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domingo, 14 de maio de 2017

Moysés Fuks, que há 60 anos deu nome à Bossa Nova, comemora 8.0


por José Esmeraldo Gonçalves

O ano de 2017 marca duas datas importantes da Bossa Nova.

O movimento musical recebeu o nome Bossa Nova em 1957, na sede do Grupo Universitário Hebraico, no Rio de Janeiro.

E ganhou o mundo em 1962, no Carnegie Hall, em Nova York.

Nara Leão, em rara foto no
show no Grupo Universitário
Hebraico, no Rio.
Arquivo Pessoal
Moysés Fuks.
O jornalista Moysés Fuks, que trabalhou na Manchete, dirigiu Fatos & Fotos e foi diretor de Marketing da Bloch, era então repórter do Última Hora carioca, onde Nara Leão fazia estágio sonhando ser jornalista. Como dirigente do Grupo Universitário Hebraico, ele organizou naquele ano o primeiro show do gênero, do qual participaram Silvinha Telles, Carlos Lyra, Roberto Menescal e a própria Nara.

Na época, para promover o show, Fuks redigiu em estêncil (para quem está chegando agora, era um papel-matriz para impressão em mimeógrafo) um pequeno release anunciando os artistas convidados "e um grupo bossa nova". Em seguida, a nota foi transcrita no quadro-negro à porta da sede da organização, um casarão de dois andares na Rua Fernando Osório, no Flamengo: "Hoje, Sylvia Telles e um grupo bossa nova".

"Era um grupo que juntava músicos de jazz e de samba. Pensei: como rotular essa apresentação que mesclava os dois gêneros? Eu já conhecia a palavra bossa, e na minha cabeça aquilo passou a ser uma bossa nova. Ou seja, criei o termo, como jornalista, na Última Hora, para batizar esse encontro", complementa ele sobre o origem de adequação da expressão.

Com aquele estêncil, Fuks tornou-se o primeiro jornalista a vincular a expressão Bossa Nova a um movimento que revolucionaria a música popular brasileira. Só um ano depois, em 1958, João Gilberto lançaria o compacto simples com as canções Chega de Saudade, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, e Bim Bom, de sua autoria.

Melhor deixar o jornalista e escritor Ruy Castro - que também trabalhou na Manchete e Fatos & Fotos, descrever o episódio em trechos (abaixo) extraídos do livro "Chega de Saudade":






Em 2010, quando foi comemorado pela primeira vez o Dia da Bossa Nova (25 de janeiro), Moysés Fuks (visto aí ao lado da família, na Toca do Vinicius, em Ipanema) foi homenageado na Calçada da Fama, onde gravou suas mãos como um registro da sua participação na história da Bossa Nova.

Em 2010, Fuks voltou à sede do Grupo Universitário Hebraico,
o espaço que recebeu o show de Bossa Nova. Reprodução UTV

No mesmo ano, em entrevista à repórter Fabíola Ribeiro, da UTV, o jornalista falou sobre sua trajetória, a ligação com a Bossa Nova e voltou ao local onde aconteceu o show histórico.

Atualmente, Moysés Fuks, que acaba de comemorar seus 80 anos, faz uma participação às quartas-feiras no programa Rede Live, de Haroldo de Andrade Junior e é Assessor de Divulgação e Acervo do Iate Club do Rio de Janeiro.

A outra data histórica da música brasileira em 2017, além dos 60 anos do nome, são os 55 anos do célebre show do Carnegie Hall, em Nova York, no dia 21 de novembro de 1962, quando a Bossa Nova se lançou para o mundo e levou junto a expressão criada por um carioca de 20 anos, mais ou menos a idade dos jovens que protagonizaram o show pioneiro que ele promoveu no Grupo Universitário Hebraico. Nara Leão era uma adolescente, Carlos Lyra tinha 18 anos, Roberto Menescal tinha acabado de completar 20 anos. Mesmo João Gilberto, já profissionalizado, tinha 26  anos.

Acredite: a Bossa Nova, um fenômeno musical que se globalizou, foi criada e promovida por garotos.

Agora, respeite os cabelos brancos da rapaziada.

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Veja entrevista de Moysés Fuks sobre  sua trajetória e o ano zero da Bossa Nova. A entrevista tem três partes. Clique, abaixo, na sequência.
PARTE 1 - AQUI 
PARTE 2 - AQUI 

PARTE 3 - AQUI 



PARA VER O PROGRAMA REDE LIVE, DE HAROLDO DE ANDRADE JUNIOR, COM A PARTICIPAÇÃO DE MOYSÉS FUKS, CLIQUE AQUI 




segunda-feira, 18 de abril de 2011

Revista da TV, do Globo, comemora 30 anos. Moysés Fuks criou a publicação

A capa da primeira edição, 1981
por Gonça
Moysés Fuks
Foi em 1981. Fuks, que trabalhou em várias revistas da Bloch, comandou edições especiais e foi diretor da Fatos & Fotos, transferiu-se para O Globo com a missão de dotar o jornal de uma revista que respondesse ao potencial do imenso público que acompanhava as novelas - então absolutas em audiências, com números que alcançavam facilmente mais de 80% dos aparelhos ligados - e as demais atrações e ídolos da televisão brasileira.  A fórmula se revelou um sucesso, persiste até hoje. Fuks ficou à frente da revista por muitos anos. Foi certamente com emoção que ele folheou a capa da última edição (com a reprodução da edição original) que circulou ontem. Estavam lá Tony Ramos em dose dupla (ele fazia os gêmeos da novela "Baila Comigo"), Alcione e Bruno Mazzeo, Jô Soares e Ugo Tognazzi. Aquela primeira capa traduzia a fórmula vitoriosa que Fuks implantaria na revista: o personagem da novela, um destaque da programação (no caso, o humor do "Viva o Gordo") e uma celebridade do momento, a bela Alcione Mazzeo. Nesse quesito - de celebridades - Fuks antecipava a explosão de revistas especializadas em "famosos", um segmento que dominaria o mercado anos depois.
A edição comemorativa da Revista da TV apenas registrou que Moisés Fuks editou o primeiro número. Ficou devendo uma entrevista ou impressões mais completas do  jornalista que criou há três décadas um modelo de jornalismo de entretenimento.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Memória da redação: aconteceu no...


