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terça-feira, 29 de abril de 2014

A Copa da discórdia. A quem interessa?

(da Redação)
A CBN, hoje, durante o bom  programa comandado por Otávio Guedes, levantou uma questão interessante: a pouco mais de um mês da Copa não há sinais no Rio e, provavelmente, em outras capitais, de decorações nas ruas, sejam oficiais ou de iniciativas de torcedores. Enfeitar a cidade com bandeiras, faixas e galhardetes verde-amarelos não era moda corrente até a célebre campanha da seleção brasileira na Espanha, em 1982.  Mas é bom lembrar que mesmo naquele ano, o torcedor foi se animando aos poucos. O Brasil ganhou da União Soviética (2x1), da Escócia (4x1) e da Nova Zelândia (4x0) e as bandeiras ganharam as ruas. A euforia chegou ao máximo com a vitória sobre a Argentina (3x1). Três dias depois veio o balde de água gelada: a derrota por 2x3 para a Itália, campeã daquele mundial. Nas Copas de 1986, 1990, 1998 as ruas foram decoradas, assim como nas vitórias de 1994 e 2002. Nos mundiais da Alemanha (2006) e África do Sul (2010) já não se viu tanta empolgação, embora a cidade tenha exibido as cores da seleção. 
Legião estrangeira
Trinta e quatro anos depois, há várias razões para o até agora, pouco entusiasmo do torcedor brasileiro. Antes de falar de política, um motivo esportivo. Não se compara a identificação do país, hoje, com seus craques daquele época. A seleção de 1982 tinha jogadores do Flamengo, Corinthians, Vasco, Grêmio, Cruzeiro, São Paulo, Atlético Mineiro, Fluminense, Internacional, Botafogo e Ponte Preta. Apenas Falcão (Roma) e Dirceu (Atlético de Madri) eram "estrangeiros". O time do Felipão hoje é, ao contrário, de "emigrantes", com vários jogadores a quem o torcedor vê apenas pela TV. A paixão clubística, que incendiava a torcida, foi substituída por uma admiração à distância, como se fosse uma relação platônica. Claro que com a aproximação da estréia do Brasil na Copa, alguma empolgação vai surgir. Estão aí o Alzirão (a tradicional rua da Tijuca, Alzira Brandão), já se preparando, os Fifa Fest etc. Mas o povão irá às ruas, de fato, à medida que sentir firmeza na seleção. Vitórias incontestáveis, sim, devem colorir a cidade. 
Torcida pelo caos
Agora, os fatores políticos. A Copa no Brasil virou, infelizmente, uma questão de política partidária. É considerada, por parte da opinião pública e pela maioria da mídia, como sendo um "projeto de governo". E como tal, é alvo da oposição acirrada, vista assim como um Bolsa Família, um Minha Casa, Minha Vida, Mais Médicos ou cotas raciais para universidades etc. Há uma clara torcida dos opositores para que a Copa não dê certo, quanto mais caos melhor e melhor ainda que o desastre seja coroado com uma derrota vexatória do Brasil, algo como Maracanazo de 1950, de preferência com a Argentina campeã. 
Curiosamente, o país vê algo - uma condenação à Copa -, que não se viu, por exemplo, durante a ditadura, embora os generais tenham tirando amplo proveito do futebol, não apenas da seleção, com a Copa de 70 e a organização encomendada dos primeiros campeonatos nacionais de clubes (até com a Arena, um dos partidos oficiais da ditadura, o outro era o MDB, decidindo sobre número de clubes participantes e incluindo alguns por interesse político-eleitoral). As manifestações previstas, com a perspectiva de repetição de episódios de violência, também se encarregarão de esvaziar, em parte, a festa da torcida nas ruas. 
Protesto na hora do gol
O medo é justificável, visto que manifestantes já provocaram saques, destruição, feridos e mortes por atropelamentos e bombas, como a que atingiu o cinegrafista da Band Santiago Andrade, e a repressão policial, por outro lado, contabiliza suas vítimas de agressão, de balas de borracha, gás e prisão. E há expectativa de conflitos. A palavra de ordem "Não Vai Ter Copa" e auto-explicável, não admite negociação e pressupõem que alguns grupos não vão apenas protestar contra a Copa mas tentar impedi-la. Ou não é? Tome-se o exemplo dos espaços com telões que serão instalados em várias cidades. Como fará a polícia para equilibrar o direito dos manifestantes com a proteção aos torcedores que estarão nas praias e praças dispostos a simplesmente ver um jogo de futebol? Uns têm direito de expressão, desde que não apelem para a violência, o que tem sido raro nessa temporada de protestos, e outros devem ter liberdade para torcer e ir aos estádios. Vai ser possível gritar gol sem levar uma pedrada? 
É esse meio de campo que vai definir se haverá ou não paz nas ruas. 

Imagens de outros tempos, outras Copas
Copa de 1950- O Globo Esportivop

O Mundo Ilustrado - 1954

Revista dos Esportes - 1962


A Tarde - 1970

O Dia - 1982

Em 1966, em plena ditadura, derrota na Copa do Mundo da Inglaterra acaba em CPI.


