terça-feira, 6 de março de 2012

Deu na IstoÉ: "A Farsa na Morte de Marighella". Um fotógrafo da Manchete estava lá

por José Esmeraldo Gonçalves
"Eu vi os policiais colocando o corpo dele no banco de trás do carro", revela o fotógrafo que registrou a imagem do guerrilheiro executado. A reportagem "A Farsa na Morte de Marighella" está na edição 2208 da IstoÉ dessa semana, assinada por Alan Rodrigues. O fotógrafo que disse a frase acima é Sérgio Vital Jorge, que naquela noite de 4 de novembro de 1969 cobria para a Manchete um jogo Corinthians X Santos. Ao saber da morte do guerrilheiro, Sérgio abandonou o estádio e foi para o local do suposto tiroteio, acompanhado de quatro outros fotógrafos. Ao chegar, ele e os colegas foram proibidos de fotografar. Mas testemunharam a encenação. Marighella, na época o inimigo número 1 da ditadura, havia sido executado a queima-roupa em outro local. A polícia montava o teatro que pretendia simular um tiroteio. Só depois da falsa cena pronta, os fotógrafos puderam clicar a famosa imagem em que o lider comunista aparece deitado, com os pés para fora, no banco traseiro do Fusca. Em entrevista à IstoÉ, Sérgio Jorge (que coincidentemente é personagem de um reportagem da revista Fotografe Melhor, também nas bancas, sobre o sumiço do arquivo fotográfico da extinta Bloch Editores, veja em post abaixo) está disposto a revelar a armação para a Comissão da Verdade (destinada a apurar os crimes da ditadura) que o governo vai instalar em breve.

Um comentário:

Ludmila disse...

Lendo sobre esses assassinatos fico ainda mais revoltada com a desfaçatez de parte da imprensa de direita que anda elogiado generais que divulgam manisfestos ofensivos conta a apuração da Verdade.