por José Esmeraldo Gonçalves
A reprodução acima foi encaminhada pelo amigo J.A. Barros que, por sua vez, a recebeu do parceiro Eli Halfoun. Um recuerdo jornalístico que merece ser compartilhado com os leitores deste blog. Trata-se de uma coluna publicada no jornal Última Hora carioca no dia 4 de janeiro de 1968. Um time da pesada - Sérgio Porto, Sérgio Cabral, Nelson Motta, Moysés Fuks e Eli Halfoun - apontou as 10 melhores músicas de 1967. Cada votante elegeu as suas preferidas. Na soma geral, o ranking ficou assim:
1- "Quem te viu, quem te vê - Chico Buarque
2 - "Carolina" - Chico Buarque
3 - "Travessia" - Milton Nascimento e Fernando Brant
4 - "Ponteio" - Edu Lobo e José Carlos Capinam
5 - "Máscara Negra" - Zé Keti e Pereira Matos
6 - "Roda Viva" - Chico Buarque
7 - "Domingo no Parque" - Gilberto Gil
8 - "Margarida" - Guttenberg Guarabyra
9 - "Alegria, alegria" - Caetano Veloso
10 - "Eu e a Brisa" - Johnny Alf
Algumas observações: a lista mostra que 1967 foi um ano de ouro da MPB. Sem exceção, a dezena de canções destacada pelos críticos entrou para a história, eternizou-se; a UH era um "butantã" de "cobras" da imprensa; Sérgio Porto, na foto, está diante de um microfone, os demais pilotam máquinas de escrever, um equipamento que as novas gerações desconhecem mas, como diz a piada, tinha lá suas vantagens: dispensava impressora já que você teclava e imprimia ao mesmo tempo; tive o grande prazer de trabalhar com dois jornalistas desse escrete: Eli Halfoun e Moysés Fuks, nas duas últimas fotos de cima para baixo; os anúncios na página também retratam uma época: o Rollas alugava smokings, a Diacuí vendia perucas a partir de NCr$40,00 (era a época do cruzeiro novo), Formiplac e Vulcapiso eram moda em móveis e decoração, e a Brastemp e a Bendix ofereciam "troca de ciclagem" de geladeira, máquina de lavar, liquidificador, uma trabalheira que os cariocas tiveram por imposição de uma tal de "Comissão Estadual de Energia".

sábado, 30 de outubro de 2010

Bossa Nova segundo Moysés Fuks

por José Esmeraldo Gonçalves
O nosso caro amigo jornalista e professor da UniverCidade Moysés Fuks, companheiro de longas jornadas, memoráveis edições, e tantos fechamentos no Russell, o bunker das extintas Manchete e Fatos & Fotos, deu entrevista ao Canal 11 (Net- Canal Universitário). Bossa Nova - o Fuks é o criador da expressão - foi o tema. Em 1957, então dirigente do Grupo Universitário Hebraico e repórter da Última Hora carioca, Fuks organizou um show que entraria para a história. Para promover o evento, escreveu no quadro-negro à porta da sede da organização: "Hoje, Sylvia Telles e um grupo bossa nova". O grupo assim denominado por Fuks era formado por Carlos Lyra, Roberto Menescal e Nara Leão. Precisa dizer mais?
Você pode ver o Especial Bossa Nova hoje, no Canal 11 da Net, às 20h.
Ou conferir o programa no Youtube, em três blocos.
Acesse pelo link http://www.youtube.com/univercidaderj

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Moysés Fuks, o criador da expressão Bossa Nova, é homenageado na Calçada da Fama de Ipanema

Moysés Fuks assina a placa onde gravou suas mãos...
... recebe o abraço do amigo e deputado Chico Alencar...

...e o carinho da família.



Para os aficcionados, todo dia é dia de Bossa, mas, no último 25 de janeiro, quando Tom Jobim estaria completando 83 anos, a música que ele ajudou a arquitetar festejou, pela primeira vez, oficialmente, sua Data Nacional.
A quarentona Calçada da Fama de Ipanema comemorou o Dia da Bossa Nova gravando as mãos do jornalista e professor Moysés Fuks, que, entre outras importantes participações na história da Bossa, em pleno ano de 1957, antes mesmo do primeiríssimo registro fonográfico dessa genial formulação de João Gilberto, vinculou a expressão – que se tornaria internacional – a uma atividade musical, convocando para um show no Grupo Universitário Hebraico com os seguintes dizeres : Hoje, Sylvia Telles e um grupo Bossa Nova.
Acentue-se que, daquele grupo de iniciantes, faziam parte Nara Leão, Roberto Menescal, Carlos Lyra e companhia. O ato de gravação das mãos de Moysés Fuks, que trabalhou na Manchete, Fatos & Fotos, O Globo e outras importantes publicações, aconteceu na Livraria de Música Toca do Vinicius. O recado é de Carlos Afonso, da Toca do Vinicius, amigo do Fuks, e idealizador da merecida homenagem.