. Tudo muito tranqüilo e sem nenhum incidente.

Infantis, Infanto-Juvenis e Juvenis
Ainda com 13 anos fui tentar a sorte como jogador nas divisões de base do Vasco, dessa vez incentivado por meu tio Antenor, que, quando jovem, tinha sido jogador, também, do América. Joguei nos Infantis e no Infanto-juvenil. O técnico era o Eduardo Pellegrini, que me encaminhou para os Juvenis. A maioria dos jovens recrutados pelo Vasco, naquela época,  vinha do interior do Estado do Rio e do Espirito Santo. O Vasco tinha os chamados “olheiros”, que garantiam, além de moradia e alimentação, o pagamento de estudo em colégios das redondezas. O Vasco sempre foi muito correto com seus jogadores. Jogando no Juvenil, cujo técnico era o Otto Vieira (não confundir com o Ondino Viera, dos  profissionais), viajei, de trem, que saia da Leopoldina, pelo interior do Estado do Rio e Espirito Santo. Lembro-me do Orlando Peçanha, do Coronel, do Vavá, que nem pensava em seleção brasileira, do Assed, do Pedro, do Élcio, do Castelo, do Yêdo, do “Fumaça”, e tantos outros, de uma época que, parecia, não ia acabar nunca.
O ataque do Vasco em 1951: Tesourinha, Ipojucan,
Friaça, Maneca e Djair. Reprodução/Acervo Nelio Horta
Foi nessa época que eu conheci, em São Januário - num ambiente vencedor, jogadores famosos, com os quais convivi, durante dois anos. Uma verdadeira família. Também  nessa época, meu pai, que era “crupier” no Cassino da Urca, ficou desempregado. Eu era do ginásio Instituto Cylleno, na Rua São Januário, e o Vasco, acreditando no meu potencial, pagou meus estudos até os 15 anos, quando terminei o ginásio, deixando o clube e me aventurando no jornalismo, onde passei o resto da minha existência.

Vasco, Campeão dos Campeões
Era uma equipe maravilhosa, a começar pelo “grande” Moacir Barbosa, que jogava “sinuca” comigo , na concentração, o Augusto, que era da antiga Polícia Especial, o Haroldo, o Eli, que era irmão do goleiro Osni, do América, o Danilo, e o Jorge; no ataque, Sabará, Maneca, Ademir, Jair e Chico
No combinado Vasco e Santos, anos 50, o vascaíno Pelé.
Reprodução/Acervo Nelio Horta
ou o Djair, um “baixinho”, meu vizinho, que veio do São Cristóvão e brilhou no ataque cruzmaltino.
Após a Copa de 50, a seleção do Brasil, quase toda formada  pela equipe do Vasco, inclusive pelo técnico, Flávio Costa, que era um técnico “caxias”, caiu em profunda depressão e era comum vermos jogadores, encostados no alambrado, conversando com torcedores, tentando explicar os motivos da derrota. O caso mais triste foi o do goleiro Barbosa, que sofreu até a morte cobranças  pelo 2x1 para o Uruguai..
Ademir, “o Queixada”, que era pernambucano, morava numa casa imensa, na rua Coronel Cabrita, próxima ao estádio, e o pai dele, “seu Meneses” , era pai e advogado na hora das reformas de contrato do jogador.
Jorginho (América) e Djair, em 1951. Reprodução
 Passados alguns anos, eu já tinha deixado o Vasco, encontrei com o Maneca, no Largo da Cancela, em São Cristóvão. Ele estava com uma pasta e me disse que era vendedor. Algum tempo depois, soube que ele se suicidara..
Todos os anos, no imenso “Campeonato Brasileiro”, a imensa torcida do Vasco tem a esperança de que apareça uma equipe vencedora, como aquela dos anos 50, apesar da derrota para o Uruguai, para disputar a liderança e não amargar a lanterna como vem acontecendo ultimamente.
“Casaca, Casaca, Casaca, a Turma é Boa, é Mesmo da Fuzarca, Vasco, Vasco, Vasco!!!

domingo, 3 de maio de 2015

Vasco, Campeão Carioca de 2015. Como cantou a torcida, o respeito voltou...