Jornal do Brasil - 1970

O Dia - 1994

O Globo - 1994

O Dia - 1994

O Globo 2002


sábado, 24 de setembro de 2011

por Gonça
Quem frequenta este blog já leu sobre a remota mas viável possibilidade de a Fifa transferir a Copa de 2014 para outro país. Depende só do Brasil. Espanha, Inglaterra e Colombia estão citados como regra três. E nem se trata de um exercício de adivinhação. A história da Fifa mostra que a mudança de sede nem seria novidade: já aconteceu por duas vezes. Hoje, em O Globo, a coluna Ancelmo Gois noticia um suposto comentário de Joseph Blat, presidente da entidade, sobre a hipótese de descredenciar o Brasil. O motivo seria a Lei Geral da Copa que o governo acaba de enviar para o Congresso. A legislação especial faz parte do acordo de todos os países que recebem o evento da Fifa e, no projeto apresentado por Dilma Rousseff, estaria caracterizado o rompimento do contrato assinado pelo governo brasileiro, em 2007, ao se candidatar a sediar a Copa. A Fifa estaria insatisfeita com cláusulas da lei referentes aos seus patrocinadores oficiais, ingressos, credenciamento, combate ao marketing pirata (que é quase questão de honra para a entidade que vende suas cotas de patrocínio legítimo por bilhões), gratuidades e até transmissão de TV. Tais itens - como relata hoje a coluna Panorama Esportivo, de Jorge Luiz Rodrigues e Maurício Fonseca, no mesmo jornal, não obedeceriam ao que foi acertado já este ano em reunião da Fifa com o governo. E no acordo oficial existe uma cláusula (a 7.7 do Host Agreement) que estabelece o dia 1° de junho de 2012 como prazo final para a Fifa romper o contrato caso os regulamentos previstos não tenham sido implantados pelo país sede.
Além das dificuldades para a realização de obras (estádios e infraestrutura) e das dsiputas políticas que incluem as estocadas com foco eleitoral da oposição ao governo, fica claro que há problemas institucionais, pra variar e dizer o mínimo, no comitê organizador. Goste-se ou não de Ricardo Teixeira, presidente da CBF, e Blatter o chefão da Fifa, é com eles que as autoridades brasileiras terão que trabalhar. Aparentemente, a julgar pelos últimos eventos, Dilma aliou-se ao Pelé e deu um chega pra lá na CBF ( e aqui não vai qualquer defesa da dupla Teixeira-Blatter ou crítica à função de Pelé com Embaixador), estratégia que não vai ajudar em nada, ao contrário. Que fique claro que táticas provincianas e conchavos do tipo que o governo aplica nas suas disputas e acertos com o PMDB ou a tal "base aliada" não vão funcionar no caso. Não por acaso, Copa do Mundo é evento ambicionado por todos os países. Para o Brasil, arroubos patrióticos à parte, é pegar ou largar.
A Copa não subiu ainda no telhado. Mas a escada 7.7, número da cláusula sinistra, já está encostadinha na parede... 

sábado, 28 de maio de 2011

São Paulo parou na hora errada e deixa o Brasil “mal na fita”

por Eli Halfoun
Os bairristas (e eles se espalham por todo o Brasil) podem até estar torcendo contra, mas é prejudicial não ter São Paulo, nosso maior e mais rico estado, participando da Copa das Confederações e provavelmente também da Copa do Mundo. O veto a São Paulo está tendo repercussão mundial, especialmente na área esportiva, e tem reflexos negativos para todo o país: se o mais poderoso estado brasileiro não consegue cumprir as metas na construção de estádios e de outras exigências da Fifa, o que o mundo estará pensando sobre a capacidade de nossos estados menores e mais pobres? Infelizmente São Paulo está fazendo o Brasil passar um atestado de incompetência e jogando fora o slogan que sempre usou com orgulho e até certa arrogância e que diz: “São Paulo não pode parar”. Parou e parou na hora errada. (Ele Halfoun)

sábado, 10 de julho de 2010

Meteram a mão na taça: a polêmica continua

A logo marca escolhida pela CBF...
...a reprodução de Chico Xavier psicografando...


...e o cartaz da versão espanhola do novo filme de Woody Allen
por JJcomunic
Literalmente, deu Woody Allen na cabeça. A agência África criou e um estranho júri, com direito a voto de, entre outros, Ivete Sangalo, Paulo Coelho e Gisele Bundchen, apontou o símbolo da Copa 2014. As críticas correm na rede. Há quem diga que é um "desenho de criança". Há quem compare a imagem a "Chico Xavier psicografando" ou de um "torcedor envergonhado", tal como saiu do estádio após a derrota para a Holanda. De qualquer maneira, a opção do designer por um explícito figurativo parece, no mínimo, simplória e piegas. Em um jogo em que dez jogam com os pés e apenas um com as mãos, será que o artista pretendia homenagear os goleiros? Ou é um logo para o Mundial de Vôlei?
A CBF perdeu a oportunidade de promover um concurso aberto a designers independentes e mais criativos. Agora, a comparação é com o cartaz do filme da versão espanhola do novo filme de Woody Allen, que exibe o mesmo motivo. Seguinte: mão na bola é pênalti, esse desenho aí merece cartão vermelho.