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sábado, 13 de agosto de 2022

A camisa da seleção sequestrada pelos bolsonaristas e o dia em que Simonal acreditou que jogaria na seleção de 70



por José Esmeraldo Gonçalves 

A Copa do Mundo se aproxima e o assunto futebol ganha força fora do jornalismo especializado. As redes sociais questionam ultimamente se o torcedor deve comprar a nova camisa da seleção lançada essa semana. A discussão faz sentido e expõe opiniões distintas. Há quem ache que a camisa amarelinha deve ser resgatada do bolsonarismo que a tornou o uniforme de manifestações antidemocráticas. Outro grupo desistiu da amarelinha e considera que a extrema direita a emporcalhou de vez. 


O Globo de hoje entra na polêmica, publica matéria de uma página sobre o assunto e revela que a CBF corre para lançar uma campanha com o objetivo de "despolitizar" a camisa.

Em 1970, com a seleção na última hora invadida por militares - havia tantos milicos na comissão técnica que até parecia o atual governo - uma discussão semelhante agitava a esquerda: torcer ou não pelo Tri que seria usado pelo marketing da ditadura?  Na época, à medida que o Brasil brilhava no México, a genialidade e a garra de Pelé, Rivelino, Tostão, Carlos Alberto, Jairzinho, Gerson e Brito e companhia conquistaram os torcedores. Alguns presos políticos confessaram depois em entrevistas e livros que ficou difícil não torcer pela seleção. 

Pouco antes do Natal de 1969, embora a data da edição indique 1º de janeiro de 1970, a Fatos & Fotos publicou uma capa com Simonal fantasiado de Pelé e Pelé vestido de Simonal (curiosamente, como se vê, a revista deu mais importância à dupla de ídolos do que à morte do general Costa e Silva que teve direito apenas a uma chamada). 

O cantor vivia o auge do sucesso, era uma unanimidsde nacional. Dois anos depois dessa capa, contudo, ele preparou para si mesmo uma tremenda armadailha: convocou amigos da polícia para pressionar seu contador, Raphael Viviani, e forçá-lo a admitir que havia desviado dinheiro da empresa Wilson Simonal Produções. A polícia, sabe como é, sequestrou e torturou Viviani que denunciou o crime e acrescentou que Simonal havia presenciado tudo. O caso explodiu nos jornais e nas revistas. Ao final, em rumoroso julgamento, o artista, condenado por extorsão e sequestro, foi preso por alguns dias, mas logo ganhou o direito de cumprir a pena em prisão domiciliar. Nunca foi inocentado, como muitos pensam, e a pena talvez pior do que o veredito da lei e que praticamente acabou com a sua carreira foi o boicote e o cancelamento, como se diz hoje. Ele também foi chamado de dedo-duro por alguns artistas, mas essa acusação nunca foi provada nem virou processo. Simonal tentou, por várias vezes, retomar o sucesso, mas a marca de ligações com a ditadura foi mais forte.  

Em 1975, a redação da Fatos & Fotos, que funcionava no sétimo andar do prédio do Russell, foi surpreendida pela chegada de Simonal, o próprio. O cantor estava acompanhado de uma figura da Bloch, da publicidade, com notórias ligações com o meio policial do regime militar. Os dois conversaram com o diretor da revista sobre o desejo de Simonal de dar uma entrevista para a FF falando sobre a carreira, os novos rumos e passos, mas pediam a "garantia" de que a matéria não voltasse a falar do caso policial que havia sido objeto de várias matérias na Fatos & Fotos e na Manchete. A entrevista, pelo menos naquela ocasião, não foi feita, apesar de Simonal conhecer o repórter escalado, Luiz Carlos de Assis, da Amiga. 

O Simonal dos tempos de sucesso tinha intimidade com a Bloch. As três revistas semanais da editora fizeram centenas de reportagens e entrevistas com ele, que atendia a todas, inclusive posar produzido para capas em horas de estúdio. 

