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segunda-feira, 1 de março de 2010

Midlin fez da vida uma biblioteca. Ele partiu. Seus livros ficarão para sempre. Como ele queria

por Eli Halfoun
Como os mais de 38 mil livros que reuniu durante 80 anos, José Midlin deveria ficar para sempre em uma estante especial ao lado de obras raras, como ele, para ser consultado por quem busca sabedoria através da literatura. Midlin, que morreu, aos 95 anos, ontem, em São Paulo, foi o mais importante bibliófilo que o Brasil conheceu.  O acervo que deixou terá a finalidade na qual sempre acreditou: passará de mão em mão e levará a muiitos conhecimento e arte. A coleção reunida por ele estará disponível na biblioteca da Universidade de São Paulo que os recebeu como doação em 2009. Midlin era um apaixonado por literatura e sempre quis que seus livros pudessem ser de todos. Dizia com sabedoria: “Nunca me considerei o dono desta biblioteca. Sou apenas o guardião destes livros que são um bem público.”
A biblioteca era sua casa onde viveu como sempre gostou: cercado dos livros que começou a colecionar aos 13 anos de idade já com sabedoria literária: o primeiro livro da coleção foi “Discours sur Histoire Universelle”, escrito em 1740 por Jacques-Benigne Bossuel. O livro faz parte da história da literatura mundial na qual Midlin merece um capítulo especial. Afinal, ninguém valorizou tantos os livros e, portanto, a vida literária quanto ele.