Os donos do título e a taça: missão cumprida. 

A emoção do treinador Doriva

A Cruz de Malta no lugar que lhe pertence. Reproduções imagens TV Globo

A taça do Campeão Carioca de 2015 entra na sala de troféus do Vasco como um dos mais simbólicos na história do clube. Nas arquibancadas do Maracanã, o torcedor, sempre sábio, resumiu em uma frase o conteúdo do título: "o respeito voltou". Nos últimos anos, o Vasco sofreu as consequências de uma administração desastrada que se refletiu em campo. O treinador Doriva - aliás, campeão paulista com o Ituano, no ano passado e agora campeão carioca com o Vasco - organizou o time dentro das limitações que teve e foi premiado por uma trabalho sério. Além do respeito, o Vasco mostrou que a vontade de jogar também está de volta. A apatia dentro e fora do campo e que tanto irritava o torcedor ficou no passado. O Vasco entra no Brasileirão de cabeça erguida e pronto para superar as dificuldades, incluindo a impossibilidade de contratações para reforçar alguns setores. Mas com a camisa suada e honrada.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Fogo no Engenhão... E o Botafogo nem entrou em campo ainda. Já há quem diga que tem um "sapo do Arubinha" enterrado lá...

Imagem reproduzida do portal UOL
É famosa a história do Arubinha. Mário Filho, João Saldanha, Ruy Castro, entre outros, escreveram sobre o "causo". Jogador do Andaraí, Arubinha ficou indignado porque o Vasco goleou o seu time por 12 X 0.  Foi em 1937. Achou que era até normal o Vasco ganhar, mas esculachar, pô?. Ao fim do jogo fatídico, camisa suada e alma encharcada de humilhação, Arubinha, conta a lenda escrita e reescrita, ajoelhou-se à beira do gramado, olhou pro céu, e mandou uma praga: "o Vasco vai passar doze anos sem ganhar campeonato, um pra cada gol que fez de sacanagem". Só que Arubuinha não se contentou com a palavra e partiu pra ação. De madrugada, invadiu o estádio de São Januário, e enterrou um sapo atrás de um dos gols. O tempo passou e nada do Vasco ganhar título. Só podia ser o sapo. Os diretores souberam da história e montaram uma força-tarefa para escavar o gramado e arredores em busca do que restava do sapo azarento. Em vão. Deram uma prensa no Arubinha, mas ele negou que tivesse enterrado o batráqueo. O fato é que o Vasco, embora tivesse um timaço nos anos 40, só voltou a ser campeão em 1948. Exatamente, o décimo-segundo ano depois da praga de 1937 do Arubinha enfurecido.
Tudo isso para dizer que o Botafogo e o prefeito Eduardo Paes, os parceiros do Engenhão, precisam achar o sapo enterrado no Estádio Olímpico. Foi só anunciar que o Engenhão receberá os jogos do Botafogo no Campeonato Carioca 2015 para pegar fogo na cobertura em obra. Em março de 2013, técnico alemães fizeram um laudo que apontou que a cobertura do estádio estava a perigo e não aguentaria ventania forte. Resultado, está fechado desde então para obras de reforço na estrutura "paraguaia" que arrumaram lá. Em setembro do mesmo, ano, houve um princípio de incêndio na mesma cobertura. Tá feia a coisa. O pequeno detalhe é que o Engenhão, com todo esse desacerto, é tão somente o estádio-sede da Rio 2016. Só isso. Bom procurar o "sapo do Arubinha" antes dos Jogos Olímpicos ou o vexame vai subir ao pódio.

sábado, 25 de maio de 2013

Adeus Maracanã, Alô Maracanã

O gramado pronto para o cai-cai de Neymar. Foto: J.E.Gonçalves

Cadeiras retráteis. Sai a "galera" entra o espectador à moda europeia. Foto J. E Gonçalves