Na última quinta-feira, a propósito, a página Grandes Esquadrões e Grandes Jogadores, do Facebook, reproduziu a capa da Fatos & Fotos e recordou a polêmica acima,  mas o principal tema do post era uma história sensacional. Simonal tinha passe-livre nos treinos e na concentração da seleção de 70 e se imaginava bom em tudo. Os jogadores bolaram uma pegadinha para o cantor convencendo-o que, com a dispensa inesperada do jogador Rogério, ele poderia ser convocado para preencher a vaga. Já estava no México, dizia que era bom de bola, argumentaram, mas Zagalo, que entrou na brincadeira, queria que ele particiasse de um treino. Simonal teria acreditado na gozação e o "treino" foi um desastre.   

Leia a historinha completa no link abaixo

 https://m.facebook.com/story.php?story_fbid=pfbid02p4he4WBQu11LG5VSZHPz5bTkMFLiefHKXNfGmHwNWgPMYjzQmX47jL1CJZXu4obql&id=1334354346655017&sfnsn=wiwspmo#_=_


  

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

Orlandinho vira o jogo: uma vítória póstuma na luta pelo respeito aos direitos autorais da foto mais famosa de todas as Copas



A foto de Orlando
Abrunhosa na capa
da Fatos & Fotos
A mais famosa imagem de Copas do Mundo - eternizada em capas de revistas, como Fatos & Fotos, Manchete e Paris Match, e no documentário Três no Tri, do jornalista Eduardo Souza Lima, o Zé José - volta a ser notícia. 

O fotógrafo Orlando Abrunhosa, falecido há cinco anos, acaba de ganhar na justiça uma ação de indenização por uso não autorizado da foto de Pelé, Tostão e Jairzinho no México, em 1970. O trio comemorava o gol de Pelé contra a Tchecoslováquia.e, em uma fração de segundo, Orlandinho registrou uma perfeição estética. 

A foto histórica foi muitas vezes publicada ilegalmente em jornais, capas de fitas de vídeo, selo e cartazes. Orlandinho abriu processos e lutou até o fim pelos seus direitos, até fora do Brasil. Alguns dessas pendências ainda estão em andamento. 

Ele, com certeza, se aqui estivesse, iria comemorar essa vitória merecida. Provavelmente, brindando com vodca e limão à sua maneira. Ele nunca deixava de recomendar ao garçom "Mas traz o limão pra eu espremer". Era um clássico do Abrunhosa nos bares cariocas. Martins, do bar do Novo Mundo, uma espécie de filial etílica da Manchete, deve ter ouvido essa frase centenas de vezes. O barman que serviu JK, Jango, Brizola, Garrincha e era capaz de fazer drinques e coqueteis complicados, ficava intrigado por não poder espremer um simples limão. Martins nunca entendeu e Orlandinho nunca explicou. 

Orlando Abrunhosa na cobertura da Copa do México, em 1970, quando
fez uma das fotos mais famosas do futebol

De acordo com matéria publicada por Ancelmo Gois, no Globo, na última segunda-feira, e que repercutiu em vários sites, a célebre foto estampou um painel instalado no Museu da Maracanã, sem que o governo do Estado do Rio de Janeiro e o Complexo Maracanã Entretenimento tivessem, para isso, autorização do autor ou da família.

domingo, 21 de junho de 2020

Fotomemória da redação - 50 anos da Copa de 70, segundo o trio do Tri: Orlando Abrunhosa, Jáder Neves e Ney Bianchi

Pelé

Gérson

Pelé sobe mais do que Bobby Moore

O capitão abraça o rei

Vibração

Carlos Alberto comemora

Pelé faz...

...fila de uruguaios

Rivelino dispara um foguete

Os heróis do Tri

E o trio da Manchete e Fatos & Fotos: os saudosos Jáder Neves, Orlando Abrunhosa e Ney Biachi

Na capa da Fatos & Fotos, a famosa foto de Orlando Abrunhosa, eleita a melhor da Copa de 70. 

