sábado, 17 de março de 2012

Cuidado: no caso do cigarro proibir pode ser incentivar

por Eli Halfoun
Não dá para acreditar com convicção que a recente decisão da Anvisa proibindo a venda de fumo “batizado”, ou seja, com sabores artificiais, será realmente cumprida. A poderosa indústria do fumo que sempre ganha todas as brigas está chiando e certamente encontrará (sempre encontra) uma maneira de não cumprir a lei, ou se preferirem, "recomendação". Além do mais, o cumprimento da nova decisão só será obrigatório dentro de 18 e mais meses, tempo suficiente para que a indústria do fumo descubra alternativa e para que a “pirataria” do fumo, que já não é pequena, também se organize para colocar no mercado clandestino cigarros, cigarrilhas e fumos para cachimbo fabricados, como tantos outros produtos de fabriquetas de fundo de quintal.  É necessário, sim, afastar os jovens da curiosidade em relação ao maléfico tabaco e também os idiotas adultos que, como eu, ainda “queimam dinheiro”. Não sei se o cigarro fica ainda pior quando é "batizado": na maioria das vezes o que aumenta no suposto cigarro com sabor é só cheiro porque o gosto é ruim sempre e com exceção do cigarro mentolado os outros realmente não deixam acentuado o gosto de canela, mel, chocolate, seja lá o que for. Na penúltima (a última está sendo trabalhada na minha cabeça) vez em que decidi parar de fumar, troquei o fumo convencional pelo cigarro mentolado, que não me fez fumar nem mais nem menos. O fumo jamais será totalmente proibido (paga muitos impostos). Portanto, não dá mesmo para acreditar que a nova determinação da Anvisa realmente diminuirá o interesse dos jovens pelo cigarro. Corre o risco de até aumentar esse interesse se levarmos em conta que os jovens adoram coisas proibidas, o que de certa forma até explica o interesse burro pela chamada droga ilícita, que é o que querem fazer com o cigarro "batizado", que é, ao lado do álcool, a pior das drogas que o homem encontra pela vida, ou melhor, pela morte. (Eli Halfoun)

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