O telão. Foto: J. E. Gonçalves

Uma viagem no tempo; o velho e vibrante Maraca em domingo de Vasco e Botafogo, 1977. Foto J.E.Gonçalves
Vasco entra em campo. 1977: tempo de papel picado e morteiros, Foto J.E.Gonçalves
Eduardo Marra E. Gonçalves. 1992, Vasco 4X2 Flamengo pelo Campeonato Brasileiro. Foto J.E.Gonçalves


Este blogueiro no novo Maracanã, 2013. Foto: Tabach.
por José Esmeraldo Gonçalves
O Maracanã está deserto, mas não adormecido, como dizia Waldir Amaral, o locutor da Rádio Globo, nos anos 70. A poucos dias do jogo Brasil x Inglaterra, o primeiro grande espetáculo que o novo estádio receberá, fui conhecer o palco principal da Copa do Mundo de 2014. Dá saudade do velho templo do futebol, cenário de alegrias, tristezas, dramas e conquistas do meu Vasco. Impossível reconhecer nas novas linhas internas traços do Maraca lendário das tardes de domingo. Enfim, bola pra frente. Memória à parte, o estádio está belíssimo. Ganhou em conforto, ganhou em visualização do campo. Aliás, o gramado visto de cima parece perfeito. Se o Neymar não deslanchar seu futebol naquele tapete não sei onde nem quando o fará. No Nou Camp? Com a arquibancada unificada, não mais dividida entres os "degraus" de cimento e cadeiras azuis de ferro, e o fim da geral e do fosso, o campo de jogo ficou mais perto dos espectadores. E essa palavra, "espectadores", é apropriada. Vamos conferir no primeiro Fla x Flu ou Vasco x Flamengo, mas será que o torcedor, agora sentado em estofado retrátil,  vai vibrar como antes? Ficar em pé, não pode, a fileira de trás vai reclamar. Pular? Até dá, mas rapidinho ou vai ouvir um coro de senta-aí. Espero que a galera descubra uma maneira de fazer o Maraca tremer. Ou vai parecer plateia de teatro. Lá embaixo, as primeiras filas de cadeiras, as mais caras, certamente vão exigir o fim da barreira de jornalistas, fotógrafos, radialistas dirigentes, penetras e filhos de deputados à beira do gramado. Qualquer pessoa em pé ali, mesmo o treinador, se ficar parado, vai atrapalhar a visão do público no setor do gargarejo. Nas áreas internas, corredores, futuros espaços comerciais etc, há muito o que fazer. O entorno não ficará pronto tão cedo. É coisa para 2014 mesmo e olhe lá.
A obra foi caríssima, há questionamento na justiça em relação ao leilão da concessão, não se sabe se a convivência dos clubes com os novos donos do Maracanã será viável financeiramente, se o preço dos ingressos afastará o povão... Essa é a bola murcha que o cidadão deve observar e cobrar.
Em 1980, o escritor Edilberto Coutinho deu ao seu livro de contos premiado pela Casa de Las Américas, um título premonitório, "Maracanã, Adeus". Pois é, Waldir Amaral assinaria embaixo e diria agora que o templo do futebol, como o carioca o o mundo conheciam, adormeceu para sempre.
Foi-se o mito mas o fato é que o novo Maracanã tornou-se um bom palco para futebol.Que venham agora os artistas da bola.
Só não o chamem de arena, por favor.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Vasco não constrói mais a torcida do futuro