Na edição especial da Manchete, o compacto com os gols narrados por Waldir Amaral e Jorge Coury
FOTOS DE JÁDER NEVES E ORLANDO ABRUNHOSA
(Reproduções Manchete)

A Copa do Mundo de 1970, no México, há 50 anos, foi uma histórica conquista esportiva e um evento jornalístico com características especiais. Pela primeira vez, o Brasil via os jogos pela TV, ao vivo. Em preto e branco, embora as antenas da Embratel recebessem as imagens ema cores, tecnologia que só chegaria ao povão em 1972. Apenas convidados especiais da empresa tiveram o privilégio de ver as imagens coloridas do Tri em salas vips.

A Copa do México era a quinta que a Manchete cobria. A revista temia um possível impacto da transmissão ao vivo na venda das edições. Mas a cobertura dos primeiros jogos, com a Fatos & Fotos chegando rapidamente às bancas e com a Manchete, mais ampla, lançada um dia depois, mostrou que a TV ao vivo não atrapalhava. As edições se esgotavam. 

A equipe formada pelo repórter Ney Bianchi e os fotógrafos Jáder Neves e Orlando Abrunhosa produziu ao longo da Copa um total de 12 edições regulares e quatro especiais. 

Havia um enorme esforço de logística. Assim que cada jogo acabava, começava a corrida para enviar o material para o Rio de Janeiro no primeiro avião da Varig. Se não houvesse voo direto para o Brasil naquele momento, as fotos eram despachadas para Quito ou Bogotá e embarcadas em conexão de jatos da voadora brasileira rumo ao Rio. As tripulações cuidavam gentilmente para que tudo funcionasse sem extravios. O sistema nunca falhou. A conquista da Seleção Brasileira, que jogou a final com a Itália no dia 21 de junho, foi também um dos grandes momentos das duas revistas semanais da Bloch.

segunda-feira, 30 de abril de 2018

Presidente argentino quer Carlitos Tévez jogando na seleção ao lado de Messi. Caso lembra a convocação de Dario, em 70, imposta por Médici

Reprodução El Destape

por Niko Bolontrin 

Uma informação divulgada ontem no programa "Fútbol al Horno", do canal 26, de Buenos Aires, agita a Argentina. Ainda sem um time formado, o técnico da seleção dos hermanos, Jorge Sampaoli, ganhou mais um problema: o presidente Mauricio Macri quer impor a escalação do atacante Carlitos Tévez, 34 anos.

Macri, ex-cartola do Boca Juniors, é amigo do jogador. Além disso, planejaria fazer uma média com a torcida do clube já que no ano que vem tentará sua reeleição para a Casa Rosada. Tévez, que disputou as copas de 2006 e 2010, é atualmente jogador do Boca. Macri tem sido vaiado nos estádios argentinos e Tévez costuma defender o presidente em entrevistas.

A pressão de Macri lembra o caso do jogador Dadá Maravilha.

Em setembro de 1969, jogando pela seleção mineira, que foi montada com o time do Atlético, Dario fez o gol que derrotou a seleção brasileira, por 2x1, em jogo-treino. O técnico era João Saldanha, comunista de carteirinha, o que, em plena ditadura, provocava urticárias nos militares. Um mês depois, em outubro, Médici assumiu o plantão da ditadura. Tempos depois, deu uma entrevista na qual elogiava Dadá Maravilha que, apesar de trombar com a bola, era um dos maiores goleadores da época.

Nos meses seguintes, o elogio se transformou em pressão. Médici não escondia a preferência: "Dario tem que ser convocado", dizia. O cordão dos puxa-sacos, como Jarbas Passarinho, então ministro da Educação, levava o recado cada vez mais insistente. No auge da pressão, ao ser indagado por jornalistas se chamaria o "Peito de Aço", Saldanha respondeu com uma frase que ao longo do tempo ganhou várias formas, mas que era mais ou menos o seguinte: "O senhor organiza o seu ministério que eu organizo o meu time". Em março de 1970, o treinador foi demitido. Na verdade, a seleção já estava ocupada por militares como supervisores e preparadores físicos fardados e o João Sem Medo desagradava à ditadura por denunciar torturas e prisões sempre que dava entrevistas à imprensa internacional e algum jornalista levantava a questão.

