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quarta-feira, 20 de abril de 2022

Henrique Koifman na BandNews FM

 

Henrique Koifman, que foi repórter da Manchete e EleEla lança programa na BandNewsFM e no streaming.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Museu guarda memória da imprensa automotiva


Placas utilizadas pelas revistas durante reportagens de testes de carros. Reprodução site Miau
Revistas em exposição no Museu da Imprensa Automotiva. Reprodução site Miau


Idealizado pelo jornalista Marcos Rozen, o Museu da Imprensa Automotiva (Miau), na Vila Romana, em São Paulo, preserva a memória das coberturas especializadas, dos testes e críticas de jornais e revistas. O acervo de 10 mil itens, entre outros aspectos da história da indústria automobilística, mostra  o espaço que os carros tinham na mídia.



Da Quatro Rodas à Auto Esporte, passando pelas seções de automóveis dos principais jornais e de revistas não especializadas, há uma estante de exemplares à disposição dos pesquisadores. 


No caso das revistas da Bloch, EleEla, Manchete e Fatos & Fotos davam espaço permanente ao assunto, além das grandes coberturas dos salões de automóveis nacionais e internacionais. Nessa editoria, foram destaques os saudosos José Lago e José Rezende Mahar, os jornalistas Fernando Calmon - com 50 anos de profissão completados no ano passado e atuante na coluna Alta Roda, do UOL -, e Henrique Koifman, repórter e um dos apresentadores do programa Oficina Motor, do GNT. Cada um na sua década, eles registraram os primeiros passos, os modelos que marcaram época, os lançamentos e a evolução da industria automobilística. 

Conheça o site do Museu da Imprensa Automotiva. Clique AQUI



terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Sujou! Veja como ditaduras, guerrilhas e terrorismo deram (má) fama a certos modelos de carros...

O Puma, do Riocentro
por Flávio Sépia
O próximo dia 1° de maio marca 35 anos do atentado do Riocentro que, à parte as consequências políticas, ficou associado a um modelo de carro: o Puma. Aparentemente, o vínculo reforçado por capas de jornais e revistas não prejudicou a marca e o carro continuou sendo fabricado até 1990.
O famoso "Puma do Riocentro" não foi, contudo, o primeiro carro a ficar rotulado por ações políticas ou repressivas.
O Karmann Ghia de Zuzu Angel em matéria do repórter
Henrique Koifman para a  Manchete.
Em abril de 1976, há 40 anos, a estilista Zuzu Angel foi morta em um atentado, no Rio. Zuzu incomodava a ditadura militar por protestar publicamente, denunciar e pedir punição para os assassinos do seu filho, o militante político Stuart Angel, morto em um quartel da Força Aérea. Em depoimento à Comissão da Verdade, um ex-agente da repressão relacionou o "acidente" a uma operação formulada por forças de segurança. O carro que Zuzu Angel dirigia, um Karmann Ghia TC, despencou de um viaduto na Estrada Lagoa-Barra, no Rio, matando instantaneamente a estilista.
O BMW Neue Klasse, o preferido do grupo Baader-Meinhoff
Também nos anos 70, o grupo Baader-Meinhoff que pretendia deflagrar uma revolução armada na Alemanha Ocidental, usava nas suas operações, preferencialmente, o BMW 2002, um carro de aparência comum, que não chamava atenção, mas tinha desempenho esportivo e motor potente. Além disso, o grupo agia com veículos roubados e aquele BMW, também conhecido como Neue Klasse, podia ser facilmente acionado por ligação direta.
O Baader-Mainhoff tantou usou o BMW que a sigla do fabricante passou a ser traduzida popularmente como Baader-Meinhoff Wagon.
Os Ford Falcon que eram usados pela ditadura
argentina em sequestros e assassinatos/Reprodução Sblog
Já os agentes da ditadura argentina popularizaram o tipo de carro com o qual praticaram sequestros e assassinatos de opositores dos governos militares: o Ford Falcon. Para milhares de vítimas da repressão e suas famílias, o carro era uma espécie de fantasma que saia das sombras para conduzir civis à morte. Não faz muito tempo, uma ordem judicial obrigou um quartel argentino a abrir suas instalações levando agentes judiciários a encontrar 43 Ford Falcon guardados há três décadas em um galpão. Era a frota de veículos sem pintura especial, sem numeração ou qualquer registro, que foi usada pelos esquadrões da morte da ditadura portenha.
A Veraneio dos anos 70, adotada pela ditadura brasileira/Reprodução

