terça-feira, 6 de março de 2012

Escândalo do Proer: dinheiro na mão foi vendaval

por Gonça
Os jornais dão hoje, discretamente, bem discretamente. Outro dia uma colunista fanática pelo neoliberalismo tucano derramou-se em elogios sobre o Proer. Analisando a atual crise bancária, embora o c. não tenha a ver com as calças, dedicou várias linhas a exaltar a currióla que controlava o país, então. O Proer foi e continua sendo um gigantesco escândalo. Apenas dois bancos, um deles, na época, foi alvo de acusação de suposto favorecimento familiar, devem - e não pagam - 62 bilhões de reais. O Banco Central até aceita receber, com desconto, 44,7 bilhões. Mas o Econômico e o Nacional querem pagar com um papel que é apenas de reconhecimento burocrático da dívida e não um título público. O BC não aceita. E olha que os dois bancos ainda podem recorrer ao Refis, outra mamata oficial, que parcela dívidas em décadas e décadas. Nem assim, a negociação avança. Claro, dever e não pagar é melhor do que cumprir o dever de pagar. Mas o lobby é poderoso. Deputados e senadores, provavelmente "preocupados" com esse calote, tentaram recentemente "contrabandear" artigo em lei que obrigaria o Banco Central a aceitar o pagamento da dívida naquela saborosa "moeda podre", que foi moda nos anos FHC. Dilma vetou o "contrabando".
Isso para falar apenas na "herança" financeira do problema. Já que na área criminal, como sempre, com a rara exceção do Cacciola, é mesmo assim, de leve, banqueiros não costumam ser incomodados.   
E nós que pensávamos que o Proer era passado? Descobrimos que ele está vivo. Muito vivo.         

2 comentários:

debarros disse...

Um detalhe. A curriola de ontem foi substituida pela curriola de hoje. É assim que funciona a política no Brasil meu caro Gonça. Ou os "Mensalões " não existiram?. Você sabe muito bem da existência das curriolas.

Gonça disse...

Também acho, as curriolas estão aí. A reforma política que deveria reorganizar partidos e moralizar campnhas nenhum governo fez. Infelizmente, ao contrário do que a mídia prega, a corrupção não foi inventada agora. Mas o eleitor sabe disso, tanto que tirou de cena por três vezes seguidas a curriola anterior.