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segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Motosserra está derrubando 300 árvores do Aterro do Flamengo. Alô, Ministério Público !

Foto: Reprodução de matéria publicada no Globo de hoje. 
por BQVManchete (comentário do blog)
Recentemente, uns e outros jogaram um "balão de ensaio" na mídia sobre a privatização do Aterro do Flamengo, um patrimônio dos cariocas frequentemente ameaçado. Não é de hoje. Quando do início do aterro, nos anos 50, um jornal carioca queria que fosse liberada a construção de prédios no local. Felizmente, a campanha de grilagem não vingou. Mas o jornal não desistiu. No fim dos anos 60, a Praia de Copacabana começou a ser ampliada, com a Av. Atlântica ganhando duas pistas e, sob o pretexto de baixar os custos, foi sugerido que se permitisse a construção de uma segunda muralha de prédios à margem da nova pista. Prevaleceu o bom senso e a picaretagem não foi adiante. Não faz muito tempo, os concessionários de um restaurante no Aterro chegaram a encomendar um projeto de uma casa de show para ser construída ao lado. Aparentemente, a ideia idiota foi arquivada mas é bom ficar de olho. Agora, surge a denúncia de que os concessionários da Maria da Glória vão passar a motosserra em 300 árvores do Aterro. O projeto teria sido aprovado pelos órgãos "competentes". Discute-se há alguns meses a adaptação da Marina para receber a Olimpíada. Dizem que tudo foi "discutido" com a sociedade. Mas os moradores dos arredores e os usuários do Parque jamais ouviram falar nesse desmatamento de 300 árvores. Há até um sujeito que diz que "as árvores a serem cortadas não afetam espécies do projeto paisagístico original". E daí?" Árvore é árvore. E tudo isso para construir estacionamentos destinado a atrair ainda mais público para mafuás de shows e pajelanças marqueteiras. Isso acontece em apenas uma parte do Aterro. Agora imagine o que aconteceria, ou acontecerá, quanto todo o Aterro for privatizado, como uns e outros começam a defender? O pretexto, agora, é a "boa causa", a Olimpíada, mas a consequência é a deturpação da finalidade de uma das mais belas e queridas áreas de lazer do cariocas. No caso, parece que não adianta mais se queixar às autoridades. Segundo a matéria, as árvores do Aterro já estão sendo Marina - um previa construções até no espelho d'água da Baía, - foram barrados pela Justiça, mas esse segue navegando com todas as velas enfunadas. Esse será um dos "legados olímpicos" que o Rio vai receber. Um "presente" para os 450 anos da Cidade Maravilhosa. Alô, Ministério Público.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Cuidado com as "boas causas"

Liguem o alerta. A Copa do Mundo 2014 vem aí e tomara que o Rio seja sede da Olimpíada 2016, mas fiquemos atentos à turma oportunista que quer "ajudar". Lembrem-se do Pan 2007. Em nome da "boa causa", gabaritos foram liberados, estádios caríssimos foram construidos com dinheiro público e depois cedidos a particulares a preço de banana. A muito custo, o Ministério Público conseguiu evitar que os concessionários da Marina da Glória - aqueles que transformaram parte do Aterro de Burle Marx em um "circo" de tendas, cercas e muros - , invadissem o espelho d'água da baía para construir um monstrengo - uma imensa garagem de barcos - sob o "bom" pretexto de melhorar as instalações para o Pan. Agora, o empresário Sávio Neves, que controla o trenzinho do Corcovado, sugere à Prefeitura que monte uma roda-gigante no Aterro, em frente ao restaurante Rio's, no Jardim de Alah ou no cais do porto. É piada? No cais, vá lá, ajudaria à revitalização da área. Mas no Aterro??? Obstruindo a visão do Pão de Açúcar e transformando mais um trecho do parque em pardieiro? Ou no Jardim de Alah, um local que merece ser recuperado e não destruido com uma roda-gigante e a tralha que a acompanha, lanchonetes, bares, lojinhas de lembranças, estacionamento etc? Que o Ministério Público e as associações de moradores locais fiquem atentos. Quem não recorda a batalha que foi tirar da Lagoa o Tivoli Park? Durante anos, os moradores lutaram por isso. E não foi fácil. O parque era uma "boa causa". Alegava-se que as crianças adoravam. E isso era verdade, levei lá, muitas vezes, os meus dois filhos. Mas nem por isso o parque deixava de ser uma ocupação privilegiada do espaço público em troca de aluguel barato. Hoje, com certeza, o local - Parque dos Patins - é muito bem aproveitado pela população. A própria Lagoa atura a Estação do Corpo, helipontos privado e público, garagens de barcos do Flamengo e do Botafogo (a "boa causa" é esportiva mas as tais garagens ganharam ampliações, promovem até festas, no caso da área cedida ao Flamengo, e viraram estacionamentos. É só passar lá e ver). Ou o complexo de restaurantes que pertenceu a Ricardo Amaral. O pretexto era agitar a " noite carioca", a consequência, galpões terríveis a impedir a circulação e enfeiar as margens da Lagoa. Que, um dia, sejam derrubados. Falo isso porque a Copa e a Olimpíada citadas acima serão os fortes pretextos para novas investidas sobre áreas públicas, dinheiro público e atropelos dos códigos de posturas municipais. Alguém duvida? Se for para a cidade hoje, ao entrar no Aterro, dê uma olhada naquela horrenda caravela de concreto do Botafogo construida na praia, logo no início da bela enseada. Aquele mostrengo está ali plantado até hoje por uma "boa causa": o treinamento de atletas. Na verdade, é principalmente local de escolinhas de natação, festas, etc. O próprio Iate Clube, entidade privada que tira a visão do mar de uma das mais bela avenidas do Rio, a Pasteur, também foi plantado no local e ampliado ao longo dos anos por uma "boa causa". Torçam pelo Brasil na Copa e na Olimpíada mas torçam também para que empresários "criativos" não sugiram construir pelo "bem" da cidade uma boate no braço direito do Cristo Redentor, restaurantes e motéis flutuantes na Lagoa Rodrigo de Freitas, boliche e pista de esqui na Praça Paris, um funkódromo na Avenida Atlântica, piscinões no Jardim Botânico, espaços para escaladas no Arcos da Lapa, pistas de skate no Paço, shopping center no alto da Pedra da Gávea, áreas para megashows na Floresta da Tijuca, claro, vai ter que desmatar, mas em nome da "cultura", sempre vale. Uma pergunta: por que esses emprendedores não fazem como a maiorias das pessoas que monta negócio? Compra terreno em local adequado, constroi de acordo com a legislação, usa seu próprio capital, paga seus impostos e que viva feliz e bem-sucedido com o seu empreendimento. O Rio agradece