sábado, 10 de março de 2012

A política do otário



A linha vermelha mostra o crescimento da indústria brasileira desde 1947. A derrocada começa nos anos 90 embalada pela porta escancarada às importações, sem qualquer estratégia comercial ou política. O gráfico acima foi publicado pela Folha de São Paulo.

Reprodução Folha de São Paulo
por Gonça
Países protegem suas economias - os Estados Unidos e a França são os maiores exemplos - e preservam empregos em benefício da sociedade. Quando competentes e, principalmente, honestos, dirigentes devem administrar aberturas oportunas em determinados setores da economia sempre com visão estratégica. Ou para modernizar nichos de produção e torná-los competitivos ou desenvolver novos modelos de negócios. Mesmo determinadas aberturas de setores industriais, por exemplo, devem ser feitas sob a premissa de transferência de tecnologia. No Brasil, a "abertura" nasceu sob o signo da notória corrupção durante o começo dos anos 90. E assim se propagou, beneficiando grupos mas não necessaria e continuamente o país. Há comentaristas de economia que se deslumbraram com a porteira escancarada, a desregulamentação e o bundalelê financeiro, e pregam até hoje que só plantada de quatro no chão e virada pra lua da globalização a indústria nacional se tornaria competitiva. As "tias" erraram. Cerca de 20 anos de abertura provaram o contrário: a presença da indústria brasileira na formação do PIB caiu fragorosamente. Claro, outros setores cresceram e isso também influi no percentual, mas é preocupante a estagnação onde, segundo os dogmas neoliberais, deveria haver crescimento. Bom lembrar aos tecnocratas que, a cada ano, o Brasil precisa criar milhões de empregos para absorver as novas gerações que entram no mercado de trabalho. De pernas abertas não vai conseguir. 

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