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domingo, 10 de março de 2019

Fotomemória da redação: o carnaval de René Burri e Bruno Barbey, da Magnum, para a Manchete

No Carnaval de 1977, o fotógrafo René Burri, da Magnum, foi incorporado à equipe Manchete para cobertura especial da folia.

Registrou escolas de samba, blocos e fechou seu ensaio com a foto acima, manhã de Quarta-Feira de Cinza, quando a realidade renasce após os dias de fantasia.

O suíço Renê Burri, um dos maiores fotógrafos do pós-guerra, cobriu praticamente todos os conflitos da segunda metade do século passado, morreu em 2014, aos 81 anos.

Em outras temporadas brasileiras, ele fotografou também para a Manchete Brasília, São Paulo e Amazônia.


O primeiro fotógrafo da Magnum a cobrir um carnaval para a Manchete foi Bruno Barbey, em 1973. A edição 1092 publicou um seleção das melhoras imagens que ele produziu nos desfiles das ecolas de samba. Uma delas, que mostra a ala das baianas, foi publicada em página dupla e chamou atenção pelo ângulo: Barbey mostrou do alto a roda das saias das damas do samba.

terça-feira, 5 de março de 2019

Mangueira levantou a bandeira dos ausentes na História do Brasil

Foto de Dhavid Normando/Riotur/Divulgação

A Mangueira saudou na bandeira os ausentes  da História do Brasil e mostrou "o avesso do mesmo lugar".

"Brasil, chegou a vez de ouvir as Marias, Mahins, Marielles e malês", cantou o samba-enredo.

No final do desfile, a faixa "Marielle Presente" lembrou a vereadora assassinada no ano passado, crime ainda impune. A frase foi repetida pela multidão nas arquibancadas da Marquês de Sapucaí. 

Sujou! São Clemente celebra Michael Jackson no momento em que um documentário denuncia o cantor por abuso de menores. Foi mal...

O primeiro casal de porta-bandeira da São Clemente, formado por Giovanna Justo e Fabrício Pires, veio de Madonna e Michael Jackson. Relembrar o cantor no momento em que um documentário o denuncia como pedófilo foi a nota que desafinou. Foto de Gabriel Nascimento/Riotur/Divulgação. 
Matéria no Globo no mesmo dia do desfile.

No desfile das escolas de samba do Grupo Especial, na segunda-feira do Sambódromo carioca, a São Clemente exaltou Michael Jackson na pior hora possível. O lançamento do documentário "Leaving Neverland" ("Deixando Neverland") nos Estados Unidos reacendeu o escândalo que envolveu o cantor ao trazer relatos de meninos que foram abusados sexualmente por ele. As novas denúncias repercutiram no Brasil.

Para maior azar da São Clemente, pouco antes do desfile, a história toda foi a matéria de fechamento do Fantástico. No mesmo dia, O Globo destacou o assunto.

O documentário tem efeitos devastadores sobre o que ainda resistia da imagem de Michael Jackson e certamente implicará em prejuízo para os seus herdeiros. Coisa mais grotesca aquele Jacko na Avenida...

A primeira parte de "Deixando Neverland" estreará no Brasil, na HBO, no dia 16 de março, às 20h. No dia seguinte irá ao ar a segunda parte, no mesmo horário.

segunda-feira, 4 de março de 2019

Mídia: as grandes revistas ilustradas se foram, mas o Carnaval nunca recebeu tanta cobertura como atualmente