Zagalo assumiu. Dario foi convocado, foi para o México e virou tricampeão sem entrar em campo. Mesmo  submetido à exigência do Planalto, Zagalo não teve como escalar Dadá Maravilha. Simples: quem ele botaria no banco? Pelé, Tostão, Rivelino, Jairzinho, mesmo Roberto (o atacante do Botafogo, que era reserva), Edu, Paulo César? Ficou difícil pro Dadá.

Quanto a Tévez, Sampaoli tem até 14 de maio, data da lista final de convocados para a Copa da Rússia, para fingir que não ouviu o presidente argentino ou ceder a Maurício Macri e botar o parça Carlitos na aba de Lionel Messi.

domingo, 27 de setembro de 2015

Pelé, 75 anos: craque é tema de exposição na Halcyon Gallery, em Londres. Uma das fotos é da Manchete




Ontem, em Londres, a Halcyon Gallery, na Bond Street, abriu a exposição Art, Life, Football, que comemora os 75 anos de Pelé e a sua vida esportiva. Um dos destaques é a pintura original de Warhol (em 1977, Andy Warhol criou a série  'Atletas', composta por dez retratos de heróis do esporte). Na época, o artista pop disse que todos seriam famosos por 15 minutos, "mas a fama de Pelé vai durar 15 séculos". A mostra da Halcyon inclui fotografias (uma delas da Manchete), pinturas originais, esculturas e gravuras de edição limitada por 13 artistas, incluindo Andy Warhol, Lorenzo Quinn, Mitch Griffiths, Ernesto Canovas, Santiago Montoya, Ronnie Wood, Russell Young, Raphael Mazzucco e Stuart McAlpine Miller. Troféus, como a réplica da Jules Rimet, medalhas, objetos - a "memorabilia icônica" de Pelé, segundo a galeria - fazem parte da exposição, que ficará aberta até 18 de outubro. 
VEJA NO SITE DA HALCYON, CLIQUE AQUI



VEJA UM VÍDEO SOBRE A MOSTRA, CLIQUE AQUI
No vídeo da exposição, uma foto de Pelé na Copa de 1970, da histórica cobertura dos fotógrafos Orlando Abrunhosa e Jáder Neves para Manchete e Fatos&Fotos. 


BBC BRASIL PUBLICA MATÉRIA SOBRE A EXPOSIÇÃO, CLIQUE AQUI

sexta-feira, 9 de maio de 2014

Os três mosqueteiros de Guadalajara

México, 1970. Capa da Fatos & Fotos,  a primeira revista a publicar a famosa foto de Orlando Abrunhosa

A mesma foto, colorizada, foi publicada na capa da revista Paris Match uma semana depois de estampada na Fatos & Fotos.

Maio de 2014. Tostão, Pelé e Jairzinho na capa do suplemento História das Copas, encartado na edição de hoje do jornal o Globo. 
por Roberto Muggiati
Um editor de revista ilustrada vive às vezes momentos que Nelson Rodrigues chamaria de “su-bli-mes.” Orgulho-me de ter sido o primeiro a publicar (na capa da Fatos&Fotos) a foto icônica que Orlando Abrunhosa fez no primeiro jogo do Brasil na Copa do México de 1970: Pelé alçando voo e socando o ar para comemorar seu gol, ladeado por Tostão e Jairzinho. Foi no jogo de estreia do Brasil, no dia 3 de junho, contra a Tchecoslováquia. Os tchecos abriram, Rivelino empatou, ainda no primeiro tempo, e Pelé, aos 15 do segundo, fez o gol da virada (4X1) que levaria o Brasil à conquista da Copa, invicto. Era a primeira Copa transmitida ao vivo, em p&b. (A de 1974 já seria em cor.) 
Fatos&Fotos fechava às quartas e ia à banca às sextas. O jogo foi na quarta-feira, no Estádio Jalisco, em Guadalajara. Retardamos o fechamento para inclui-lo na edição e sair ainda na tarde de sexta. Lembro a emoção com que recebi do laboratório as fotos reveladas naquela noite de quinta e meu olho bateu logo na foto campeã. Há fotos que nascem para ser capa de revista e pôster. A formação em triângulo, perfeita, da imagem colhida por Orlando Abrunhosa, remetia a uma composição de algum grande mestre da pintura. Na redação, batizamos a foto de “Os Três Mosqueteiros”. Na semana seguinte, a foto saiu colorizada na capa de Paris-Match. E depois virou selo, pôster e agora foi capa do suplemento de O Globo com a História das Copas. E vai continuar rodando o mundo como uma das imagens mais significativas do nosso tempo.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Filme "Três no Tri", sobre o fotógrafo Orlando Abrunhosa, participa do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro. No Cine Odeon