por Eli Halfoun
O presente do meu Vasco é péssimo e o futuro nada promissor em termos de torcida. O Vasco está deixando de construir a torcida do futuro, ou seja, de atrair o entusiasmo e paixão da meninada como fez durante os seus 100 gloriosos anos. Só que, nesse caso, o passado não adiante nada. O presente mostra que a torcida não se empolga com o time que vive sendo derrotado, perde o entusiasmo de ir ao estádio torcer e perde a esperança. Nem mostra mais tanto interesse assim no noticiário sobre o clube que, aliás, os jornais publicam cada vez em menor espaço. Está ficando cada vez mais distante a época em que noticiário sobre o Vasco era obrigatório (havia o que dizer) e porque vendia jornal. O futuro se impõe como duvidoso: hoje é raro ver meninos usando com orgulho a sempre festejada camisa cruzmaltina. Os poucos meninos que ainda usam o uniforme o fazem por imposição dos pais e influência dos avós, o que convenhamos não adianta muito: quando crescerem e puderem fazer opções certamente os meninos torcerão por outro time porque e o Vasco de hoje não os entusiasma o de amanhã muito menos. Em futebol, o futuro só se impõe através de um bom presente. Hoje é mais fácil encontrar meninos usando camisas do Botafogo ou do Fluminense do que as do Vasco e Flamengo. A má fase do Vasco é um tiro nos sonhos de Roberto Dinamite de perpetuar-se como presidente do Vasco: um clube só é forte quando está bem financeiramente e tem um time que entusiasma. Não é no momento o caso do Vasco e nem do Flamengo, o que começa a ser um desgaste irrecuperável para o futebol carioca. (Eli Halfouin)

quarta-feira, 24 de abril de 2013

O Vasco de ontem... e de hoje

Reprodução Internet
por Nelio Barbosa Horta
" Vamos lá que hoje é de graça,
no boteco do José, entra homem entra menino,
entra velho entra mulher, é só dizer que é
vascaíno, que é amigo do Lelé..."
Estes versos de Wilson Batista interpretados por Linda Batista  para o Carnaval de 1946, retratam bem o que era o Vasco daquela época.  Uma equipe fantástica! Incrível! Vencedora! O Lelé, de que fala a música, era atacante e tinha um chute fortíssimo. As novas gerações talvez lembrem do Orlando, lateral direito como Lelé, mas este é de uma geração bem mais recente. Em 1948, o Vasco era uma equipe vitoriosa: campeonatos estaduais, brasileiros e o título invicto de Campeão dos campeões Sul-americano, conquistado no Chile.
Eu tinha 10 anos, e nunca poderia imaginar que quatro anos depois, em 1952,  iria conviver com jogadores que formaram a seleção do Brasil em 1950 e que perderam para o Uruguai na final. Uma derrota inexplicável, inacreditável.
Eu morava em São Cristóvão, na Rua Emancipação e junto com outros colegas fui tentar a sorte nos Infantis do Vasco. Chuteira na mão, meião do Flamengo e uma grande vontade de ser jogador profissional. Nos primeiros treinos, fui muito zoado pelos jogadores do Vasco porque usava meião do arquiinimigo. Era a única que eu tinha conseguido. Os profissionais que moravam no clube, ou estavam concentrados, assistiam aos treinos do "Infanto" das janelas, nos fundos do clube, onde havia um campinho e faziam toda sorte de comentários, aplaudindo ou gozando alguma jogada errada. Havia o Infanto-juvenil, uma categoria acima dos Infantis, onde brilhavam o Joaquim Henriques, o Baldissara o "Pavão", o Aramis, o Toddy e muitos outros. Era uma espécie de vestibular para os juvenis, aspirantes e, quem sabe, profissionais.
Quando fiz dezesseis anos, o treinador do "Infanto", chamado Eduardo Pellegrini, passou a ser preparador físico dos juvenis e me chamou para o Juvenil. Eu disse que não poderia aceitar porque estudava, e, de família muito pobre, precisava arranjar algum trabalho para completar o orçamento da casa. Neste momento o Vasco se propôs ajudar a pagar meus estudos, (eu estava no ginásio no Instituto Cylleno) como fazia com outros jovens que vinham do interior também para tentar a sorte no Vasco. Eu aceitei. Embora não recebesse salário, nós ganhávamos "bicho", que era uma espécie de "pró-labore", por vitória e nós tínhamos que dar uma certa quantia para os massagistas, que não recebiam "bicho". Lembro-me  dos massagistas "Mão-de-Pilão, que viajava conosco, e do Mário Américo que cuidava dos profissionais. Mas nós almoçávamos no clube, tínhamos lanche, exames médicos, ducha, e, muito, muito treinamento. Com todas estas mordomias, foi uma época inesquecível.
Embora sendo mais novo, passei então a conviver com jogadores famosos da época: Barbosa, (o maior goleiro de todos os tempos) o Eli, Danilo, Jorge, Maneca, Ipojucam, Alfredo, Sabará, Ademir (queixada), Chico, Dejair etc., além dos juvenis, com os quais fiz várias viagens pelo interior, principalmente para o Espirito Santo. O treinador dos juvenis era o Otto Vieira. Da época do juvenil, lembro do Pedro, lateral direito, do Hélcio, do Joaquim Henriques, do Orlando e do Coronel, do Vavá, que passaram para os profissionais pouco depois. Lembro do Wilson, do Iêdo, do Castelo, do "Fumaça" e do Assed que, mais tarde, foi jogar no Botafogo.
Apesar da concentração, e dos baixos salários dos profissionais, era uma "grande família". Todos eram muito amigos e as "brincadeiras" na concentração iam desde a sinuca e do totó, até o pingue-pongue. No campo, o fut-vôlei e o "bobinho", que todos conhecem. 
Mas em campo, era muita raça e técnica, entrosamento devido, em parte, à grande amizade  de todos por todos. Pouco depois, por vários motivos, deixei o Vasco, iniciando minha vida em jornais e editoras que terminou em 2011, quando fui demitido do Jornal do Brasil, depois de 45 anos.
As novas gerações de torcedores que não conheceram o "Vasco de outras eras" e foram a Conselheiro Galvão, neste último fim de semana, assistir ao jogo Vasco 0x1 Madureira, viram uma caricatura do Vasco, time acostumado a vencer e a acumular títulos. Este Vasco de hoje, onde aparecem jogadores como Elsinho, Luam, Xotum, Pedro Ken e Dakson, não pode assustar ninguém. Tomara que eu esteja enganado e que eles venham a brilhar, futuramente.
Depois desta desastrosa campanha no "Estadual", a diretoria do Vasco deve uma explicação e uma resposta à sua grande torcida. É preciso mudar, reestruturar, conseguir novos patrocínios. O Vasco tinha, naquela época, "olheiros" contratados que iam para o interior descobrir e contratar futuros craques,  para que o Vasco volte a ser o grande vencedor de outras épocas. Sua legião de torcedores aguarda e merece... (
Nelio Barbosa Horta, de Saquarema)