Apesar das grandes revistas impressas semanais que faziam ampla cobertura do Carnaval terem saído das bancas - como Manchete, Fatos & Fotos, Amiga e mais recentemente Contigo e Quem - o fato é que blocos em todo o país e escolas de samba nunca receberam atenção em todas as mídias como atualmente. Destacam-se a massiva cobertura da Globo News, com a dinâmica participação de jovens e atentos repórteres, Band News mandando bem, sites como G1 e UOL, rádio CBN, redes sociais e dos principais jornais impressos. A revista Caras resiste no seu foco de celebridades na folia, mas sumiram o luxuoso e badalado camarotes que a Contigo! montava no em Salvador, assim como o espaço privilegiado que a mesma revista mantinha do extinto Camarote de Brahma. A Quem, embora tenha cancelado a sua edição impressa, ainda promove um camarote na Sapucaí em parceria como Globo. E este jornal, já algumas décadas, publica durante o carnaval um bom caderno especial, muitíssimo bem ilustrado. Com o extraordinário crescimento dos blocos em São Paulo, os jornalões paulistas, mais resistentes à descontração, caíram de vez no samba. Mais uma constatação: as grandes revistas impressas chegavam às bancas apenas na quarta-feira e quinta-feira de Cinzas, apesar disso costumavam esgotar-se em dois ou três dias. A cobertura atual, principalmente a do canal por assinatura, dos sites e redes sociais é em tempo real, o que resulta em muito mais impacto. O certo é que, como apelo de mídia, o carnaval continua irresistível.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

A 'saia justa' dos narradores e comentaristas da Globo: escravidão, patos da Fiesp, vampiro Temer, manifestoches e paneleiros da Tuiuti...

Reprodução Twitter
O microfone queimou nas lapelas e mãos de Fátima Bernardes, Alex Escobar e Milton Cunha.

Aparentemente, o trio da Rede Globo se assustou com a representação do Vampiro Temer, ficou com medo de levar uma bicada dos patos da Fiesp ou uma panelada dos manifestoches e coxinhas.

A passagem da Paraíso do Tuiuti com seu enredo sobre a escravidão e as referências atuais ao governo pós-golpe neoliberal gerou o silêncio mais ensurdecedor da noite.

Reprodução Twitter
Silêncio absoluto, não, às vezes, alguém balbuciava  frases inodoras ou genéricas. Nas entrevistas ao fim do desfile também foram evitados os temas incômodos.

A anomalia foi percebida e comentada nas redes sociais.

Há quem levante uma outra questão. E o júri? Também vai emudecer?

sexta-feira, 3 de março de 2017

. . . E A CATUABA BOMBOU

O primeiro porre a gente não esquece: o meu 
foi num Carnaval dos anos 1950, com Catuabom.

Por Roberto Muggiati


O rótulo assumidamente kitsch da Catuaba Selvagem desenhado por Benício, ilustrador que
teve trabalhos publicados na extinta revista Ela Ela.

Reprodução O Globo


A Catuaba Selvagem foi a grande sensação do Carnaval de 2017 – no Rio de Janeiro e em outras praças. As vendas foram tão marcantes que seu fabricante – a Arbor Brasil – já pediu autorização para entrar no mercado norte-americano, começando por Miami. Os motivos da preferência são o teor alcoólico (14%), o preço razoável e suas alardeadas qualidades afrodisíacas, além de exercer efeito menos diurético do que a cerveja.

A planta Anemopaegma
glaucum fotografada
na serra dos Pirineus
A bebida é feita a partir da Anemopaegma glaucum, popularmente conhecida como “catuaba” ou “catuíba”, uma planta da família das bignoniáceas. Considerada ornamental, medicinal e afrodisíaca, seu nome vem do guarani e significa “aquilo que dá força ao índio”.

Meu primeiro porre, aos treze anos, gravado a ferro e fogo na memória, foi no Carnaval de 1951, com Catuabom, uma gororoba que surpreendentemente ainda continua no mercado. Marinheiros de primeira viagem – eu e dois amigos – enjoamos e depois vomitamos a alma e perdemos a garrafa, que não tinha acabado, nas areias da praia de Guaratuba, no litoral paranaense. Gastamos umas boas duas horas embriagadas à procura do precioso Catuabom. Não tenho a menor ideia de como voltei para casa.