O curta-metragem "Três no Tri, que focaliza Orlando Abrunhosa, é uma das atrações do Festival Internacional de Curtas do Rio de Janeiro. Será exibido no dia 4 de novembro, às 21 horas, no Cine Odeon.


Três no Tri, documentário de Eduardo Souza Lima, o Zé José, conta a história da foto esportiva mais publicada no mundo e de seu autor. Uma produção da Franco Filmes em parceria com a Hy Brazil 2001 Filmes.


Copa de 70, México. Foto de Orlando Abrunhosa
"TRÊS NO TRI"
Direção e roteiro - Eduardo Souza Lima
Argumento e pesquisa - Anna Azevedo
Produção - Ailton Franco Jr.
Produção executiva - Anna Azevedo
Direção de Produção - Daniela Santos
Fotografia e câmera - David Pacheco
Montagem - Eva Randolph
Som direto - Júlio Braga / Vampiro
Pesquisa de imagens - Bárbara Morais / Eduardo Souza Lima
Finalização de imagem, créditos e arte - MisterToon
Edição de som - Rodrigo Maia
Mixagem de som - Damião Lopes

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segunda-feira, 1 de abril de 2013

Deu no Globo: Filme "Três no Tri" sobre trajetória do fotógrafo Orlando Abrunhosa, ex- Manchete e Fatos & Fotos, será lançado em abril. O curta é dirigido por Eduardo Souza Lima, ex-repórter da Manchete

 "Três no Tri", dirigido por Eduardo Souza Lima , o Zé José,  conta a história da foto esportiva mais publicada no mundo e de seu autor


Orlando Abrunhosa. Foto: Reprodução Facebook Hy Brazil Filmes

México 70, fotógrafos da Manchete e Fatos & Fotos: Paulo Reis (óculos pendurado na camisa), Jáder Neves (de chapéu) e Orlando Abrunhosa (camisa listrada). Foto: reprodução Facebook Hy Brazil Filme
Copa de 70, Orlando Abrunhosa em campo. Foto Reprodução do Facebook Hy Filmes Brazil
Fatos & Fotos: a foto de Orlando Abrunhosa na capa histórica
Os fotógrafos Jáder Neves e Orlando Abrunhosa na Copa de 70 com o repórter Ney Bianchi ( devidamente equpado com com a máquina de escrever portátil Lettera Olivetti... outros tempos...). Reprodução da Edição Especial da Manchete Copa de 70

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sábado, 25 de agosto de 2012

Félix era criticado pelos comentaristas. Sua resposta foi a Jules Rimet e o Tri de 70