O Opala em cores civis foi usado em operações de sequestros de opositores
do regime militar brasileiro. O "vamos dar uma volta" do anúncio é tragicamente sugestivo. 
A ditadura brasileira usava as camionetes Veraneio tanto com pintura das várias organizações policiais quanto em cores "civis" para operações secretas. O Opala também foi muito adotado, especialmente em versão com pintura standard, sem qualquer identificação. Mas em 1981, no caso da bomba do Riocentro, com a qual militares da linha dura pretendiam matar centenas de pessoas que assistiam a um show, foi dada preferência ao esportivo Puma, talvez, na cabeça tosca dos agentes, para funcionar como disfarce "descolado" e supostamente não chamar a atenção em meio à plateia majoritariamente jovem.
Uma picape Ford, da Folha de
São Paulo: incendiada pela guerrilha/Reprodução

Antes, no começo dos anos 1970, quando a repressão se intensificou, picapes Ford do jornal Folha de São Paulo cedidas à sangrenta Operação Bandeirantes (Oban) também fizeram sua triste fama. Algumas foram incendiadas em ações de guerrilha em protesto contra a vergonhosa parceria. No sequestro do embaixador americano Charles Elbrick, no Rio, em 1969, pelo MR-8, guerrilheiros usaram um Fusca para fechar o Cadillac Fleetwood do americano, no qual embarcaram. Um Fusca também foi o carro usado pelos agentes que mataram Carlos Marighella, em 1969. O guerrilheiro foi preso e executado com um tiro a queima-roupa e seu corpo foi depois exibido em cena montada de um "tiroteio" no centro de São Paulo. O fotógrafo Sérgio Jorge, que na época trabalhava para a Manchete, testemunhou a farsa conforme revelou em entrevista à revista IstoÉ.

Cadillac Fleetwood do embaixador americano. Esse carro pertence, atualmente,
a um colecionador paulista/Reprodução

O corpo do primeiro-ministro italiano foi encontrado em um Renault R4
Na Itália, uma ação das Brigate Rosse, o sequestro e morte do primeiro-ministro Aldo Moro, ficou ligada a um veículo de fabricação francesa. Na foto que correu o mundo mostrando o momento em que foi encontrado o corpo do político (na mala do veículo) aparece um furgão Renault R4.
Carrero Blanco voou pelos ares em um modelo Dodge Dart/Reprodução Internet

Madri foi o cenário de um atentado realizado pelo ETA. As vítimas: o presidente do Conselho de Ministros da feroz ditadura de Francisco Franco, Carrero Blanco, e o veloz Dodge Dart 3700 GT que o transportava. Ambos, carro e político voaram pelos ares à custa de 100 quilos de explosivos detonados sob o asfalto no momento em que o Dodge passava.

Utilitários transformados em carros de combate/Facebook
Já nesses dias pós-2000, coube aos rebeldes que lutaram contra  Kadhafi, na Líbia, popularizar um veículo armado que nasceu do improviso: utilitários Toyota ou Honda com metralhadoras antiaéreas montadas nas carrocerias. O "modelo" mostrou tanta eficiência e praticidade que é, hoje, usado por várias facções de combatentes, incluindo a organização terrorista Daesh (autodenominada Estado Islâmico).
O Clio dos terroristas de Paris/Reprodução

Nos recentes atentados promovidos por terroristas islâmicos, em Paris, os atiradores usaram como transporte o Clio, um carro popular, comum nas ruas da cidade, e certamente não indicado para ser usado como veículo de fuga. Se bem que fuga não é prioridade para homens-bomba cujo desejo é encontrar mil virgens no paraíso mais próximo, onde, pelo que se sabe, não dá para ir de carro.