Eu passava as férias na casa de praia de meu tio e padrinho – advogado e jornalista – José Muggiati Sobrinho. Era uma bela residência de madeira – na época Guaratuba quase não tinha prédios de alvenaria – plantada na avenida principal, a meio caminho entre a baía e a praia aberta. Tio José era uma espécie de Rei de Guaratuba: comodoro do Iate Clube, com uma lancha possante, tinha o único lotação da cidade, uma Kombi, que fazia o trajeto da baía até a praia, com um quilômetro de distância. Era dono também do único cinema local. Explicando melhor: com o equipamento básico de um projetor, algumas latas com rolos de filmes e uma tela, ou um simples lençol branco, ele promovia sessões de cinema num galpão de madeira que pertencia à associação dos pescadores. Ao fim da sessão, as cadeiras eram encostadas às paredes e o galpão se transformava em pista de forró para os caiçaras.

Foi lá que vi um dramalhão mexicano inesquecível: Maria Candelária, de Emílio Fernández, que escreveu o enredo em treze guardanapos de papel num restaurante, enquanto esperava a atriz Dolores del Río, ansioso porque não pudera comprar um presente de aniversário para ela.  Estrelado por Dolores e Pedro Armendáriz, filmado na Cidade do México com fotografia do mestre Gabriel Figueroa, Maria Candelária, conquistou o Grand Prix da primeira edição do Festival de Cannes, em 1946. Um detalhe que nunca esqueci: a heroína morre apedrejada por uma turba.

A foto do fato narrado abaixo: escondendo a ressaca no Clóvis; no bloquinho de carnaval com as primas Marli (4ª) e Ieda (6ª); e a mesa de pingue-pongue em destaque à direita. Foto: Acervo Pessoal


Mas, voltando ao porre de Catuabom – eu deveria chama-lo de Catua-ruim – na manhã seguinte eu estava devastado, com o estômago em frangalhos. Aquele domingo me reservava duas provas terríveis: o almoço farto com pratos tradicionais como salada de batata à maionese, o macarrão com frango e taínha com farofa de ova; e um desafio de pingue-pongue, em que eu defenderia as honras da casa. A casa de tio José tinha um grande salão de uns quinze metros por dez, com uma mesa de jantar quilométrica que acolhia diariamente umas trinta pessoas, em que predominavam crianças, e uma mesa oficial de pingue-pongue. De tanto praticar, acabei me tornando o campeão do pedaço e frequentemente surgiam forasteiros que vinham me desafiar. O oponente daquele dia era um militar de Curitiba metido a besta que se achava um verdadeiro campeão de tênis de mesa. Enquanto o aguardava, disfarçadamente, fui várias vezes ao banheiro me desfazer das minhas entranhas. Vali-me ainda de um subterfúgio para ocultar minha ressaca: enfiei-me num Clóvis – do Arco da Velha ou do Tempo do Onça – e ninguém podia ver a minha cara, mas o sufoco de estar aprisionado naquela fantasia piorava o meu enjoo.

Como disse Sartre – ou, se não disse, pensou – a náusea é mil vezes pior que a dor, um convite ao suicídio.

O orgulho da família – e o meu, pessoal – estava em jogo. O oponente era agressivo e atacou forte no começo, mas estava aí a sua principal fraqueza: a truculência. Com sutileza e jogo de cintura ganhei a partida. E então fui encarar o almoço dominical ainda com o gosto amargo da catuaba na minha boca. Um gosto que sinto até hoje...

quinta-feira, 2 de março de 2017

Carnaval, Portela, acidentes, blocos, polêmicas...

Comemoração na quadra da Portela; legítima campeã. Foto Agência Brasil. 