Félix no jogo contra a Inglaterra. "O mais difícil". Reprodução Manchete
O goleiro respondeu às críticas com uma taça: a Jules Rimet
A comemoração do Tri. Reprodução Manchete
Reprodução Manchete
O hino, antes da final contra a Itália. Reprodução Manchete
por José Esmeraldo Gonçalves
A Seleção do Tri é celebrada em todo mundo como um dos maiores times de todos os tempos. Não são muitos os países a gravarem suas glórias neste ranking de lendas. Hungria, em 1954, Brasil, 1958, Holanda, em 1974. Alemanha, Itália, Argentina, Inglaterra, Uruguai brilharam em algumas Copas mas não deixaram a marca do mito. Aquela que não se apaga. Com o detalhe: Hungria e Holanda, assim como o Brasil de 1982, nem campeãs foram. Não receberam a taça mas ficaram na memória de milhões de torcedores.
Pois aquele timaço, o escrete de 1970, tinha um goleiro que saiu do Brasil rumo ao México debaixo de um sombrero de critícas. Félix era desacreditado. O Tri lavou a alma, e a mágoa, que ele carregou por uns tempos. Nas então famosas mesas redondas da TV, o que se ouvia era que Félix era baixo, não tinha bom físico, falhava nas bolas lançadas pelo alto. Já campeão, ele desabafou em entrevista à Manchete: "A única coisa que eu não entendo bem até hoje é a minha desconvocação depois das eliminatórias". Félix foi cortado por João Saldanha, que, na TV, listou os "defeitos" do jogador. Félix jamais esqueceu a desfeita. "Zagalo parece que não concordou com isso e me reconvocou. Achou que eu tinha que ir por causa da minha experiência". Ao voltar do México, Félix enviou a um comentarista (ele nunca revelou se era o Saldanha) uma foto autografada, faixa no peito, sorriso e orgulho de campeão. "Aquele comentarista dizia que, com Félix, o Brasil jamais voltaria com a faixa de campeão. E espero que cumpra o juramento que fez: abandonar a crônica se o Brasil fosse campeão", brincava. 
Félix Mielli Venerando, paulistano, fez 47 jogos pela seleção. Foram 33 vitórias, 9 empates, 5 derrotas. Jogou no Juventus (SP) (1953-1955); Portuguesa de Desportos (1955-1957 e 1961-1968); Nacional (SP) (1957-1960); Fluminense (RJ) (1968-1976). Foi campeão carioca pelo Fluminense (1969, 1971, 1973, 1975 e 1976), Campeão Brasileiro de 1970, entre outros títulos.  Em 2010, foi homenageado pela CBF, ao lado de outros campeões de 1970. Eram os 40 anos da grande conquista.
Félix comentou, como se fosse ontem, a epopéia de seis jogos, no México. "Só houve um adversário difícil: a Inglaterra. De qualquer maneira, eu só senti que a Copa estava ganha depois da vitória sobre o Uruguai. Não sei porque, fiquei muito confiante depois daqueles 3 a 1 e não senti qualquer medo no jogo final", relembrou. O jogo contra a Inglaterra, a que Félix se referia, foi mesmo dureza. Jairzinho fez o gol salvador, mas coube ao "baixinho" segurar, lá atrás, os foguetes de Bobby Charlton e a tropa de choque dos grandões da rainha: Mullery, Peters, Lee, Hurst... E olha que os ingleses abusaram do "chuveirinho".
Félix morreu em São Paulo, ontem, aos 74 anos. Fez a última "ponte" da sua vida. E fica para sempre na história do futebol brasileiro.
(As fotos acima são reproduções da Edição Histórica da Manchete - Copa 70 - A Glória do Tri. São de autoria de Jáder Neves e Orlando Abrunhosa que, junto com o jornalista Ney Bianchi, cobriram para a revista a epopéia do México)
 
Veja algumas defesas do Félix, inclusive contra a Inglaterra, em 1970.
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sábado, 19 de junho de 2010