domingo, 18 de setembro de 2011

Com o coração do Vasco, a vitória de um futebol solidário. No campo e na vida

por Eli Halfoun
Assim como no futebol (um time só é bom quando joga em conjunto) também no campo da vida a solidariedade é fundamental. Ou seja, jogar (viver) em conjunto em busca de gols de vida é que faz as pessoas se entenderem melhor em tudo, no campo profissional ou no pessoal. No dia a dia, as pessoas costumam ter uma solidariedade mais inteira e transparente quando algo de grave acontece. No futebol não tem sido diferente. Pelo menos no futebol do Vasco: jogadores, técnico, diretores e fundamentalmente as torcidas uniram-se para prestar solidariedade ao técnico Ricardo Gomes, vítima de um acidente vascular cerebral do qual felizmente vai se recuperando com a mesma garra com que como zagueiro enfrentou os maiores adversários do mundo. A solidariedade dedicada ao técnico Ricardo Gomes (não demora muito ele volta a frequentar a beira do gramado porque estará novamente dentro e no centro do campo e da vida) é que está fazendo o Vasco superar-se desde que ficou praticamente sem comando. Cristóvão Borges, o técnico interino, está lá usando o que aprendeu com Ricardo Gomes; os jogadores vestiram, não só o uniforme do clube, mas também e principalmente uniformizaram o coração com a Cruz de Malta. Estão mostrando com as bola nos pés que com solidariedade e união é possível vencer qualquer partida. Sempre e mesmo que outras derrotas passageiras surjam no caminho. Do campo e da vida. (Eli Halfoun)