* Esse carnaval deveria ser lembrado apenas pela merecida vitória da Portela. Madureira vibrou, chorou, cantou, após 33 anos de espera. Um título que fazia falta ao Rio. A Portela é a maior vencedora dos desfiles das escolas de samba, mas amargava um penoso jejum. Infelizmente, o Sambódromo não foi só a avenida da festa. Os acidentes com os carros da Tuiuti e Unidos da Tijuca são o ponto cinza no show de cores. Devem ser rigorosamente apurados e identificados os responsáveis. A perícia determinará se foi falha estrutural, mecânica ou erro humano. No caso do carro da Tuiuti, o motorista, segundo seu depoimento, teria recebido ordens desencontradas de várias pessoas ao fazer a manobra, além disso, tinha pouca visibilidade e estreava na função. Mas a polícia ainda examina outros componentes e acessórios do veículo e colhe depoimentos. A conclusão da investigação deve demorar alguns dias. No caso da alegoria da Unidos da Tijuca, várias hipóteses são especuladas; excesso de peso, falha estrutural e o suposto não travamento, por falçha humana, de um pistão etc. Aguarde-se o relatório oficial.

* A Liesa (Ligadas Escolas de Samba do Rio de Janeiro) se reuniu com os presidentes de todas as escolas e decidiu que, em função do acidente que deixou mais de 30 feridos e afetou o espetáculo, nenhuma agremiação seria rebaixada. A medida tem provocado críticas, embora não seja inédita. Em uma ocasião, pelo menos, quando houve um incêndio na Cidade do Samba, com destruição de alegorias de várias escolas, o rebaixamento também foi cancelado. De qualquer forma, há quem interprete que a ausência de punição para as escolas envolvidas, sem que os inquéritos tenham sido concluídos e as responsabilidades claramente apuradas, é um precedente arriscado e pode levar a uma insegurança em termos de regulamentos dos desfiles.

Reprodução FSP
* Dizem que uma das características dos jornalistas é tirar conclusões muito rápidas. Eles sacam um fato e com a rapidez de um pistoleiro do Velho Oeste determinam o que aquilo significa para o destino da humanidade. Um articulista da Folha decretou que "o carnaval do Rio é "arcaico e indulgente com a segurança". Esses dois acidentes são os piores da história dos desfiles que, ao longo de décadas, registraram imprevistos bem menos graves. Na maioria, carros quebrados, sem vítimas, e dois acidentes mais perigosos: um incêndio que poderia ter consequências graves mas foi debelado a tempo, e um destaque que se desequilibrou com o movimento da alegoria e se feriu com gravidade na queda. O caso do desfilante acidentado resultou no aperfeiçoamento das barras protetoras e no uso de cabos de segurança para os destaques em posição mais crítica. O incêndio reforçou medidas como extintores e novos parâmetros materiais e de instalações elétricas. Não dá para condenar precipitadamente toda uma festa que não tem um histórico de acidentes graves. Seria o mesmo que banir jornais das bancas por causa do famoso caso da Escola Base. E é preciso definir o 'arcaico" lançado assim com uma comissão de frente genérica. A chamada do artigo se refere ao "Carnaval do Rio de Janeiro". A infraestrutura, a cultura, as alegorias, o Sambódromo, o samba, o povão, a Serrinha, Madureira, Oswaldo Cruz, o Rio? Os acidentes desse ano precisam ser levados a sério e devem provocar novas medidas de segurança. Principalmente, em respeito ao público e aos integrantes das escolas. Os desfiles das escolas lotam o sambódromo há semanas, desde os ensaios técnicos às datas oficiais. Atraem mais gente do que a Folha assinantes. Cariocas, turistas e desfilantes não pensam em abrir mão da festa "arcaica", mas merecem segurança total.

* Mais um detalhe que impõe precauções extras: há dois anos, foi retirada a "ponte" ou "torre", como os jornalistas a apelidavam, a plataforma para fotógrafos e TV, no fim da pista, pouco antes da Praça da Apoteose. Foi substituída por uma plataforma lateral provisória. A estrutura fica era um limite natural para a altura dos carros alegóricos, embora, mesmo com a "ponte", alguns carnavalesco tenham recorrido a mecanismos hidráulicos que recolhiam o topo das alegorias para poder passar sobre a estrutura. Os carros são tradicionalmente mais altos desde que a era Sambódromo começou, mas a "ponte" era o último obstáculo para que eles crescessem ainda mais.

* A Liesa costuma fazer um reunião de avaliação dos desfiles. O que se espera é que 2017 deixe lições e gerem medidas de segurança mais rigorosas por parte dos presidentes das escolas, inicialmente e uma fiscalização mais completa por parte das instituições públicas.

* O prefeito do Rio, Marcelo Crivela, foi eleito pelos cariocas de todos os credos, os sem credos, os descrentes e os incrédulos. Certo? Aparentemente, não é o que ele pensa. Ele preferiu ser o vexame da temporada. Primeiro, era esperado na tradicional e simbólica cerimônia de entrega das chaves, deixou carnavalescos aguardando por horas e não compareceu. Preferiu humilhá-los. No mínimo, falta de educação. Depois, não foi ao Sambódromo, nem mesmo para o gesto formal de saudar as escolas e abrir os desfiles. Tornou-se primeiro prefeito do Rio a desprestigiar, no caso, rejeitar, uma das maiores festas da cidade, aquela que atrai mais turistas, gera empregos formais e informais e mais se reflete na arrecadação municipal. A decisão do prefeito foi por motivos religiosos. Só que, como prefeito, ele não representa apenas os fiéis da sua sigla. E mesmo que sua posição fundamentalista fosse o lamentável entrave bem que poderia ter avisado antes e não apenas ficar enrolando. Teria sido uma atitude mais honesta. Não justificaria o desrespeito ao cargo, que não representa uma igreja, mas, como se diz no samba, teria sido um "papo reto" de homem.

Reprodução FSP
* No Irã, a censura do fundamentalismo islâmico mandou cobrir o decote que a atriz Charlize Theron exibiu durante a entrega do Oscar. Espera-se que o prefeito do Rio não chegue a esse extremo como condição dar ao Sambódromo a honra da sua presença no ano que vem.

* As escolas precisam de patrocínio. Algumas já exageraram nos merchandising adotando enredos artificiais e que não funcionaram, a grande maioria, na avenida. Esse ano, em função da crise, foram poucos os patrocínios. Mas foi bom ver desfiles e enredos sem aquelas referências quase explícitas aos patrocinadores.

* Foi bonito ver a Beija Flor encerrar o desfile de domingo e arrastar um multidão. Era o bloco do Sambódromo brincando o carnaval.

* Os blocos fizeram o Rio cantar e dançar. Impressionante é a palavra. Sons e ritmos para todos os gostos, muitas cores e fantasias. E milhões de foliões. Se a infraestrutura (segurança, transporte e banheiros) não acompanha o extraordinário crescimento, os problemas aumentam. Sujeira, roubos, metrô superlotado foram alguns dos problemas. Blocos da Liga Sebastiana, principalmente, estão reivindicando mudanças. Com razão. Os blocos de bairro, que provocaram o renascimento do carnaval de rua e cresceram exatamente em função desse renascimento vitorioso, bancam músicos e segurança privada, por exemplo. A Prefeitura do Rio tem adotado a fórmula de um patrocinador único. Fundadores de blocos tradicionais acham que é hora de rever a exclusividade. Os blocos precisam ter maior participação nos recursos arrecadados. Para alguns, se não houver mudança, será impossível botar o bloco na rua no carnaval de 2018. Melhor ouvi-los.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Carnaval da Ilha da Madeira tem escola de samba "Os cariocas". E uma brincadeira que o Rio devia importar: os "assaltos"








Fotos do Carnaval de 2016. Madeira Islands e Madeira-web/Divulgação

Belíssimo destino de férias, a Ilha da Madeira tem um animado carnaval com toques cariocas. Mas não apenas isso. A programação em Funchal inclui cortejos tradicionais, trupes fantasiadas e a Festa dos Compadres, que é também uma espécie de ritual de passagem local do inverno para a primavera, com bonecos que lembram os de Olinda, crítica social e bom humor.
Mas o que o Rio deve importar é a tradição dos "assaltos" na folia de Funchal. Antigamente, grupos de mascarados "assaltavam" as casas em busca de iguarias (sonhos e malassadas, os bolinhos fritos feitos com mel de cana-de açúcar, ovos e farinha)) e bebidas. A tradição se mantém, mas foi substituída por"assaltos" combinados e são os mascarados que agora levam comida e bebida para as casas dos amigos.
Por aqui, os roubos nos blocos pela pivetada impune já são uma tradição, mas têm nada de amistosos.

domingo, 19 de fevereiro de 2017

Manchete no Carnaval 2017: cenas cariocas...

Os ensaios técnicos da escolas lotam o Sambódromo. Essa aí é o Salgueiro. Foto Alexandre Macieira/Riotur

Comissão de frente da Unidos do Tuiuti acertando a coreografia. Foto Alexandre Macieira/Riotur

No Imprensa que Eu Gamo. Pra quem quiser experimentar saiba que é uma misturinha de cachaça, leite condensado e hall preta. Estou falando da receita bebida... Foto Fernando Maia/Riotur

O Spanta Neném, na Lagoa. Foto Fernando Maia/Riotur

Beleza pura no Me Esquece. Foto Fernando Maia/Riotur

Bateria nota 10. No Me Esquece. Foto Fernando Maia/Riotur

Anjo desgarrado no bloco Só o Cume Interessa, na Praia Vermelha, com o topo do Pão de Açucar, o cume homenageado, ao fundo.  Foto Fernando Maia/Riotur

Bloco Céu na Terra. O recado das ruas para a reforma da Previdência do ilegitimo Temer, aquela que concede benefício só depois do popular requerente rebolar no cemitério. Foto Fernando Maia/Riotur
No Chame Gente. Foto Fernando Maia/Riotur

Chame Gente, São Conrado. Foto de Alexandre Vidal/Riotur

No mesmo bloco, a la Mick Jagger. Foto 


Spanta Neném: abençoada pelo Redentor. Foto Fernando Maia/Riotur
Cordão do Boitatá. Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil

Porta-bandeira do Boitatá. Não é mole a missão com o Rio 40 graus. Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil

Cordão do Boitatá. Foto de Tomaz Silva/Agência Brasil

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

Carnaval, confetes, serpentinas...

por Omelete
* Ouvido na concentração do Sambódromo antes de Maria Bethania entrar na avenida com os orixás da Mangueira: "Sou contra o impeachment, mas Dilma tá cheia de urucubaca. Zika, crise, barreira que afunda em Mariana, falta de chuva ou chuva demais, Lava Jato, Zelotes, caraca... Tem que apelar pro santo pra tirar encosto".
* Festa estranha, gente esquisita: o desfile da Imperatriz Leopoldinense homenageando "cowboys" do Oeste brasileiro...
* Dá para fazer uma comparação com a política: assim como pode acontecer em função do fim do financiamento de campanhas eleitorais por empresas, a falta da patrocínio às escolas de samba por causa da crise fez melhorar os desfiles. Petróleo, iogurte, cerveja, estados e municípios e outros temas "exóticos" praticamente sumiram da avenida. A matéria paga foi substituída pela criatividade. Valeu. E se na eleição a corrupção insuflada pelo financiamento de  muitas grandes empresas, uma espécie de suborno antecipado, for substituída pela honestidade, pelo menos da maioria, já será ótimo.
* Alguns blocos do Rio tentaram mais uma vez implantar a área vip com "abadá" pago. Assim sem querer querendo blocos principalmente formados por empresários queriam privatizar a rua. A cidade reagiu. Mas é bom ficar de olho, alguns desses marqueteiros têm ligações políticas e não vão desistir. Uma sugestão: já que os marqueteiros da folia querem faturar, porque não alugam o Maracanã e fazem uma festa privê pros coxinhas e "reis dos camarotes" que gostam de carnaval "exclusivo"?
* A Prefeitura do Rio precisa tratar melhor, ajudar a divulgar, indicar um local de desfile menos escondido para os blocos de enredo como  Cacique de Ramos, Bafo da Onça, Boêmios de Irajá e muitos outros. São tradicionais e faziam desfiles inesquecíveis na Av. Rio Branco. Hoje desfilam na Graça Aranha. Praticamente não foram divulgados e quem quis vê-los teve que descobrir o local.
* Dá para entender que estatais que são empresas de economia mista e disputam mercado junto com instituições privadas patrocinem camarotes em busca de divulgação de suas marcas. Mas não dá para entender o objetivo do Governo Federal, como instituição, ao liberar dinheiro para camarotes privados restritos à chamada elite. Qual a contrapartida social ao dinheiro público? Iniciativa mal explicada...
* A musa coxinha que tirou a roupa no sambódromo paulistano quase derruba a Peruche para a segundona. Prejudicada no quesito fantasia, a escola ficou em 12° lugar. Dirigentes falam em processar a socialite (ela já fez matéria em que foi fotografada na sua rotina de alimentar o cachorro com champanhe e caviar, só para dar uma ideia do conceito da elementa) que se lixou para o esforço de um ano dos integrantes da Peruche.
* A cantora Baby Consuelo, atualmente uma religiosa fundamentalista e obcecada, tem sido incensada pela mídia e por artistas. Mas neste carnaval deu uma de Bolsonaro. Segundo o jornal O Dia, Baby foi vaiada na noite do último domingo em Natal ao fazer declarações homofóbicas durante o Desfile das Kengas, tradicional concurso de transformismo que reúne público formado em grande parte por gays e travestis. Ela disse literalmente que “todo homem é homem” e que falta aos gays e às travestis “uma boa mulher maravilhosa”. A vaia foi tão grande que a cantora pediu para aumentar o volume do seu microfone. Ok, previsível. Mas quem é o maluco que contrata Baby Consuelo para cantar em um carnaval?
* A socialite paulista Val Marchiori, que recentemente esteve envolvida em denúncias sobre financiamento supostamente irregular concedido pelo BNDES, declarou que o cabelo usado pela cantora Ludmila no desfile do Salgueiro parecia "um bombril". Ludmila respondeu: "Tenho muito orgulho da minha raça e não vai ser qualquer pessoa que vai me colocar para baixo". Nas redes sociais, a declaração racista foi criticada por internautas. Destaque-se que Ludmila, musa do Salgueiro, dá de dez no quesito beleza se comparada com a esquisita socialite que a criticou
* De um modo geral, com exceção de poucos uns e outros que deram as caras em espaços mais discretos e menos badalados, políticos de todos os partidos não badalaram em público no carnaval. A maré não está para tubarão.
* A prefeitura do Rio multou mais de mil mijões e vai receber mais de 700 mil reais em multas. Já ajuda nas despesas com o carnaval. Um jornalista comentou que essa pode ser uma solução politicamente incorreta para o desequilíbrio de contas. Os blocos cariocas reuniram em todos os desfiles cerca de 5 milhões de foliões. Se apenas um milhão fosse flagrado e multado "atuando" fora dos banheiros públicos ou jogando lixo no chão, a prefeitura faturaria pra cima de 1 bilhão de reais. Brincadeira de carnaval, claro. As duas campanhas são méritos da prefeitura carioca.
*  Meme na rede na rede social compara Claudia Leitte a Gina que ilustra caixinhas de palitos de fósforo.
* Luana Piovani, que será capa da primeira edição da 'Playboy' depois que a Abril desistiu da revistam, é uma boa frasista. Sobre posar nua aos 40 anos, ela declarou aos sites de celebridades que vai ser fotografada cinco meses após dar à luz. "Aos 20 era outro corpo, não tinha a cicatriz da cesárea, meus seios eram irretocáveis. Hoje eu vou apresentar os meus seios depois de amamentar gêmeos, mas não tenho a menor vergonha disso. Tenho uma cicatriz de duas cesáreas e acho linda. Sou bonita assim. Hoje eu sou uma Ferrari batida".
* Deu no Portal Imprensa: repórter da Globo News é beijada ao vivo em cobertura de bloco de rua. Veja no link: http://portalimprensa.com.br/noticias/brasil/76035/reporter+da+globonews+e+beijada+ao+vivo+em+cobertura+de+bloco+de+rua
* Uma boa notícia que vem da Bahia. Enquanto alguns espertos no Rio tentam implantar o abadá (camiseta paga), mas felizmente contidos pela prefeitura carioca, o povão da Bahina começa a recuperar o espaço público roubado.  Segundo o colunista João Pedro Pitombo, do Blog Alalaô, os poderosos trios e blocos começam a perder espaço para trios sem cordas e sem segregação. A nota preocupante do carnaval de Salvador é o índice de casos de violência contra a mulher e de incidentes causados por racismo. Nop mais, todas as capitais enfrentam problemas de violência e assaltos nos carnaval. A segurança precisa melhorar. A polícia se queixa de que prende bandidos e estes voltam às ruas ainda a tempo de continuar roubando.
* No site Conexão Jornalismo, o áudio vazado de Luiz Roberto e Fátima Bernardes que estranham a Globo não mostrar o final do desfile da Vila Isabel. Veja no link http://www.conexaojornalismo.com.br/audiencia_na_tv/fatima-bernardes-audio-vaza-na-sapucai-e-revela-insatisfacao-com-exclusao-da-vila-isabel-86-42580

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Manchete no Carnaval - Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Grupo Especial, primeira noite

A Estácio de Sá levou para a avenida o enredo Salve Jorge, o Guerreiro na Fé. Foto de Fernando Maia/Riotur

O leão da Estácio. Foto de Marco Antonio Cavalcanti/Riotur

São Jorge. Foto de Marco Antonio Cavalcanti/Riotur

A ala das baianas. Foto de Marco Antonio Cavalcanti/Riotur

Luana Bandeira. Foto Tatá Barreto/Riotur

União da Ilha. Enredo Olímpico por Natureza - Todo Mundo se Encontra no Rio. Foto de Marco Antonio Cavalcanti/Riotur

Foto de Raphael David/Riotur

Bianca Leão. Foto Fernando Maia/Riotur

Comissão de Frente. Foto de Tatá Barreto/Riotur


Os paralímpicos da Comissão de Frente. Foto de Tatá Barreto/Riotur

Foto Raphael David/Riotur

Com o enredo  Mineirinho Genial - Nova Lima - Cidade Natal - Marquês de Sapucaí - o Poeta Imortal, a Beija-Flor homenageou a avenida onde foi construido o sambódromo. Claudia Raia na foto de Fernando Grilli/Riotur 

Foto de Fernando Maia/Riotur

Neguinho da Beija-Flor. Foto de Gabriel Santos/Riotur

Foto de Gabriel Santos/Riotur


A Grande Rio cantou Santos em Fui no Tororó Beber Água noa Achei Mas achei a Bela Santos e por Ela Me Apaixonei. Na foto de Fernando Maia/Riotur, as Sereias da Vila. 


A bateria (com a camisa do time do lendário Santos dos anos 1960) de mestre Thiago Diogo. Foto de Gabriel Santos/Riotur

Paloma Bernardi, Rainha da Bateria. Foto de Tatá Barreto/Riotur

A homenagem a Pelé. Foto de Tatá Barreto/Riotur

Foto de Gabriel Santos/Riotur

Paloma Bernardi. Foto de Gabriel Santos/Riotur

Mocidade. O Brasil de La Mancha. Foto de Alexandre Macieira/Riotur

Claudia Leitte, Rainha da Bateria da Mocidade Foto de Gabriel Santos/Riotur


Unidos da Tijuca celebrou o solo sagrado. Foto de Marco Antonio Cavalcanti/Riotur

Foto de Fernando Grilli/Riotur

Foto de Gabriel Santos/Riotur

Foto de Gabriel Santos/Riotur

Foto de Tatá Barreto/Riotur

Foto de Fernando Maia/Riotur
Foto de Fernando Grilli/Riotur