Há 40 anos, o Tri


por José Esmeraldo Gonçalves
O que estava em jogo naquela superfinal no dia 21 de junho de 1970 era o Tri. Itália, campeã de 1934 e 1938, e Brasil, em 1958 e 1962, entraram em campo no Estádio Asteca, no México, com o peso dessas conquistas nos ombros e os corações nos pés. Félix, Carlos Alberto, Brito, Piazza, Everaldo, Clodoaldo, Gérson, Rivelino, Jairzinho, Tostão, Pelé, de um lado e Albertosi, Burghinich, Cera, Rosatto, Faccheti, Bertini, De Sisti, Mazzola, Domeghini, Bonisegna e Riva, do outro.
Aqui, os "90 milhões em ação" prendiam a respiração.
O primeiro gol saiu aos 17 minutos, Pelé, de cabeça. Mas Bonisegna empatou aos 37. Os italianos ainda esboçaram alguma reação no começo do segundo tempo, antes do bombardeio fatal de Gerson, aos 21, Jairzinho, aos 26 e Carlos Alberto aos 41 minutos.
Revejo esses gols, hoje, em cores, com a sensação de observar obras de arte, peças históricas.
Em 1970, o Brasil assistiu à Copa, ao vivo, pela primeira vez, mas ainda em preto e branco. Embora a Embratel recebesse as imagens em cores, o sistema não estava implantado no país. Para ver todos os tons da Copa, os leitores esgotavam nas bancas as sucessivas edições de Manchete e Fatos & Fotos ou viam nos cinemas, dias depois, as imagens do Canal 100.
Quando o juiz alemão Rudi Glockner apitou o fim do jogo, os italianos foram os primeiros a cumprimentar os tricampeões.
A squadra azurra sabia que, naquele dia, perdera para um time invencível.
O apito de Glockner foi também a senha para milhares de cariocas irem às ruas. Vi o jogo em um apartamento na rua Pinheiro Guimarães, em Botafogo. Acho que ninguém conseguiu ficar em casa. Quando desci, a multidão já ocupava a Real Grandeza, em direção ao Túnel Velho. Uma cena que se repetiu em todos os bairros até o amanhecer.
A ditadura militar encobria o país mas, naquele dia, o sol de Copacabana iluminou uma torcida feliz.
Acho que o Dunga deveria passar esse dvd de 70 no hotel da seleção, na África do Sul.
Que a lenda de ontem inspire o Brasil de hoje a acertar o pé na Jabulani.
(Acima, a capa e a reprodução da foto de Orlando Abrunhosa da Edição Histórica de Manchete: Pelé e companhia festejam o Tri)
VEJA OS MELHORES MOMENTOS DA FINAL DA COPA DE 70. CLIQUE AQUI

sábado, 12 de junho de 2010

Memória da redação: Aconteceu na...


por Gonça
...Há 40 anos. Enquanto a bola rola na África do Sul, veja esta viagem no tempo. Os fotógrafos Jáder Neves e Orlando Abrunhosa com o repórter Ney Bianchi. O trio cobriu a Copa de 70, no México. A foto foi publicada originalmente em uma edição especial da Manchete daquele ano sob o título Os Três do Tri e reproduzida no livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata). Em breve, direto do baú do paniscumovum, publicarei aqui uma matéria sobre a Copa de 70. O detalhe é que, na foto, Ney Bianchi não carrega notebook, nem laptop ou muito menos smartphone, leva uma... máquina de escrever portátil. Sim, existia isso.  

terça-feira, 18 de maio de 2010

Projeção de fotos: Brasil em todas as Copas, hoje

Fotos inesquecíveis da participação da Seleção brasileira em Copas do Mundo, desde 1958, serão projetadas nesta terça-feira (18), às 19h, no auditório do Sindicato – Rua Evaristo da Veiga 16, 17º andar. A entrada é franca.
A poucos dias de uma nova Copa do Mundo, desta vez na África do Sul, esta é uma excelente oportunidade de apreciar imagens históricas da Seleção, flagrantes únicos, inesquecíveis, que misturam sucessos e fracassos, exibidos com intensa e vigorosa força visual.
As fotos foram feitas por Alberto Ferreira, Alaor Filho, Alcyr Cavalcanti, Aníbal Philot, César Loureiro, Ivo Gonzáles, Evandro Teixeira, Fernando Maia, Julio Guimarães, Orlando Abrunhosa, Paulo Nicolella, Robson Fernandjes, Sérgio Moraes e cedidas pelas Agências Globo e Estado. A projeção integra o Projeto Terças Visuais, uma iniciativa do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro e da Arfoc (Associação Profissional de Repórteres Fotográficos e Cinematográficos do Rio de Janeiro). A curadoria é de Alcyr Cavalcanti que também participa da exposição. (No cartaz da projeção, a famosa foto de Orlando Abrunhosa, que cobriu para a Manchete a Copa de 70. A mesma e premiada foto também está no livro "Aconteceu na Manchete - as histórias que ninguém contou" (Desiderata), do qual Orlando é um dos autores)
Fonte: Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro